Documentação foi aberta à consulta a 2 de março deste ano
Cidade do Vaticano, 03 jul 2020 (Ecclesia) – O jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, destaca na sua edição de hoje as operações de socorro promovidas durante a II Guerra Mundial, documentadas pelos arquivos históricos da Santa Sé.
O material da “Comissão de Socorro” é um dos que se encontra disponível para os investigadores de todo o mundo desde 2 de março, data em que os Arquivos do Vaticano tornaram pública a documentação relativa ao pontificado de pontificado de Pio XII (1939-1958).
Este organismo iniciou as suas funções em setembro de 1939, quando os pedidos de ajuda da população polaca começaram a chegar à Santa Sé, num conflito que rapidamente se espalhou por muitos outros países.
“Cada intervenção de resgate foi inspirada e alimentada pela profunda e ao mesmo tempo generosa reserva do Papa Pacelli [Pio XII] e foi concedida a todos sem diferenças de religião, status social e origem geográfica”, indica o jornal do Vaticano.
Um especto destacado na leitura dos volumes é a assistência oferecida pela Comissão a refugiados e deslocados.
A Santa Sé também recebeu muitos pedidos de ajuda relativos a expatriamentos para países “neutros”, incluindo Portugal, e “assistida pela nunciatura na Suíça, disponibilizou grandes somas de dinheiro para obter vistos de trânsito e ajudar os exilados”.
Além da ajuda monetária, está documentada a doação de “medicamentos, alimentos, roupas, livros e objetos de uso pessoal destinados às populações civis afetados pela guerra e reclusos em campos de prisioneiros”.
Para isso, a Comissão da Santa Sé recorreu à cooperação direta ou indireta da Cruz Vermelha e da Comissão Pontifícia de Assistência, o órgão de distribuição de ajuda na Itália.
“Os principais interlocutores da Comissão de Socorro foram, no entanto, os núncios, os delegados apostólicos e os bispos, que também desempenharam o papel de executores materiais da obra de caridade do cargo”, explica o jornal do Vaticano.
O ‘Arquivo da Comissão de Socorro’ (1939-1958) apresenta relatórios diplomáticos, relatórios sobre campos de prisioneiros, lembretes sobre as condições políticas, religiosas e de saúde das cidades, especialmente as italianas, destruídas por bombardeamentos.
A Santa Sé entende que toda esta documentação oferece à comunidade científica “numerosos e diferentes pontos de investigação histórica, pela possibilidade de aprofundar e explicar aspetos que ainda são pouco conhecidos, desses anos difíceis”.
Além das ações específicas do Vaticano, ao dispor dos investigadores passama estar documentos relacionados com relações diplomáticas, questões de concordatas, tratados, ratificações, trabalhos humanitários e de assistência, relatórios periódicos sobre situações político-religiosas, entre outros.
OC
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