sábado, 4 de fevereiro de 2023

Amor alegre e radiante

 Pe. Geovane Saraiva*

Senhor, nós confiamos em ti, que foste apresentado ao templo santo, conforme a liturgia da nossa Igreja do dia 2 de fevereiro. Peço que fiques perto de nós, perto dos últimos, dos indefesos, dos que perderam a esperança, dos que não têm futuro, dos que não têm coragem nem de elevar os olhos aos céus! Tenha compaixão de todos nós! Nos dê, Senhor, a graça da nossa constante presença diante de ti; nos dê paz, um alegre e radiante amor, ajude-nos e nos faça acreditar, como nas palavras de Santa Teresa de Calcutá: “As mãos que ajudam são mais sagradas do que os lábios que rezam”.

Aquele Espírito alegre e radiante que marcou Jesus de Nazaré, com o selo do Pai, na missão de levar a Boa-Nova aos irmãos e às irmãs, pelo sacramento do batismo, quer também, em profundidade, nos marcar com o dom e a graça de vivermos nossa missão (cf. Lc 4, 18). É a palavra de Deus que vem ao nosso encontro, com o Filho sempre se dando a conhecer, apresentando-se diante de nós. Ao se revelar no encontro com a criatura humana, por meio de sua palavra, vê-se também a comunicação de alguém que é todo divino e bondade. Nós o vemos iniciando seu programa de vida, anunciando a salvação aos pequenos e empobrecidos, dando pleno cumprimento às palavras por ele anunciadas e sendo ele próprio a salvação.

Quem o escuta com os mais elevados sentimentos e espírito de fé nas Letras Sagradas encontra-se, evidentemente, com Jesus de Nazaré. Encontrá-lo significa perceber e, ao mesmo tempo, carregar consigo as marcas de uma etapa de vida, que nos faz antever numa nítida clareza, que é o dom da salvação de Deus. Para os que se dispõem a seguir esse caminho, Jesus os chama de amigos, chamados também a percorrer pelo caminho da verdade, ao abraçar a missão de fazer pela humanidade a mesma coisa que ele fez, aquilo que a criatura humana, por si só, jamais ousou fazer.

No exemplo do velho Simeão, que os nossos olhos fixos na salvação, e também em Jesus de Nazaré, nos ajudem a compreender as dificuldades pelas quais passa a humanidade, envolvida em desconcertantes trevas e crises. Como filhos da Igreja, repletos de confiança, somos convidados a reavivar o dom da fé e a reaprender com o Filho de Deus, dentro de uma postura lúcida e responsável, identificada com o seu Evangelho.

A salvação em Jesus, “luz para iluminar as nações”, só mesmo pela nossa confiança em ti, no compromisso por um mundo inflamado da força e da misericordiosa ternura de Deus, para que penetre sempre mais a consciência de que a Igreja é uma organização de voluntários, a qual espera, alegremente, muito de seus membros. Amém!

*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).


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