quarta-feira, 27 de julho de 2022

Livro solidário, sim!

Pe. Geovane Saraiva*

Há momentos de nossa vida em que os pais contemplam seus filhos, que crescem, ou em que o homem observa a obra que acabou de fazer que desperta a consciência do quanto o nosso trabalho é, de fato, uma tarefa com outros neste mundo, mas no sentido da colaboração com Deus na criação. Que o nosso esforço, que chegou à sua concretude na publicação do livro “No Mundo de Fortaleza”, seja um hino de louvor, uma oração de fervorosa súplica, numa indizível doxologia elevada aos céus em coro.

Neste sentido, agradeço o parecer do amigo Gabriel Parente, Professor, Mestre e Doutor em História pela Universidade Federal do Ceará (UFC): “Primeiramente gostaria de parabenizá-lo pelo novo trabalho e agradecê-lo pela oferta do exemplar! Pároco da igreja de Santo Afonso há quase 19 anos e autor de várias obras, padre Geovane Saraiva nos contempla com seu mais recente livro. Permeado por memórias da vida pessoal e sacerdotal, 'No Mundo de Fortaleza’ é um trabalho marcado, entre outros aspectos, por um olhar sobre a capital do Ceará. Ao longo dos vários artigos que compõem sua obra, padre Geovane Saraiva nos oferece um conjunto de reflexões sobre a fé cristã e sobre algumas realidades vivenciadas em nossa cidade e país que, juntamente com as imagens que o ilustram, fazem do livro um importante testemunho sobre o tempo em que vivemos”.

Na alegria da vida, no otimismo, na saúde e no alívio dos fardos, contamos com Deus como nosso aliado, que alivia os fardos da humanidade; tudo, a partir dos milagres de Jesus, é mostrado: curas, alimentação da multidão, solidão no deserto, pesca milagrosa, etc. Não posso prescindir das edificantes palavras do Professor Jardel Silveira, da Universidade Federal do Ceará (UFC): “Pe. Geovane nos presenteia com mais uma obra, dessa vez o livro ‘No Mundo de Fortaleza’, com diversos registros fotográficos da nossa cidade. Mais ainda, no lançamento do livro, neste sábado, teremos a oportunidade de adquirir o livro fazendo uma doação de uma minicesta para famílias em situação de vulnerabilidade; neste sentido, recebemos de sua parte, Pe. Geovane, um duplo presente! Parabéns por mais este belo trabalho”.

Sabe-se do desenvolvimento tecnológico e científico como fundamental, capaz de produzir saúde, alimentação, habitação e repouso, mas ao mesmo tempo há de se perguntar se a humanidade está inserida na lógica da vontade e do desejo de nosso Deus e Pai. Se há uma íntima proximidade do Coração Santo de Deus, no seguimento da mensagem de Jesus de Nazaré, na salvação pelo trabalho consequente, naquela busca do amor solidário, ao minimizar e aliviar cada vez mais os pesados fardos, nos ombros dos filhos de Deus e irmãos uns dos outros.

Livro solidário, sim, no testemunho da Professora Auristela Leite: “Após a tão desejada reforma, nossa praça será um local de diversão, cultura e solidariedade. O livro ‘No Mundo de Fortaleza’ terá o valor simbólico de uma cesta de alimentos, que será distribuído com as famílias em situação de vulnerabilidade da Parquelândia. A cultura contra a fome é um carinho de nosso pároco Geovane Saraiva para com as famílias da Parquelândia, além da contribuição cultural, que alimentará quem adquirir o livro ‘No Mundo de Fortaleza’”. É graça divina. Praça, cultura e solidariedade.

Na aragem da vida, que pede coragem, acolha com gentileza, "No mundo de Fortaleza", ao Concluir com a bênção do nosso Arcebispo de Fortaleza, Dom José Antônio: “Pe. Geovane, muito obrigado pelo livro! Está bastante fecundo na literatura. Será um prazer recebê-lo, quando puder. Deus o abençoe”. Amém!

*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Pe. Geovane Saraiva "No Mundo de Fortaleza"

 Airton de Farias*

(...) Uma Fortaleza de muita fé e de não poucos templos. Entre tantos, não há como deixar de notar a majestosa "Igreja Redonda", ali nas margens da Avenida Jovita Feitosa. Mais que um templo, é uma referência de arquitetura e memória da cidade. Mais que um edifício e local sagrado, é também conhecida pelas prédicas de seu pároco, Geovane Saraiva. Um religioso que pratica uma religião viva, dinâmica, engajada. 

