"Alguém estará surpreso: 'O Papa foi visitar evangélicos!' Foi encontrar irmãos! – respondeu (plausos). Porque, na verdade, foram eles que vieram por primeiro me encontrar em Buenos Aires. E isso é um testemunho. Vieram e se aproximaram. Eassim começou esta amizade, esta proximidade entre os pastores de Buenos Aires. E hoje aqui. Agradeço muito a vocês, peço que rezem por mim, preciso muito... para que ao menos eu seja melhor. Obrigado! (aplausos)."
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quinta-feira, 31 de julho de 2014
IMDH e Pastoral da Mobilidade Humana atendem ganeses que buscam refúgio no Brasil
30/07/2014 | Assessoria de Imprensa
O Instituto de Migrações e Direitos Humanos (IMDH), da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu (Scalabrinianas) atendeu, nos últimos meses, 295 ganeses que chegaram ao Distrito Federal, com solicitação de refúgio.
De acordo com a diretora do Instituto, irmã Rosita Milesi, o número vem crescendo significativamente não só em Brasília como em outras cidades, a exemplo de Caxias do Sul (RS), Criciúma (SC) e São Paulo (SP). Dados do IMDH mostram que os imigrantes atendidos são, na maioria, homens entre 20 e 40 anos, que informam terem vindo de Acra, capital de Gana.
Enquanto uns já se apresentaram à Polícia Federal para solicitar refúgio, outros aguardam para ser atendidos. "Todos expressam a grande esperança de receber proteção, segurança e de construir melhores condições de vida no Brasil", explica irmã Rosita. Entre os motivos para o pedido de refúgio, a religiosa cita os conflitos por questões fundiárias, perseguição devido à orientação religiosa, dificuldade de trabalho e falta de perspectiva em seu país de origem. Enquanto aguardam a documentação necessária para poder trabalhar no Brasil, muitos enfrentam dificuldades e vivem em situações precárias, nas regiões mais carentes e distantes.
Irmã Rosita acrescenta que o IMDH, com o apoio da Pastoral da Mobilidade Humana da CNBB, realiza campanhas de alimentos, cobertores, produtos básicos de higiene e objetos de casa e cozinha, para atendimento emergencial às necessidades dos imigrantes. Informa, ainda, que o Instituto tem auxiliado na obtenção da carteira de trabalho e previdência social. Além disso, orienta sobre a documentação e disponibiliza o contato com empresas que podem oferecer empregos.
Outra iniciativa do IMDH refere-se às aulas de português, com a colaboração de voluntários. "Eles (os imigrantes) estão muito ansiosos por aprender o idioma, cientes da importância deste aspecto para sua inserção na comunidade e também laboral", ressalta.
Levantamento recente do Ministério da Justiça mostra que durante a Copa do Mundo foram emitidos 8.767 vistos para ganeses e 2.529 entraram efetivamente no País desde então. Dos 295 que se encontram em Brasília, o IMDH informa que 75 receberam o protocolo ainda durante o primeiro semestre de 2014. Alguns o estão recebendo neste período após a Copa, e outros ainda aguardam recebê-lo nos próximos meses, segundo agendamento da Polícia Federal.
Fonte: www.cnbb.org.br
Dom Helder Câmara: o artífice da paz, nosso Dom Quixote, outro cavaleiro andante
Por Pe. Geovane Saraiva,
Fortaleza, 18/07/2014
"Em Tuas Mãos, Senhor", na Sé de Olinda,
jaz os restos mortais do
pastor dos empobrecidos.
Deus seja louvado por suas santas criaturas!
Para entender o mineiro
Gilmar P. da Silva SJ*
Em Minas Gerais as palavras dobram. Isso mesmo. Não dobram de tamanho, dobram em si mesmas. O que faz com que uma sentença inteira caiba em uma só palavra. Por exemplo, as tradicionais perguntas existenciais “Onde que eu estou?”, “Para onde que eu vou?” e “Quem que eu sou?” dobram-se no “mineirês” em “Onqotô?”, “Pronqovô” e “Qemqosô?”. A palavra mineira é antes de tudo uma palavra dobrada.
A dobra na terra das Gerais faz com que as coisas se toquem muito facilmente. O longe é logo ali. O “segue toda a vida”, pode ser um pequeno seguimento de reta. Tal coisa se passa também no campo da crença. Com frequência se ouve, após um longo relato mistérico – os famosos “causos” –, a célebre frase: “Acreditar, eu não acredito mas, duvidar, também, não duvido”. Não há síntese. As coisas são como são. Tensionadas, coladas, justapostas, dobradas. Mesmo a percepção do tempo não é retilínea e uniforme. “Trudia mês” ou “Outro dia mesmo” pode ter sido em um passado um pouco mais remoto do que pareça. A noção temporal é elástica.
Sabe-se lá qual é a origem dessa forma organizar a realidade. Fato é que até o relevo de Minas é repleto de dobramentos recentes, como a Serra da Piedade. Há de se acostumar com as curvas. O que se reflete nas conversas. Uma coisa não costuma ser dita diretamente. Ao contrário, faz-se voltas para dizer o que se quer. Dá que o outro se ofende! E o mineiro se redobra, como o manto de suas imagens barrocas, ocultando muita coisa em sua discrição. Seja ele o que “come quietinho” ou o proseador que, no volume de suas dobras, esconde mais do que se imagina.
O grupo Corpo, companhia de dança, traduz bem sua origem mineira na peça “Onqotô”. A peça é alinhavada pela questão existencial da origem. A pergunta metafísica faz dobra no balé com muitos movimentos de chão. É como se o caos e a ordem da gênese estivessem dobrados na dança, que traduz, em um só passo, transcendência e imanência. Para adentrar a dobra mineira, vale ver o Corpo, dobrando-se e redobrando-se, no Palácio das Artes, dos dias 07 a 10 de Agosto. O espetáculo acontece também no mesmo mês em São Paulo (13 a 18) e Porto Alegre (30 e 31). Em Setembro (4 a 7) estará no Rio de Janeiro. Junto com “Onqotô” também será apresentado a peça “Triz”. É dança em dobro.
*Mestrado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, com pesquisa em Signo e Significação nas Mídias, Cultura e Ambientes Midiáticos. Graduação em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Possui Graduação em Filosofia (Bacharelado e Licenciatura) pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. Experiência na área de Filosofia, com ênfase na filosofia kierkegaardiana.
