terça-feira, 7 de julho de 2020

Haddad foi bem no Roda Viva, mas os entrevistadores foram uma tragédia


O ex-prefeito e ex-ministro Fernando Haddad (PT) merece elogios pela participação na entrevista do programa Roda Viva, na TV Cultura, mas não se pode dizer o mesmo dos entrevistadores, em especial da jornalista Vera Magalhães.

Vera deixou transparecer todo seu ódio visceral em relação ao ex-presidente Lula e o PT, típico trejeito de militante fundamentalista do neoliberalismo.

Quanto ao entrevistado, ‘Haddad foi Haddad na atração’, avaliou o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). “Foi muita injustiça quando a direita tentou pintar o Haddad como radical. Vejam o grau de moderação que apresenta…”, disse.

Não houve uma única pergunta da bancada de jornalistas sobre a economia brasileira, sobre o que pensam o PT e Haddad para os milhões de brasileiros que mergulham no desemprego e na miséria nesses tempos de Covid-19.

“Haddad vai bem na Roda Viva”, elogiou o ex-senador Roberto Requião (MDB-PR), contumaz crítico do ex-prefeito de São Paulo.

Mas houve momentos de altruísmo de Fernando Haddad, mostrando que ele é um homem de valor, apesar da insuficiência dos entrevistadores: “sou o brasileiro vivo que mais tempo passou à frente do MEC. Como é que caem três ministros da Educação e eu não sou chamado para opinar sobre isso?”

Embora Haddad tenha se virado bem, os entrevistadores foram mal no Roda Viva porque “choveram no molhado” ao circunscrever os problemas do Brasil numa figura desprezível que é Jair Bolsonaro.

“Eu acho que o Bolsonaro é um governo de tipo fascista. É uma questão de método: o Bolsonaro tem um método muito parecido com a comunicação de massa do fascismo”, concordou o petista.

O diabo é que faz Bolsonaro e seu “Posto Ipiranga” na economia popular brasileira não mereceu atenção.

Note o caríssimo leitor que algumas horas antes da entrevista, Bolsonaro sancionou a MP 936 que reduz a jornada de trabalho e os salários; privatizações continuam aceleradas; tudo isso sem que tivesse havido uma pergunta de peso sobre economia.

Aliás, o que pensa Fernando Haddad e o PT sobre o Banco Central Independente?

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