Padre Geovane aborda e nos traz mensagens revigorantes de Cristo, que se encontra, não acima de ninguém, mas entre as pessoas, entre nós todos. Um Cristo que venceu a morte e se faz presente na solidariedade, no amor ao próximo e na justiça social. Um Cristo distante da fé enclausurada e burocrática destes tempos de falsos mitos, que, por esquecerem o humanismo, acabam turvando os corações das pessoas com palavras vazias.
É com essa sensibilidade, de uma fé redentora e do legado arquitetônico da "Igreja Redonda", que Padre Geovane nos traz mais esta obra. O religioso é um pródigo escritor, com várias obras produzidas abordando questões variadas. Aqui, nestas páginas, nosso autor está em plena forma. A sensibilidade do religioso e sua sagacidade transbordam, ao compreender os muitos espaços de Fortaleza. É uma obra de forte impacto visual, quase um álbum para as futuras gerações, sobre a capital cearense neste começo de século XXI. 
Com fotos e sínteses inteligentes, Padre Geovane nos apresenta uma Fortaleza em diversas perspectivas, quase como uma metáfora da Igreja em que atua – não ficar no lugar, girar para entender. Uma obra para ser lida e vista com tato, verdadeira materialização do ser e do sentir de um dos mais importantes religiosos desta cidade.

*Professor e Historiador. Mestrado em História pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense e Pós-doutor pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

terça-feira, 19 de julho de 2022

Fazei isto em memória de mim

 Pe. Geovane Saraiva*

Quem está acima do Sol com todo o seu esplêndido clarão, mais que a luz e mais que o dia, ao alvejar o coração humano? É aquele que é a essência de tudo o que se queira ou se possa dizer a seu respeito. Ele veio antes de tudo o que existe e está acima de qualquer coisa. Ele é aquele que é encontrado na Igreja, recordando sua sublime realização na véspera de sua paixão, naquela memorável Ceia Pascal.

A restauração humana na nova aliança, pelo sangue de Cristo, realmente é nova no Senhor Jesus, não pelos sacrifícios antigos, mas no consistente e definitivo sacrifício do próprio Deus, na total obediência e entrega do Filho. 

Ele é aquele que ensina, na ação e na oração, a criatura humana, que encontra razões para viver, ensinando a necessidade da ação, que esta requer, e justifica a oração, sendo que dessa importância não se pode prescindir do procedimento das pessoas, ficando patente que a oração sem a ação desestabiliza a vida, que a ação sem a oração se torna inócua e improdutiva.

Santo Agostinho, como referencial nas Confissões, nos ajuda a compreender o mistério de amor acima citado: “Contempla-me nelas, para que não me louves mais do que sou. Julga-me, não pelo que os outros dizem de mim, mas pelo que eu digo nelas. Contempla-me nelas e vê o que fui, na realidade, quando estive abandonado a mim mesmo (…)”.

“Fazei isto em memória de mim” é a sonhada esperança dos filhos de Deus, na reunião em forma de refeição, mas de ação de graças, como ápice de toda celebração, desde o início até o fim. Eis a oração incessante ao Pai, com espaço para súplica: pela Igreja, pelas necessidades dos presentes e ausentes, dos vivos e falecidos.

A propósito da esperança na refeição, que não se esqueça de que a Arquidiocese de Olinda e Recife está em festa e divulga a programação do 18º Congresso Eucarístico Nacional, que será celebrado de 11 a 15 de novembro de 2022, com o tema “Pão em todas as mesas” e o lema “Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles”.

*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Consistência em Cristo, sim!

 Pe. Geovane Saraiva*

Na personificada realidade misteriosa da “Sabedoria”, na qual todo bem que se faz ao próximo aqui na terra, que seja em gratidão e retribuição pelo bem mais elevado e maior, promessa do próprio Deus. O que ganho com isso? Olha, eu já ganhei! Anteriormente, eu era uma criatura ferida e ultrajada, caída e semimorta pelos caminhos inconsistentes da vida, consequência dos meus pecados e contradições. Veio Cristo e Senhor, o único e verdadeiro Bom Samaritano, e exaustivamente me salvou pelo mistério de sua cruz, santa e sagrada (Lc 10, 30-37).

No irrefutável rigor da sagrada cruz, tem-se a imagem esplendorosa do mistério excelso e divino de Deus, por quem as pessoas tendem a hesitar e não ousam nele acreditar. Como é indispensável, no que existe de mais clemente e indulgente, dar-se conta dessa realidade inescrutável e confusa, mas num excessivo gesto de profunda gratidão, numa humilde avaliação, na teimosia de não se diminuir esse mistério! “Nele foram criadas todas as coisas. Tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1, 16).

