Santa Sé defende perdão da dívida a países pobres
Cidade do Vaticano, 03 jul 2020 (Ecclesia) – O Papa enviou hoje um donativo de 25 mil euros ao Programa Alimentar Mundial da ONU, manifestando a sua solidariedade à resposta de emergência perante a crise provocada pela pandemia.
O Vaticano refere, em comunicado, que a ajuda é enviada através do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé), face à “crescente preocupação com o aumento do contágio do coronavírus, a nível global”.
“Em particular, o donativo quer ser uma expressão imediata do sentimento de proximidade do Santo Padre com as pessoas afetadas pela pandemia e com aqueles que estão envolvidos em serviços essenciais para os pobres e as pessoas mais fracas e vulneráveis da nossa sociedade”, refere a nota de imprensa divulgada pelo Vaticano.
O Papa saúda ainda as organizações e países que promovem iniciativas de apoio ao desenvolvimento integral e à saúde pública, para “combater a instabilidade social, a falta de segurança alimentar, o aumento do desemprego e o colapso dos sistemas económicos das nações mais vulneráveis”.
A este respeito, o observador permanente da Santa Sé nos escritórios da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, Suíça, disse que a “emergência da -19 é um desafio sem precedentes que requer atenção para com os países pobres”.
“A Santa Sé exorta todas as nações a reduzir ou eliminar a dívida que pesa sobre os orçamentos dos Estados mais pobres. Não são só os mercados que devem funcionar”, disse D. Ivan Jurkovič, esta quinta-feira, na 67.ª sessão da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, numa intervenção divulgada pelo portal ‘Vatican News’.
O representante do Vaticano referiu que o novo coronavírus deu origem também a uma crise económica “única” que causou desemprego, colapso dos negócios, fragilidade dos mercados financeiros, uma potencial tragédia no horizonte, e um “impacto potencialmente devastador” nos países mais pobres.
“Não é um momento para a indiferença. A emergência da Covid-19 é um desafio sem precedentes que requer atenção para com os países pobres”, desenvolveu.
Segundo D. Ivan Jurkovič, o “desafio mais urgente” é responder à “crise sanitária originada pelo coronavírus” e, depois, “os danos da crise económica”.
Na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, o arcebispo esloveno assinalou que as raízes da crise “não são apenas económicas e financeiras, mas, sobretudo, de natureza moral”, e sublinhou que os povos “devem adotar uma ética de solidariedade para alimentar as suas ações”.
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