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| Padre António Vieira (1608-1697) numa pintura de José Rodrigues Nunes |
É apresentado como «o maior projeto da história editorial portuguesa». A partir de quinta-feira, 4 de abril, estarão disponíveis os primeiros três volumes, mas a coleção completa da obra do padre António Vieira só ficará disponível daqui a dois anos. No total, são 15.000 páginas, distribuídas por 30 volumes, onde um quarto dos textos é inédito ou parcialmente inédito, sobretudo na área do teatro e da poesia.
Através desta publicação, segundo José Eduardo Franco, que coordena o projeto com Pedro Calafete, será possível aprofundar o conhecimento sobre o pensamento do jesuíta, que viveu entre 1608 e 1697 e que podia ser encarado nos dias de hoje como um «autor anti-crise». «As soluções que ele apresentou para o país, os escritos dele sobre a nossa mentalidade e os nossos políticos [permitem] dizer que ele é um autor, uma figura histórica anti-crise», afirmou o historiador à agência Lusa.
A Obra Completa de Vieira resulta de um projeto luso-brasileiro, liderado pela Reitoria da Universidade de Lisboa (UL), que envolveu 51 investigadores dos dois países. Os primeiros volumes são apresentados na quinta-feira, às 18h00, na Aula Magna da UL, e na sexta-feira, às 18h30, na sala 2 da Casa da Música, no Porto. Para José Eduardo Franco, é curioso verificar que, nos seus escritos, o padre António Vieira «faz uma crítica notável à corrupção em Portugal e nas Colônias, referindo-se à corrupção como uma espécie de cancro que impedia que Portugal progredisse - nada mais atual».
Fátima Missionária
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