No Deus que “tudo foi feito por Ele e, sem Ele, nada foi feito de tudo quanto existe” (Jo 1, 3), como contrariar com um não, numa indiferença e insensibilidade insensata, sobretudo quando se tem que tratar do dom da vida e do meio ambiente e por ele o pulmão do mundo, a Amazônia, com toda a sua beleza, também sua complexidade, sem esquecer da realidade da saúde, que caminha para 700 mil mortos pela Covid-19, acrescentado a essas mortes as das guerras? Mesmo em meio a esse clima desfavorável, não nos afastemos d’Aquele que nasceu em Belém e que já estava agindo no mundo desde o seu primeiro instante.

Contemplemos um Deus não longínquo de seu povo, mas em Jesus de Nazaré, pelas motivadoras constatações, nos humildes e pequenos, na sua abertura ao projeto redentor, naquele que bendiz e exulta de alegria ao Pai celeste: “Eu te louvo ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos” (Mt 11, 25). Na sabedoria encarnada do Pai, eis o ponto máximo e excelso, no qual tudo encontra sua consistência.

*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).

terça-feira, 12 de julho de 2022

Quem é meu próximo?

 Por Alvim Aran*

O evangelho contado por Lucas (10, 25 - 37) começa com um Mestre da Lei querendo colocar Jesus em dificuldade, então o Mestre de Nazaré, de forma sábia, como sempre faz, responde fazendo perguntas, e após ouvir a indagação de Jesus, o mestre da lei responde aquilo que é a base para todo cristão, isto é, amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo (Lc 10, 26), Jesus concorda com a resposta dada, e o mestre da lei o interroga novamente: “quem é meu próximo?”.

Essa pergunta norteará nossa reflexão a luz da parábola do bom samaritano que Jesus conta para explicar ao Mestre da Lei o questionamento feito. Um homem que ia viajar, e na estrada sofre um assalto e fica jogado para morrer, passam por ele um sacerdote, um levita e um samaritano. Uma parábola conhecida por todas e todos que tem uma vivencia eclesial, mas que ainda não foi colocada em prática por muitas e muitos.

Foi o samaritano quem ajudou o homem, tanto o sacerdote, quanto o levita passaram direto e deixaram o assaltado para morrer. O sacerdote conhecia bem a lei e os mandamentos de Deus, assim como o levita, no entanto não tinham essa lei no coração. Se preocupavam com as tradições e esqueciam de ajudar o próximo, o templo era mais importante. O que isso quer nos dizer?

Essa parábola tem a nos ensinar o compromisso com nossas irmãs e irmãos que sofrem de diversas formas dentro da sociedade, com o avanço de políticas de morte, o descaso com os mais vulneráveis, os idosos (como Papa Francisco vem insistindo), as crianças abandonadas, ódio contra os movimentos populares, etc. Todos ao nosso redor são os próximos que devemos ajudar, independentemente da religião, orientação sexual, classe, cor, etc.

Ainda mais forte é a crítica feita por Jesus, se pensarmos bem e voltarmos ao texto, veremos que o sacerdote passou direto, isto é, o líder religioso daquela época. A história se repete, quando líderes religiosos não se importam com os sofrimentos das pessoas mais vulneráveis? Quantos e quantas estão mais preocupados com templo ou com outros afazeres que esquecem do templo vivo que somos.

A parábola ainda vai mais além, o bom samaritano não se preocupou somente com o agora, mas também com o depois, isto é, pagou tudo que o homem precisou e disse que pagaria o que fosse gasto a mais quando voltasse (Lc 10, 35). As vezes falta isso em nós, não aprendemos muito com as parábolas de Cristo, que a luta pela construção do Reino de Deus no meio de nós.

Mas para isso acontecer, irmãs e irmãos, é de suma importância nos ocuparmos com a lei que Deus quer instaurar em nossos corações (Ez 36, 26 - 28), essa lei é a mais importante, pois é partindo dela, é pelo coração de carne que Deus quer nos dar que seremos mais humanos, e é para nos tornar humanos que Jesus veio até nós, tendo em vista que o pecado é aquilo que nos desumaniza.

Não adianta conhecer a doutrina, não serve de nada conhecer de cor e saltado o catecismo da Igreja, se a celebração está bonita, se tem muitos panos, muitas rendas, se a Igreja está bem ornamentada, se antes disso tudo não se preocupar com o irmão e irmã que sofre.

