“A imagem do Brasil no exterior quase que não existe mais, de tão enlameada que está”, avalia o ex-ministro, afirmando que a demissão de Abraham Weintraub do Ministério da Educação e sua indicação para o Banco Mundial foi "uma espécie de pá de cal"
20 de junho de 2020, 06:07 h Atualizado em 20 de junho de 2020
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247 - Em entrevista ao Metrópoles, o ex-ministro e jurista Rubens Ricupero diz nunca ter visto uma imagem externa do país tão desgastada como no governo Jair Bolsonaro.
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“A imagem do Brasil no exterior quase que não existe mais, de tão enlameada que está”, avalia o ex-ministro, enfatizando que Bolsoanro é hoje o presidente mais criticado em todo mundo. “Não há país que tem imagem pior que o Brasil. Como governante, até dois anos atrás, o pior era o presidente das Filipinas (Rodrigo Duterte). Mas o Bolsonaro já o superou de longe. Se alguém quiser dizer que eu estou errado é só me mostrar quem é mais desprezado, mais odiado, mais criticado do que ele. Não há”, disse.
Ricupero aponta que Bolsoanro faz "apologia do governo militar, que tem 3 mil militares em cargos civis, que faz apologia da tortura, que é misógino, que teve aquele incidente com a deputada Maria do Rosário no qual ele chegou a ser condenado [no qual disse que a parlamentar não merecia ser estuprada, por ser feia], que é contra indígenas, que é contra direitos humanos, que é contra meio ambiente. Então, é um deboche”.
Segundo ele, a demissão de Abraham Weintraub do Ministério da Educação e sua indicação para o Banco Mundial foi "uma espécie de pá de cal".
"Até agora, a única coisa que tinha sobrado da imagem do Brasil era o que não dependia do Itamaraty. A única coisa que sobrava era nossa área técnica e econômica, que envolve o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional. Os diretores do Brasil eram gente competente. Eram técnicos”, disse Ricupero, citando o ex-ministro da Fazenda nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso, Pedro Malan.
“Eu nunca vi uma coisa dessa em minha vida”, frisou. “Nem na época do governo militar ocorreu uma indicação tão desqualificada ou que se parecesse remotamente com essa. Nesta época, os nossos representantes eram todos economista de primeiríssima ordem. O que está acontecendo hoje é uma degradação sem nome”, observou.
Ricupero disse ainda que a acusação de racismo contra Weintraub deve configurar um impeditivo para sua inserção no banco. “O Banco Mundial tem certas regras éticas e não pode ter diretores ou funcionários que sejam, por exemplo, acusados de racismo. Eles têm essa regra. Lá eles sofrem muita influência das organizações de direitos humanos e de meio ambiente. Isso é muito forte”. destacou.
“Ele é um agitador militante de extrema-direita e isso não tem nada a ver com o que o Banco Mundial faz. Trata-e de um posto que tem que representar o país, não o governo Bolsonaro”, enfatizou.
Confira a entrevista completa no site Metrópoles.
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