Netanyahu diz estar determinado a destruir túneis
Militares de Israel calcularam que completar tarefa, já em sua quarta semana de execução, levará mais alguns dias.
Por Nidal al-Mughrabi e Jeffrey Heller
GAZA/JERUSALÉM - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que enfrenta pressão internacional por conta do crescente número de baixas civis em Gaza, disse nesta quinta-feira que não aceitará nenhum cessar-fogo que impeça Israel de completar a destruição de túneis utilizados por militantes para invadir território israelense.
Militares de Israel calcularam nesta quarta-feira que completar essa tarefa, já em sua quarta semana de execução, levará mais alguns dias.
"Estamos determinados a completar essa missão, com ou sem um cessar-fogo", disse Netanyahu em um pronunciamento público na abertura de uma reunião de gabinete, em Tel Aviv. "Não vou concordar com nenhuma proposta que não vá permitir às Forças Armadas de Israel completar essa importante missão em nome da segurança de Israel."
Deixando aberta a opção de ampliar a campanha terrestre na Faixa de Gaza, dominada pelo grupo militante islâmico Hamas, as forças israelenses informaram ter convocado mais 16 mil reservistas. Uma fonte militar disse que eles substituíram um número parecido de soldados da reserva que estão sendo dispensados.
Na quarta-feira o gabinete de segurança de Netanyahu aprovou a continuidade das operações lançadas em 8 de julho em resposta a um surto de ataques do Hamas. Israel também enviou uma delegação para o Egito, a qual tem tentado, com a chancela dos Estados Unidos, mediar um cessar-fogo.
No entanto, os EUA também vêm permitindo nas últimas semanas que Israel tenha acesso ao arsenal norte-americano na região, a fim de se reabastecer de granadas e munição de morteiros, disse uma autoridade dos EUA nesta quinta-feira.
Altos funcionários em Gaza dizem que pelo menos 1.372 palestinos, a maioria deles civis, foram mortos no território, e cerca de 7.000 ficaram feridos. Do lado de Israel, 56 soldados perderam a vida em confrontos em Gaza e mais de 400 ficaram feridos. Três civis foram mortos por ataques de foguetes palestinos contra Israel.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, condenou fortemente na quarta-feira, as mortes de pelo menos 15 palestinos entre milhares de pessoas que se abrigavam em uma escola administrada pela ONU. A entidade disse que sua avaliação inicial era de que munição de artilharia israelense havia acertado o prédio. ?É ultrajante. É injustificável. E isso demanda prestação de contas e justiça?, disse Ban.
Israel disse que suas forças foram atacadas por combatentes perto da escola, em Jabalya, no norte do enclave, e revidaram o fogo. Em outro incidente no mesmo dia, 17 pessoas foram mortas em um mercado de Shejaia, novamente sob suspeita de ter sido alvo da artilharia israelense. Forças de Israel disseram que investigariam os casos.
"Tal massacre exige uma resposta como um terremoto" disse o porta-voz do Hamas, Fawzi Barhoum, cujo grupo continua com sua campanha de dezenas de lançamentos diários de foguetes contra Israel, que conseguiu manter um número baixo de mortos nesses ataques graças a seu sistema de defesa antimísseis e de sirenes de alerta.
Na cidade de Beit Lahiya, no norte da Faixa de Gaza, bombardeios de tanques israelenses na quarta-feira atingiram outra escola administrada pela ONU. Pelo menos 30 pessoas abrigadas no interior foram feridos por estilhaços e cacos de vidro, disseram testemunhas e funcionários do hospital.
Fugindo dos ataques terrestres israelenses em áreas residenciais, precedidos de advertências do Exército de Israel para que esvaziem a área, mais de 200.000 do 1,8 milhão de palestinos da Faixa de Gaza deixaram suas casas em busca de refúgio. A pequena infraestrutura do território está em ruínas, com quedas de energia e de água.
Israel diz que está tentando evitar vítimas civis e acusa o Hamas e outras facções palestinas de procurarem combates em áreas urbanas.
Ambos os lados têm manifestado abertura para uma trégua, mas os seus termos divergem dramaticamente. Israel, que considera o Hamas uma ameaça à sua segurança, quer a Faixa de Gaza despojada de túneis e de seu estoques de foguetes. O Hamas rejeita essa exigência e busca o fim ao bloqueio de Gaza imposto por Israel e Egito, o qual paralisa sua economia.
Reuters
Despoluição começou na década de 90
Acordo assinado em julho de 1991, previa a cooperação técnica entre os governos brasileiro e japonês,
As tentativas de despoluição da Baía de Guanabara tiveram início muito antes de o Rio de Janeiro ser cotado para sediar as Olimpíadas de 2016. O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) foi assinado em julho de 1991 e previa a cooperação técnica entre os governos brasileiro e japonês, depois da experiência bem-sucedida na despoluição da Baía de Tóquio. Além do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), houve investimento do Japan Bank for Internacional Cooperation (JBIC).
Em 15 anos de vigência, foram consumidos US$ 800 milhões, do total de US$ 1,169 bilhão previstos, mas o programa teve pouca efetividade. A última parcela que seria repassada pelo BID foi cancelada devido aos atrasos no cronograma e à falta da contrapartida do governo do estado. Os dados fazem parte da Auditoria Operacional no PDBG feita pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) em agosto de 2006.
O PDBG vigorou de 1991 a 2006 e envolveu um amplo conjunto de obras e atividades multidisciplinares para reduzir os índices de poluição da Baía de Guanabara, com a missão de implantar sistemas, fazer obras e aperfeiçoamento humano dos órgãos operadores.
Para o professor de recursos hídricos Paulo Canedo, do Instituto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), o intuito do PDBG era sanear a parte continental da baía, para que a poluição não chegasse na água. Mas, de acordo com ele, as obras feitas não beneficiaram quem mais precisava.
“O investimento foi feito, obras foram realizadas, o dinheiro não sumiu. Mas o dinheiro não se transformou em benefício para quem precisava. Estações de tratamento de esgoto foram construídas mas não estão funcionando adequadamente, não tem esgoto o suficiente chegando, portanto, não estão cumprindo a sua missão.”