Vamos ilustrar melhor, existe uma Missa Sobre o mundo, uma ideia que tiramos do padre Teilhard de Chardin. Quando um irmão sofre, toda a comunidade sofre, ou seja, a celebração eucarística, por ser a festa da comunidade, deve acoplar tudo que ocorre no mundo. Se um irmão está com fome, é responsabilidade nossa dar ele de comer, e isso é uma ordem do próprio Jesus (Mc 6, 37). Se um irmão sofre injustiças é nosso dever lutar para que esse tenha justiça, ainda sim, é o próprio Mestre de Nazaré que nos manda (Mt 5, 6).

Jesus, com a passagem do bom samaritano, quer nos ensinar a ter compaixão, isto é, compadecer com o outro. Quem é meu próximo? Uma pergunta subjetiva, isto é, cada um e cada uma pode dar uma resposta diferente. Meu próximo pode ser meu vizinho e minha vizinha que precisa de um ombro amigo para conversar, pode ser aquele que precisa de uma cesta básica, ou então, aquele que é afetado por uma necro-politica promovida pelos políticos defensores da elite.

Olhemos, irmãs e irmãos, para Jesus Cristo e com Ele aprender a ter compaixão. A deixar que Deus monte base em nosso coração e instaure seu Reino em nós, para sermos reflexo desse Reino no mundo. E acabar com tudo que coopera para a destruição do mundo em geral, do ser humano e de toda nossa casa comum.

São Carlos de Foucauld, nosso irmão universal, rogai por nós!

*Seminarista da Diocese de Guanhães, 3º ano de Filosofia, Seminário Maior de Diamantina-MG

quinta-feira, 7 de julho de 2022

Da tristeza à esperança

 Pe. Geovane Saraiva*

Como é maravilhoso repetir, mas num profundo júbilo, também na mais elevada reverência, ou no alegre exagero de satisfação: “Ó Deus, sois o meu Deus, desde o raiar da aurora a vós procuro: de vós tem sede a minha alma, por vós desfalece a minha carne, como a terra árida, esgotada e sem água. Assim vos contemplo no lugar santo, para ver o poder e a vossa glória. Porque melhor que a vida é a vossa graça; meus lábios hão de louvar-vos. Assim vos hei de bendizer na minha vida: em vosso nome elevarei as minhas mãos”!

Não podemos jamais nos salvar apenas com nossa responsabilidade coletiva e pessoal. A fé cristã pede destemor e coragem, ensina-nos a pensar na incapacidade da criatura humana, ao aplicar ou atribuir a si mesmo sua realização em Deus, sua salvação. Sabe-se que, pelo pecado, rompe-se a harmônica interação com Deus; sabe-se também que Ele é o fundamento absoluto da realização dos homens e que, sem o elemento da sua graça divina, ninguém alcança a restauração e a paz duradoura. Jesus nos eleva muito acima de nossa impotência e nos oferece o seu Espírito, na feliz consequência do novo nascimento, da vitória sobre o pecado, na vida em Deus.

Mais do que nunca a humanidade precisa acreditar no espírito de reconciliação, mas a partir do gólgota, do horto ou do Monte das Oliveiras, de sua morte, e morte de cruz, no seu gesto maior e supremo. Jesus é preso na hora e no lugar em que se encontra com sua oração em meio ao conflito ou “em angústia mortal”. É o que se sabe que, depois da última ceia, Jesus se retira para o Horto das Oliveiras, vai para um lugar isolado, no declive ou ladeira da cidade. Durante aquela sua oração, consciente da reconciliação humana e com todas as coisas, não fugiu do que lhe ia acontecer e suportar, a ponto de dizer aos discípulos: “A minha alma está numa tristeza mortal” (Mc 14, 34). 

Na angústia mortal de muitas criaturas humanas, associada ao amor infinito de Jesus pelos últimos da sociedade, mas de forma carismática, na incontroversa fidelidade ao Pai, que se percebam a vida, o dom e a graça. Tudo no “seu suor que se tornou como gotas de sangue a escorrer pela face da terra” (Lc 22, 44). Jesus, na oração, talvez a mais linda e que jamais se tenha rezado em toda a terra, afirma na tristeza: “Abba, Pai, suplicava ele. Tudo te é possível, afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça o que eu quero, senão o que tu queres” (Mc 14, 36).

Que a promessa de Jesus de Nazaré – o da história e da fé –, que, indiscutivelmente, está vivo e presente no coração das pessoas de boa vontade e no mundo, nos estimule generosamente, no sentido de imitar seu gesto de entrega, com o desejo de um mundo harmonizado, pactuado e pacificado em Deus.

*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).