Pe. Geovane Saraiva*
No irrefutável rigor da sagrada cruz, tem-se a imagem esplendorosa do mistério excelso e divino de Deus, por quem as pessoas tendem a hesitar e não ousam nele acreditar. Como é indispensável, no que existe de mais clemente e indulgente, dar-se conta dessa realidade inescrutável e confusa, mas num excessivo gesto de profunda gratidão, numa humilde avaliação, na teimosia de não se diminuir esse mistério! “Nele foram criadas todas as coisas. Tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1, 16).
No Deus que “tudo foi feito por Ele e, sem Ele, nada foi feito de tudo quanto existe” (Jo 1, 3), como contrariar com um não, numa indiferença e insensibilidade insensata, sobretudo quando se tem que tratar do dom da vida e do meio ambiente e por ele o pulmão do mundo, a Amazônia, com toda a sua beleza, também sua complexidade, sem esquecer da realidade da saúde, que caminha para 700 mil mortos pela Covid-19, acrescentado a essas mortes as das guerras? Mesmo em meio a esse clima desfavorável, não nos afastemos d’Aquele que nasceu em Belém e que já estava agindo no mundo desde o seu primeiro instante.
Contemplemos um Deus não longínquo de seu povo, mas em Jesus de Nazaré, pelas motivadoras constatações, nos humildes e pequenos, na sua abertura ao projeto redentor, naquele que bendiz e exulta de alegria ao Pai celeste: “Eu te louvo ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos” (Mt 11, 25). Na sabedoria encarnada do Pai, eis o ponto máximo e excelso, no qual tudo encontra sua consistência.
*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).
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