O PDBG construiu quatro grandes estações de Tratamento de Esgoto (ETEs): Alegria, no Caju, zona portuária do Rio de Janeiro; São Gonçalo, na região metropolitana da capital; e Pavuna e Sarapuí, na Baixada Fluminense. Entretanto, as redes coletoras que deveriam levar o esgoto das residências até as ETEs não foram construídas deixando as estações de tratamento sem utilidade.
A conclusão do Tribunal de Contas é que, em 12 anos de execução do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara, houve falhas graves no planejamento e controle. Com 80,45% do valor total de investimento empregado, as ETEs funcionavam na época da análise muito abaixo da capacidade. O relatório aponta também atrasos excessivos nas obras devido a falhas de concepção dos projetos, além de falhas de planejamento, pendências dos municípios envolvidos, atrasos pela não liberação de recursos estaduais e falta de acompanhamento da dinâmica socioeconômica da região.
“Os constantes atrasos no pagamento de despesas para a execução de obras demostram a deficiência na administração financeira por parte do governo do estado, retardando e/ou paralisando obras de elevada relevância ambiental e social, além de causarem prejuízo ao Erário estadual”, aponta o relatório.
A auditoria demonstrou que os atrasos no cronograma levaram o governo do estado a pagar juros de US$ 259,88 milhões ao BID, além de US$ 7,2 milhões para a Comissão de Crédito por não utilizar todo o recurso no prazo estabelecido.
Para o secretário-executivo do Comitê de Bacia da Baía de Guanabara, Alexandre Braga, o que faltou na época do PDBG foi trabalho integrado. “Nós estamos com metas de 18 anos atrás que nós não alcançamos. Foi por falta de interesse do secretário De jeito nenhum. Foi por falta de interesse do governo Não. Foi por falta de interesse da sociedade Não. O que falta é uma articulação. Nós precisamos todos trabalhar juntos para alcançar esse objetivo.”
Em 15 anos de vigência, foram consumidos US$ 800 milhões, do total de US$ 1,169 bilhão previstos, mas o programa teve pouca efetividade. A última parcela que seria repassada pelo BID foi cancelada devido aos atrasos no cronograma e à falta da contrapartida do governo do estado. Os dados fazem parte da Auditoria Operacional no PDBG feita pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) em agosto de 2006.
O PDBG vigorou de 1991 a 2006 e envolveu um amplo conjunto de obras e atividades multidisciplinares para reduzir os índices de poluição da Baía de Guanabara, com a missão de implantar sistemas, fazer obras e aperfeiçoamento humano dos órgãos operadores.
Para o professor de recursos hídricos Paulo Canedo, do Instituto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), o intuito do PDBG era sanear a parte continental da baía, para que a poluição não chegasse na água. Mas, de acordo com ele, as obras feitas não beneficiaram quem mais precisava.
“O investimento foi feito, obras foram realizadas, o dinheiro não sumiu. Mas o dinheiro não se transformou em benefício para quem precisava. Estações de tratamento de esgoto foram construídas mas não estão funcionando adequadamente, não tem esgoto o suficiente chegando, portanto, não estão cumprindo a sua missão.”
O PDBG construiu quatro grandes estações de Tratamento de Esgoto (ETEs): Alegria, no Caju, zona portuária do Rio de Janeiro; São Gonçalo, na região metropolitana da capital; e Pavuna e Sarapuí, na Baixada Fluminense. Entretanto, as redes coletoras que deveriam levar o esgoto das residências até as ETEs não foram construídas deixando as estações de tratamento sem utilidade.
A conclusão do Tribunal de Contas é que, em 12 anos de execução do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara, houve falhas graves no planejamento e controle. Com 80,45% do valor total de investimento empregado, as ETEs funcionavam na época da análise muito abaixo da capacidade. O relatório aponta também atrasos excessivos nas obras devido a falhas de concepção dos projetos, além de falhas de planejamento, pendências dos municípios envolvidos, atrasos pela não liberação de recursos estaduais e falta de acompanhamento da dinâmica socioeconômica da região.
“Os constantes atrasos no pagamento de despesas para a execução de obras demostram a deficiência na administração financeira por parte do governo do estado, retardando e/ou paralisando obras de elevada relevância ambiental e social, além de causarem prejuízo ao Erário estadual”, aponta o relatório.
A auditoria demonstrou que os atrasos no cronograma levaram o governo do estado a pagar juros de US$ 259,88 milhões ao BID, além de US$ 7,2 milhões para a Comissão de Crédito por não utilizar todo o recurso no prazo estabelecido.
Para o secretário-executivo do Comitê de Bacia da Baía de Guanabara, Alexandre Braga, o que faltou na época do PDBG foi trabalho integrado. “Nós estamos com metas de 18 anos atrás que nós não alcançamos. Foi por falta de interesse do secretário De jeito nenhum. Foi por falta de interesse do governo Não. Foi por falta de interesse da sociedade Não. O que falta é uma articulação. Nós precisamos todos trabalhar juntos para alcançar esse objetivo.”
Agência Brasil
A primeira visita de um Papa a um Pastor protestante
Francisco é um Papa livre de regras que desnorteia amigos e inimigos: com um gesto sem precedentes retorna hoje a Caserta – onde estivera sábado em visita à comunidade católica – para encontrar um Pastor protestante, Giovanni Traettino, e sua comunidade.
Mas, na verdade sua ideia originária era ir para lá uma só vez e precisamente para este encontro ecumênico “privadíssimo”, como fora anunciado pelo porta-voz vaticano, provocando desconcerto no bispo de Caserta e no cardeal de Nápolis Sepe, mas também no tradicionalismo católico e entre os próprios protestantes do movimento “evangélico pentecostal” ao qual pertence o pastor Traettino.
Os temores dos ambientes da direita católica se expressaram na web, por exemplo nos sites “Papale papale” e “Chiesa e postconcilio [Igreja e pós concílio]. Os dos protestantes nos sites “Non tolero Jezabel” e em “Notgizievangeliche.com”, que fala da “preghiera” [prece] de Traettino “com seu irmão Francisco” como de “uma coisa escandalosa que traz descrédito à via da verdade”.
As 350 pessoas que acolheram Francisco hoje às 11 em Caserta, na sede da “Igreja da reconciliação”, pertencem ao pentecostalismo protestante que está em tumultuoso crescimento na América Latina, mas também em outros continentes: calcula-se que pertencem atualmente a ele quase um terço dos cristãos de todo o mundo.
