Um manifesto contrário à anexação de parte da Cisjordânia por Israel publicado nesta quinta-feira (2) reuniu assinaturas de mais de 300 figuras públicas latino-americanas. Entre elas, estão os ex-presidentes brasileiros Lula e Dilma Rousseff, o uruguaio Pepe Mujica, o paraguaio Fernando Lugo, o equatoriano Rafael Correa e o colombiano Ernesto Samper.
“Nós, que assinamos este documento, condenamos veementemente os planos do Estado de Israel de anexação de jure de partes da Cisjordânia na Palestina ocupada”, diz o documento, intitulado “Contra o Roubo do Século de Trump e Netanyahu — Sanções ao Apartheid Israelense”.
O governo de Israel havia prometido dar início na quarta (1º) a um plano de anexação de áreas da Cisjordânia. Mas, diante da forte pressão internacional, adiou o projeto. Membros do governo de Binyamin Netanyahu disseram que as propostas ainda estão sendo debatidas com Washington, que tenta mediar um controverso acordo regional.
As linhas gerais da proposta haviam sido divulgadas em janeiro, quando Netanyahu participou do anúncio de um plano de paz entre Israel e a Palestina, na Casa Branca. Mapas mostrados naquela ocasião apontam a intenção de Israel de tomar cerca de 30% da Cisjordânia. Os palestinos teriam direito a faixas de território separadas, que seriam conectadas por estradas e túneis.
Articulado por representantes na África, Ásia e América Latina a partir de uma iniciativa da sociedade civil sul-africana, o manifesto pede o fim do comércio de armas e cooperação na área militar e de segurança com Israel e a proibição do comércio com assentamentos ilegais israelenses.
“Décadas de processos de negociação têm sido utilizadas como armas por sucessivos governos israelenses para aumentar e fortalecer o roubo de terras palestinas, forçar o deslocamento de comunidades e expandir os assentamentos ilegais”, diz o texto.
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