Pe. Geovane Saraiva*
Em uma ocasião, há anos, escutei os empobrecidos se queixando e lamentando por que o “seu” bom bispo ia deixar a diocese, ao completar 75 anos: “O que vai ser de nós?”. Na sólida confiança de que a justiça florirá, com paz em abundância (cf. Sl 71), quero ver e ouvir, hoje, gestos de solidariedade da parte dos bispos, “pastores e pais”, todos na mesma oração e no mesmo poço, ou fonte, inexaurível e interminável, mas a partir da máxima: “Vem, Senhor Jesus!”.
Urge dizer um não ao fechamento e à cegueira espiritual, que têm como origem nossa falta de solidariedade e insensibilidade à dor humana, num mundo tão diverso, contrariando-se diante da vontade de Deus, na luminosidade do acreditar, a partir da nascente cabeceira, ou manancial, inesgotável de Maria. Ela quer nos ensinar que a verdadeira felicidade consiste, além da doação, em esperar, deixando a condução para Deus, como na lição de sua Santa Mãe, na busca coerente e irrepreensível, aos olhos da fé na verdadeira vida.
Neste tempo de Natal, enviamos saudações ou preparamos presentes: os melhores desejos devem ser pensados e feitos com amor verdadeiro, e os presentes devem ser feitos sem esperar que sejam retribuídos. Isso também nos ajudaria a viver o Natal com alegria, porque há mais alegria em dar do que em receber (cf. At 20, 35). Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).
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