Este movimento é em grande parte de orientação fundamentalista, contrário ao “diálogo com a Igreja Católica, mas nem todos são tão rígidos. Traettino é animador de um ramo pentecostal que procura a colaboração com os católicos e já em 1998 encontrou por primeira vez o arcebispo Bergoglio em Buenos Aires e se tornou seu amigo.
Jamais um Papa tinha saído de Roma para encontrar um pastor protestante. Quando Francisco se deu conta que não podia ir a Caserta sem encontrar-se com os católicos, inventou as duas visitas, mas na sua decisão de dar fé ao empenho de uma visita-encontro com os pentecostais também há um intento estratégico: favorecer o componente dialógico do pentecostalismo e provocar um repensamento nos tradicionalistas católicos.
Mas, na verdade sua ideia originária era ir para lá uma só vez e precisamente para este encontro ecumênico “privadíssimo”, como fora anunciado pelo porta-voz vaticano, provocando desconcerto no bispo de Caserta e no cardeal de Nápolis Sepe, mas também no tradicionalismo católico e entre os próprios protestantes do movimento “evangélico pentecostal” ao qual pertence o pastor Traettino.
Os temores dos ambientes da direita católica se expressaram na web, por exemplo nos sites “Papale papale” e “Chiesa e postconcilio [Igreja e pós concílio]. Os dos protestantes nos sites “Non tolero Jezabel” e em “Notgizievangeliche.com”, que fala da “preghiera” [prece] de Traettino “com seu irmão Francisco” como de “uma coisa escandalosa que traz descrédito à via da verdade”.
As 350 pessoas que acolheram Francisco hoje às 11 em Caserta, na sede da “Igreja da reconciliação”, pertencem ao pentecostalismo protestante que está em tumultuoso crescimento na América Latina, mas também em outros continentes: calcula-se que pertencem atualmente a ele quase um terço dos cristãos de todo o mundo.
Este movimento é em grande parte de orientação fundamentalista, contrário ao “diálogo com a Igreja Católica, mas nem todos são tão rígidos. Traettino é animador de um ramo pentecostal que procura a colaboração com os católicos e já em 1998 encontrou por primeira vez o arcebispo Bergoglio em Buenos Aires e se tornou seu amigo.
Jamais um Papa tinha saído de Roma para encontrar um pastor protestante. Quando Francisco se deu conta que não podia ir a Caserta sem encontrar-se com os católicos, inventou as duas visitas, mas na sua decisão de dar fé ao empenho de uma visita-encontro com os pentecostais também há um intento estratégico: favorecer o componente dialógico do pentecostalismo e provocar um repensamento nos tradicionalistas católicos.
Corriere della Sera, 28-07-2014.
Mudanças climáticas afetam milho e trigo
Um aumento de 1ºC já seria suficiente para reduzir a produção do milho em 7%, e a do trigo em 6%.
Uma nova pesquisa publicada recentemente no periódico Environmental Research Letters sugere que as mudanças climáticas aumentam a chance de que haja uma diminuição no rendimento das colheitas de milho e trigo, o que pode afetar os preços e a disponibilidade dos alimentos em longo prazo.
Cientistas da Universidade Stanford e do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica (NCAR), ambos dos Estados Unidos, afirmam em um novo estudo que, embora uma redução severa na produção dessas colheitas seja improvável, o aquecimento global aumenta o risco de que isso aconteça em até 20 vezes.
Usando modelos de computador do clima global, os pesquisadores descobriram que a probabilidade de as alterações climáticas naturais causarem a diminuição no rendimento era de 0,5%. Mas quando os autores levaram em consideração o aquecimento global intensificado pelo homem, as probabilidades subiram para 5% nas colheitas de trigo e 10% nas de milho.
Os pesquisadores indicam que um aumento de 1ºC já seria suficiente para reduzir a produção do milho em 7%, e a do trigo em 6%. Dependendo da região de crescimento da colheita, as chances de tal aumento de temperatura nos próximos 20 anos eram de 30% a 40% quando se considerava a elevação no nível das emissões de CO2. Já no cenário das alterações naturais, sem aumento das emissões, as chances de tal elevação nas temperaturas diminuíam muito.
Claudia Tebaldi, cientista do NCAR e coautora do estudo, observou que não se pode “prever se uma grande redução na produção das colheitas realmente acontecerá, e as probabilidades ainda são bastante reduzidas”.
“Mas as mudanças climáticas aumentam as chances a um ponto em que as organizações preocupadas com a segurança alimentar ou a estabilidade global precisam estar cientes desse risco”, continuou Tebaldi.
Isso significa que há uma chance considerável de que ocorra certa diminuição no rendimento de colheitas de milho e trigo, o que atrapalharia o crescimento estimado pela ONU de 13% por década na produção dessas culturas até 2030, considerando ainda que o rendimento das colheitas teria que aumentar devido à crescente população e demanda por biocombustíveis.
“Frequentemente me perguntam se as mudanças climáticas ameaçarão a oferta de alimentos, como se fosse uma simples questão de sim ou não”, comentou David Lobell, diretor associado do Centro de Segurança Alimentar e Meio Ambiente da Universidade Stanford e coautor da pesquisa.
“A verdade é que, em um período de dez ou 20 anos, isso depende grandemente de quão rapidamente a Terra esquentará, e não podemos prever o ritmo do aquecimento muito precisamente. Então o melhor que podemos fazer é tentar determinar as probabilidades”, concluiu Lobell.
Cientistas da Universidade Stanford e do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica (NCAR), ambos dos Estados Unidos, afirmam em um novo estudo que, embora uma redução severa na produção dessas colheitas seja improvável, o aquecimento global aumenta o risco de que isso aconteça em até 20 vezes.
Usando modelos de computador do clima global, os pesquisadores descobriram que a probabilidade de as alterações climáticas naturais causarem a diminuição no rendimento era de 0,5%. Mas quando os autores levaram em consideração o aquecimento global intensificado pelo homem, as probabilidades subiram para 5% nas colheitas de trigo e 10% nas de milho.
Os pesquisadores indicam que um aumento de 1ºC já seria suficiente para reduzir a produção do milho em 7%, e a do trigo em 6%. Dependendo da região de crescimento da colheita, as chances de tal aumento de temperatura nos próximos 20 anos eram de 30% a 40% quando se considerava a elevação no nível das emissões de CO2. Já no cenário das alterações naturais, sem aumento das emissões, as chances de tal elevação nas temperaturas diminuíam muito.
