Pe. Geovane Saraiva*
A força das palavras e dos símbolos usados hoje é incalculável, nesta Quarta-feira de Cinzas, dia em que se celebra o início do novo tempo litúrgico na Igreja. Constatam-se as indizíveis marcas, seja pela dimensão de conversão interior, seja também pela dimensão da caridade e da solidariedade, no objetivo da Campanha da Fraternidade de 2023, que tem como lema “Dai-lhes vós mesmos de comer”, sem esquecer das mensagens do Papa Francisco, mensagens da Igreja do Brasil, através dos nossos bispos e no ensinamento da própria Igreja, pelo texto-base da CF.
Que todas as reflexões, enormemente claras e lúcidas, corroborem no sentido da continuidade e de tudo o que nos acompanha ao longo da Quaresma, na nossa caminhada rumo à Páscoa definitiva! Nesta Quaresma de 2023, que a importância da nossa caminhada, sem nunca interromper ou parar com nossos passos, no desígnio de Deus, seja nosso seguro propósito. Importa, e como importa, manter os olhos fixos, indo longe, à frente e distante, até atingir seu intento ou finalidade, naquele objetivo claro e definido, como indicador de uma meta infinita, definitiva.
Às vezes estamos sozinhos, vendo-nos sem apoio e solidariedade, mas de modo algum não importa, que se siga firme. Evidentemente, é melhor andar juntos e em comunidade, pelas estradas da vida, na aragem que pede coragem. Deve ser mantida a viagem na estrada bonita da vida a qualquer custo, sim, mas aprendendo com as barreiras de um lado e do outro, indo adiante, mesmo na falta de solidariedade e na mediocridade de muitos.
A propósito das barreiras e da mediocridade, que possamos aprender com Dom Helder Câmara, em meio à nossa falta de boa vontade em caminhar, não nos esquecendo de que somos a Igreja Povo de Deus, peregrina na História: “Das barreiras a romper, a que mais custa e a que mais importa é, sem dúvida, a da mediocridade”. Conscientes de que o Senhor quer nos conduzir até a linha de chegada, de cabeças curvadas por causa do recebimento
das cinzas, em sinal de humildade e implorando o perdão dos pecados, resta-nos
acreditar que ele é grande e infinitamente maior.
*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).
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