quinta-feira, 2 de julho de 2020

O apóstolo da incredulidade

Padre Geovane Saraiva*
Tomé desce da montanha, na sua providente incredulidade, no seu gesto de tocar nas feridas de Jesus, gesto este que marcou profundamente e consolidou a nossa fé, afastando qualquer dúvida, nas palavras pronunciadas por Tomé: “Meu Senhor e meu Deus”. Que profissão de fé! Que bênção maravilhosa! 

Segundo São Gregório Magno, a falta de fé do homem que precisava ver para crer não foi por acaso: estava previsto no plano de Deus. Pondo as mãos nas feridas do seu Mestre e Senhor, curou as suas e nossas feridas; curou as incredulidades da humanidade inteira, ocasionado-lhe fé e esperança.

Não esquecer o conjunto de sua vida. Quando Lázaro morreu, os discípulos tiveram dificuldades diante da decisão de Jesus, no seu desejo de retornar a Judeia, onde os judeus tentaram apedrejá-lo. Mas o Mestre está firme e determinado a voltar. Tomé, tendo certa autoridade e liderança sobre os demais, toma a palavra: “Vamos também nós, para morrermos com ele!” (Jo 11, 16). 

Ele é para nós o apóstolo da incredulidade, da reparação e da solidariedade. Do homem obstinado na incredulidade, o vemos transformado. E o mesmo acontece com a comunidade reunida na mesma fé dos apóstolos, acolhe o Senhor Ressuscitado, seu dom maior, vida nova e paz duradoura. Assim seja!

Nenhum comentário:

Postar um comentário