Claudia Tebaldi, cientista do NCAR e coautora do estudo, observou que não se pode “prever se uma grande redução na produção das colheitas realmente acontecerá, e as probabilidades ainda são bastante reduzidas”.
“Mas as mudanças climáticas aumentam as chances a um ponto em que as organizações preocupadas com a segurança alimentar ou a estabilidade global precisam estar cientes desse risco”, continuou Tebaldi.
Isso significa que há uma chance considerável de que ocorra certa diminuição no rendimento de colheitas de milho e trigo, o que atrapalharia o crescimento estimado pela ONU de 13% por década na produção dessas culturas até 2030, considerando ainda que o rendimento das colheitas teria que aumentar devido à crescente população e demanda por biocombustíveis.
“Frequentemente me perguntam se as mudanças climáticas ameaçarão a oferta de alimentos, como se fosse uma simples questão de sim ou não”, comentou David Lobell, diretor associado do Centro de Segurança Alimentar e Meio Ambiente da Universidade Stanford e coautor da pesquisa.
“A verdade é que, em um período de dez ou 20 anos, isso depende grandemente de quão rapidamente a Terra esquentará, e não podemos prever o ritmo do aquecimento muito precisamente. Então o melhor que podemos fazer é tentar determinar as probabilidades”, concluiu Lobell.
Instituto Carbono Brasil
Os ídolos da nova geração de brasileiros
Os três primeiros colocados na pesquisa não são brasileiros: Barack Obama, Steve Jobs e Bill Gates.
Você admira algum líder da atualidade? Se sim, qual o nome dele? Qual característica deste líder o levou a escolhê-lo? Essas perguntas foram respondidas por 51.674 jovens brasileiros entre 17 e 26 anos - dos quais 55% já estão no mercado de trabalho - e trouxe um resultado tão diverso quanto curioso.
Pouco mais da metade dos respondentes disse admirar um líder e Barack Obama foi o nome mais citado, seguido pelos gurus da tecnologia Steve Jobs e Bill Gates. Já Mark Zuckerberg ficou com a quinta posição, atrás do empresário brasileiro Jorge Paulo Lemann, que estreou no ranking junto a Flávio Augusto da Silva, fundador da escola de inglês Wise Up.
Embora o presidente dos Estados Unidos tenha sido o mais admirado, os políticos perderam espaço na comparação com o levantamento do ano passado. Lula e Dilma, presentes em 2013, não estiveram entre os mais lembrados agora. Outra mudança foi o desaparecimento de Eike Batista e o retorno de Silvio Santos. Joaquim Barbosa, Roberto Justus e o Papa Francisco completam o top 10.
A razão mais votada para escolher um líder foi empreendedorismo e capacidade de inovar. De acordo com Adriana Chaves, diretora de desenvolvimento e carreira da Cia. de Talentos, que realizou a pesquisa em parceria com a Nextview People, isso mostra que essa geração, de fato, pensa diferente das anteriores. Características pessoais, causa pela qual luta e/ou valores, e visão sistêmica - clareza de onde quer chegar e de como fazê-lo - foram outros fatores valorizados.
Segundo Adriana, o noticiário e a mídia de maneira geral ainda exercem grande influência nos jovens em uma escolha dessa natureza. Por outro lado, alguns nomes começam a cair nas graças dessa geração em razão da forte presença no mundo virtual. A entrada de Lemann entre os mais admirados, no entanto, deve-se a uma somatória de tudo isso.
Ainda que sempre preze pela discrição, ele voltou a ganhar destaque nos últimos meses ao firmar uma parceria com o magnata americano Warren Buffett e comprar marcas famosas como a Heinz. Após o império de Eike Batista ruir, passou a ser chamado de "o verdadeiro bilionário do Brasil" e "o mais bem-sucedido empresário do país". Além disso, é o nome forte por trás da Fundação Estudar, que tem presença ativa na internet e oferece bolsas para que brasileiros possam estudar nas melhores universidades do mundo.
O carioca Flávio Augusto da Silva, de 42 anos, tem uma imagem parecida perante o público jovem. Após fundar e vender a rede de escolas de inglês Wise Up para a Abril Educação, no ano passado, por R$ 877 milhões, atualmente ele administra seu fundo de investimentos T-BDH e é dono do Orlando City Soccer Club. O time de futebol dos Estados Unidos recentemente ascendeu à primeira divisão da liga americana e contratou o jogador Kaká, emprestado ao São Paulo até o fim do ano.
Mesmo com sua bem-sucedida trajetória profissional, foi com o canal "Geração de Valor", no Facebook, que conquistou e a admiração de milhões de estudantes e recém-formados. Lá, ele dá dicas sobre carreira, empreendedorismo e compartilha suas experiências usando uma linguagem informal e próxima de seus seguidores. "Embora não trabalhe com este fim, ser reconhecido como uma inspiração é gratificante na medida em que considero essa uma função útil. Afinal, toda grande ideia ou projeto começa de um 'insight'. Meu desejo é fazer jus a essa confiança e continuar colaborando com os jovens brasileiros", afirma.
Silva se diz um apaixonado pelas novas gerações, que considera versáteis, inteligentes, ávidas por inovação e com uma enorme vontade de transformar o mundo. "Com sua afinidade com a tecnologia e novas formas de comunicação, o jovem está em busca não apenas de um emprego para pagar as suas contas, mas de um propósito. O prazer na jornada é tão importante quanto o destino", enfatiza. Em sua opinião, as empresas que compreenderem isso vão atrair os melhores talentos.
A pesquisa contemplou também uma lista apenas com líderes brasileiros. Dentre estes, quem mais chama atenção é Bel Pesce, de apenas 26 anos de idade. Ela é fundadora da escola de desenvolvimento de talentos FazINOVA e se tornou um modelo de empreendedorismo e sucesso para os jovens. "Sou uma pessoa totalmente comum que conseguiu alcançar sonhos grandes. Eu represento que tudo é possível se você se dedicar de cabeça e de coração."
Quando tinha 17 anos, Bel conseguiu ser aprovada no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. Durante os estudos, trabalhou na Microsoft, Google e Deutsche Bank e, após a conclusão do curso, mudou-se para o Vale do Silício. Lá, participou da criação e desenvolvimento de startups e escreveu seu primeiro livro "A Menina do Vale" - disponibilizado gratuitamente na internet em 2012 e que atingiu a marca de um milhão de downloads em menos de três meses. "Procuram-se Super Herois" saiu no ano seguinte e, em setembro, ela pretende lançar "A Menina do Vale 2".
De volta ao Brasil, onde comanda a FazINOVA, Bel aposta na força de vontade e sede por responsabilidade da nova geração. "Quando falo dos jovens, falo também um pouco de mim. Queremos fazer mil coisas ao mesmo tempo e acabamos nos enrolando. O desafio está em canalizar essa energia em um objetivo. Quando acontece, é mágico", ressalta.
Outro nome que apareceu no ranking nacional é o da presidente da Petrobras, Graça Foster. Mesmo com as denúncias e escândalos envolvendo o nome da empresa, Danilca Galdini, sócia-diretora da Nextview People, afirma que essa não chega a ser uma escolha surpreendente. Das pessoas que votaram na executiva, 74% são mulheres. Dentre as principais razões para o voto estão a habilidade de superar barreiras e vencer preconceitos, e características como determinação e disciplina.
Na opinião de Danilca, o jovem cada vez mais "customiza" seus líderes. Isso significa que ele não elege alguém que considera perfeito, mas que o inspira de alguma maneira. "A Graça Foster representa isso. Ela começou cedo, em um cargo de entrada, e conseguiu chegar ao topo", explica.
As características que levaram os jovens a admirarem esses líderes, contudo, não são as mesmas que eles julgam essenciais para quem for ocupar a posição. Nessa hora, pesa mais ter iniciativa, inspirar e motivar, ter conhecimento sobre a área, trabalhar em equipe, mostrar coerência entre a fala e a ação, e desenvolver outras pessoas.
De acordo com Adriana, da Cia. de Talentos, os próprios respondentes dizem já ter boa parte dessas qualidades, ainda que estejam no início da carreira. "Eles fazem uma autoavaliação bastante otimista a respeito dos aspectos comportamentais. É como se faltasse apenas melhorar a parte técnica e estratégica para que pudessem assumir um cargo de comando", afirma.
Mas é preciso ir com calma. Por ser um dos executivos mais admirados pelos jovens, Flávio Augusto da Silva tem envergadura para aconselhar: "Como em toda nova geração, aprender com os erros e os acertos de seus antecessores é uma questão de inteligência. Os que tiverem essa humildade vão chegar mais longe."
Pouco mais da metade dos respondentes disse admirar um líder e Barack Obama foi o nome mais citado, seguido pelos gurus da tecnologia Steve Jobs e Bill Gates. Já Mark Zuckerberg ficou com a quinta posição, atrás do empresário brasileiro Jorge Paulo Lemann, que estreou no ranking junto a Flávio Augusto da Silva, fundador da escola de inglês Wise Up.
Embora o presidente dos Estados Unidos tenha sido o mais admirado, os políticos perderam espaço na comparação com o levantamento do ano passado. Lula e Dilma, presentes em 2013, não estiveram entre os mais lembrados agora. Outra mudança foi o desaparecimento de Eike Batista e o retorno de Silvio Santos. Joaquim Barbosa, Roberto Justus e o Papa Francisco completam o top 10.
A razão mais votada para escolher um líder foi empreendedorismo e capacidade de inovar. De acordo com Adriana Chaves, diretora de desenvolvimento e carreira da Cia. de Talentos, que realizou a pesquisa em parceria com a Nextview People, isso mostra que essa geração, de fato, pensa diferente das anteriores. Características pessoais, causa pela qual luta e/ou valores, e visão sistêmica - clareza de onde quer chegar e de como fazê-lo - foram outros fatores valorizados.
Segundo Adriana, o noticiário e a mídia de maneira geral ainda exercem grande influência nos jovens em uma escolha dessa natureza. Por outro lado, alguns nomes começam a cair nas graças dessa geração em razão da forte presença no mundo virtual. A entrada de Lemann entre os mais admirados, no entanto, deve-se a uma somatória de tudo isso.
Ainda que sempre preze pela discrição, ele voltou a ganhar destaque nos últimos meses ao firmar uma parceria com o magnata americano Warren Buffett e comprar marcas famosas como a Heinz. Após o império de Eike Batista ruir, passou a ser chamado de "o verdadeiro bilionário do Brasil" e "o mais bem-sucedido empresário do país". Além disso, é o nome forte por trás da Fundação Estudar, que tem presença ativa na internet e oferece bolsas para que brasileiros possam estudar nas melhores universidades do mundo.
O carioca Flávio Augusto da Silva, de 42 anos, tem uma imagem parecida perante o público jovem. Após fundar e vender a rede de escolas de inglês Wise Up para a Abril Educação, no ano passado, por R$ 877 milhões, atualmente ele administra seu fundo de investimentos T-BDH e é dono do Orlando City Soccer Club. O time de futebol dos Estados Unidos recentemente ascendeu à primeira divisão da liga americana e contratou o jogador Kaká, emprestado ao São Paulo até o fim do ano.
Mesmo com sua bem-sucedida trajetória profissional, foi com o canal "Geração de Valor", no Facebook, que conquistou e a admiração de milhões de estudantes e recém-formados. Lá, ele dá dicas sobre carreira, empreendedorismo e compartilha suas experiências usando uma linguagem informal e próxima de seus seguidores. "Embora não trabalhe com este fim, ser reconhecido como uma inspiração é gratificante na medida em que considero essa uma função útil. Afinal, toda grande ideia ou projeto começa de um 'insight'. Meu desejo é fazer jus a essa confiança e continuar colaborando com os jovens brasileiros", afirma.
Silva se diz um apaixonado pelas novas gerações, que considera versáteis, inteligentes, ávidas por inovação e com uma enorme vontade de transformar o mundo. "Com sua afinidade com a tecnologia e novas formas de comunicação, o jovem está em busca não apenas de um emprego para pagar as suas contas, mas de um propósito. O prazer na jornada é tão importante quanto o destino", enfatiza. Em sua opinião, as empresas que compreenderem isso vão atrair os melhores talentos.
A pesquisa contemplou também uma lista apenas com líderes brasileiros. Dentre estes, quem mais chama atenção é Bel Pesce, de apenas 26 anos de idade. Ela é fundadora da escola de desenvolvimento de talentos FazINOVA e se tornou um modelo de empreendedorismo e sucesso para os jovens. "Sou uma pessoa totalmente comum que conseguiu alcançar sonhos grandes. Eu represento que tudo é possível se você se dedicar de cabeça e de coração."
Quando tinha 17 anos, Bel conseguiu ser aprovada no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. Durante os estudos, trabalhou na Microsoft, Google e Deutsche Bank e, após a conclusão do curso, mudou-se para o Vale do Silício. Lá, participou da criação e desenvolvimento de startups e escreveu seu primeiro livro "A Menina do Vale" - disponibilizado gratuitamente na internet em 2012 e que atingiu a marca de um milhão de downloads em menos de três meses. "Procuram-se Super Herois" saiu no ano seguinte e, em setembro, ela pretende lançar "A Menina do Vale 2".
De volta ao Brasil, onde comanda a FazINOVA, Bel aposta na força de vontade e sede por responsabilidade da nova geração. "Quando falo dos jovens, falo também um pouco de mim. Queremos fazer mil coisas ao mesmo tempo e acabamos nos enrolando. O desafio está em canalizar essa energia em um objetivo. Quando acontece, é mágico", ressalta.
Outro nome que apareceu no ranking nacional é o da presidente da Petrobras, Graça Foster. Mesmo com as denúncias e escândalos envolvendo o nome da empresa, Danilca Galdini, sócia-diretora da Nextview People, afirma que essa não chega a ser uma escolha surpreendente. Das pessoas que votaram na executiva, 74% são mulheres. Dentre as principais razões para o voto estão a habilidade de superar barreiras e vencer preconceitos, e características como determinação e disciplina.
Na opinião de Danilca, o jovem cada vez mais "customiza" seus líderes. Isso significa que ele não elege alguém que considera perfeito, mas que o inspira de alguma maneira. "A Graça Foster representa isso. Ela começou cedo, em um cargo de entrada, e conseguiu chegar ao topo", explica.
As características que levaram os jovens a admirarem esses líderes, contudo, não são as mesmas que eles julgam essenciais para quem for ocupar a posição. Nessa hora, pesa mais ter iniciativa, inspirar e motivar, ter conhecimento sobre a área, trabalhar em equipe, mostrar coerência entre a fala e a ação, e desenvolver outras pessoas.
De acordo com Adriana, da Cia. de Talentos, os próprios respondentes dizem já ter boa parte dessas qualidades, ainda que estejam no início da carreira. "Eles fazem uma autoavaliação bastante otimista a respeito dos aspectos comportamentais. É como se faltasse apenas melhorar a parte técnica e estratégica para que pudessem assumir um cargo de comando", afirma.
Mas é preciso ir com calma. Por ser um dos executivos mais admirados pelos jovens, Flávio Augusto da Silva tem envergadura para aconselhar: "Como em toda nova geração, aprender com os erros e os acertos de seus antecessores é uma questão de inteligência. Os que tiverem essa humildade vão chegar mais longe."
Valor, 30-07-2014.
Chapado na Chapada
São Jorge quase sempre é invadida por alternativos e neo-hippies do Brasil todo em busca de um tempo perdido.
Por Ricardo Soares*
Há um mundo que se desmancha e outro que se reacomoda. Vemos isso todos os dias. É fato. Nenhuma novidade. Digitalizamos o discurso para pânico de muitas de nossas mentes analógicas. No entanto nesse hiato temporal um mundo entra no outro e ficamos naquela pedra no meio do caminho. Somos um futuro incerto eivado de artérias do passado e capilaridades presentes.
Sinto-me exatamente assim quando volto de curta jornada no distrito de São Jorge, município de Alto Paraíso de Goiás. Uma região que é uma espécie de capital da deslumbrante Chapada dos Veadeiros que literalmente “chapa” os seus visitantes conforme quis deixar bem claro no título – trocadilho dessa crônica. Se você parar para ouvir o som do tempo, ver a chuva de estrelas, sentir o vento frio que bate nas cabeleiras neo-hippies daquele pedaço durante a noite vai entender exatamente o que digo.
Até o dia 2 de agosto, São Jorge sedia o XIV Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros e lá estive com equipes dos veículos da EBC – Empresa Brasil de Comunicação – para conceber especiais para a TV Brasil e nossas rádios tentando demonstrar o que é aquele entorno todo e o que promove e divulga nesse encontro, que chega na sua décima quarta edição. Para não adiantar muito só lhes digo que tive o privilégio de ver uma oficina ao vivo do mestre Naná Vasconcelos durante a tarde e de noite um espetáculo belíssimo dele no palco montado no centro de São Jorge.
São Jorge quase sempre (e ainda mais nessa época do ano) é invadida por alternativos e neo-hippies do Brasil todo (e de alguns pontos do exterior como o fotógrafo canadense Wayne Eardley) em busca de um tempo perdido. Os anos 70. Na verdade em São Jorge não é um tempo perdido, pois os anos 70 são ali achados e prospectados em todo seu vigor criativo. Apesar da preguiça que me dá certo tipo de hippie de boutique, ainda prefiro uma horda deles do que a malta de patricinhas e marombadinhos do Planalto Central que ouvem música breganeja da pior qualidade, reproduzindo preconceitos paternos e maternos contra a preservação ambiental e direitos indígenas.
Nesses curtos e intensos dias comi poeira, participei de manifestações indígenas (como espectador, of course) tomei banho de rio e cachoeira, vi artesanato que se vendia e comprava em Trindade-Paraty-Mauá nos anos 70 e ouvi muito discurso sobra paz e amor, apesar de alguns desentendimentos entre os pacifistas por conta da muvuca e do trânsito de veículos na pequena São Jorge.
Pois um dos muitos males de São Jorge é justamente a chegada de carros, muitos carros. Chegam pela estrada que estão asfaltando desde Alto Paraíso. Uma construção monstruosa que não tem nenhum estudo de manejo ambiental, onde se aterram várzeas e pequenos rios para abrirem largas faixas para os automóveis. Meu temor é que com a chegada de mais e mais carros a vocação de estilhaço dos anos 70 de São Jorge acabe se diluindo e que tudo aquilo passe a ser, como Búzios, um shopping center para as dondocas entediadas do Leblon. Mas, por outro lado, creio nos resistentes que ali vivem e ainda acreditam que São Jorge possa ser forever uma fração do espírito de Woodstock.
Há um mundo que se desmancha e outro que se reacomoda. Vemos isso todos os dias. É fato. Nenhuma novidade. Digitalizamos o discurso para pânico de muitas de nossas mentes analógicas. No entanto nesse hiato temporal um mundo entra no outro e ficamos naquela pedra no meio do caminho. Somos um futuro incerto eivado de artérias do passado e capilaridades presentes.
Sinto-me exatamente assim quando volto de curta jornada no distrito de São Jorge, município de Alto Paraíso de Goiás. Uma região que é uma espécie de capital da deslumbrante Chapada dos Veadeiros que literalmente “chapa” os seus visitantes conforme quis deixar bem claro no título – trocadilho dessa crônica. Se você parar para ouvir o som do tempo, ver a chuva de estrelas, sentir o vento frio que bate nas cabeleiras neo-hippies daquele pedaço durante a noite vai entender exatamente o que digo.
Até o dia 2 de agosto, São Jorge sedia o XIV Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros e lá estive com equipes dos veículos da EBC – Empresa Brasil de Comunicação – para conceber especiais para a TV Brasil e nossas rádios tentando demonstrar o que é aquele entorno todo e o que promove e divulga nesse encontro, que chega na sua décima quarta edição. Para não adiantar muito só lhes digo que tive o privilégio de ver uma oficina ao vivo do mestre Naná Vasconcelos durante a tarde e de noite um espetáculo belíssimo dele no palco montado no centro de São Jorge.
São Jorge quase sempre (e ainda mais nessa época do ano) é invadida por alternativos e neo-hippies do Brasil todo (e de alguns pontos do exterior como o fotógrafo canadense Wayne Eardley) em busca de um tempo perdido. Os anos 70. Na verdade em São Jorge não é um tempo perdido, pois os anos 70 são ali achados e prospectados em todo seu vigor criativo. Apesar da preguiça que me dá certo tipo de hippie de boutique, ainda prefiro uma horda deles do que a malta de patricinhas e marombadinhos do Planalto Central que ouvem música breganeja da pior qualidade, reproduzindo preconceitos paternos e maternos contra a preservação ambiental e direitos indígenas.
Nesses curtos e intensos dias comi poeira, participei de manifestações indígenas (como espectador, of course) tomei banho de rio e cachoeira, vi artesanato que se vendia e comprava em Trindade-Paraty-Mauá nos anos 70 e ouvi muito discurso sobra paz e amor, apesar de alguns desentendimentos entre os pacifistas por conta da muvuca e do trânsito de veículos na pequena São Jorge.
Pois um dos muitos males de São Jorge é justamente a chegada de carros, muitos carros. Chegam pela estrada que estão asfaltando desde Alto Paraíso. Uma construção monstruosa que não tem nenhum estudo de manejo ambiental, onde se aterram várzeas e pequenos rios para abrirem largas faixas para os automóveis. Meu temor é que com a chegada de mais e mais carros a vocação de estilhaço dos anos 70 de São Jorge acabe se diluindo e que tudo aquilo passe a ser, como Búzios, um shopping center para as dondocas entediadas do Leblon. Mas, por outro lado, creio nos resistentes que ali vivem e ainda acreditam que São Jorge possa ser forever uma fração do espírito de Woodstock.
*Ricardo Soares é diretor de TV, escritor, roteirista e jornalista. Titular do blog Todo Prosa (www.todoprosa.blogspot.com) e autor, entre outros, dos livros Cinevertigem, Valentão e Falta de Ar. Atualmente diretor de Conteúdo e programação da EBC- Empresa Brasil de Comunicação.
Procura-se Bakunin
Qualquer sistema repressor, quando enlouquece, se revela uma mentira verdadeira: Bakunin é mesmo culpado.
Por Hugo Albuquerque*
Na atual onda de prisões e processos dignos de Kafka, o episódio mais jocoso diz respeito ao pensador anarquista Bakunin: nas famosas escutas telefônicas que levaram Sininho e dúzias de outros manifestantes ao cárcere, a polícia carioca ouviu uma menção ao dito cujo, que passou a figurar na lista de "investigáveis". Mal sabiam que o russo Mikhail Aleksandrovich Bakunin faleceu há quase cento e cinquenta anos, bem longe daqui, em Berna, na Suíça.Mas no absurdo, que é o traço comum de qualquer sistema repressor quando enlouquece, se revela uma mentira verdadeira: de certa forma, Bakunin é mesmo culpado. Certamente, ele não pode ser condenado do modo que o aparato deseja (perversamente): seu corpo próprio não existe mais para ser supliciado, embora os afetos desse mesmo corpo, inscritos neste mundo, persistam bem vivos disparando um desejo de libertação da própria libertação.
Vejam bem, as vítimas da última rodada de repressão eram ativistas mais intelectualizados, que se encaixariam no perfil de "líderes das manifestações" - isto é, aquilo que o sistema precisa encontrar para se saciar, mesmo sabendo que ninguém liderava nada. Muitos deles sim sabiam quem era Bakunin, mas isso é o que menos importa aqui. A revolta tinha um ar de Bakunin pelo fato de que ideias suas, autenticamente suas, estavam vivas como uma espécie de senso comum virtuoso. E o triunfo do pensamento, meus caros, ocorre quando a glória da autoria sucumbe à transformação do conceito em comum. É nesse sentido que Bakunin estava ali sem estar.
Muitos daqueles manifestantes eram como cavalos de Bakunin: e o cavalo aqui é empregado no sentido das religiões de matriz africana, e seus sincretismos locais, enquanto o signo animalesco para o receptor da incorporação do que é incorpóreo. A afro-brasilidade, em outras palavras, já reservou um lugar para o agenciamento na sua espiritualidade bem consistente. E o agenciamento é o bloco do devir: o cavaleiro devém cavalo enquanto o cavalo devém cavaleiro. Mas aqui se trata de um agenciamento até mais intenso, pois o cavaleiro é o incorpóreo que vem a este mundo afeta-lo. E eram muitos servindo de cavalos, pensando além do Estado, pensando contra os resquícios mínimos de transcendência.
O poder se depara com um horror que não é, ironicamente, o desespero de ter cometido uma senhora estultice: muito pelo contrário, ele se desespera porque encontrou um culpado real que, no entanto, é invencível. Como prender, condenar ou mesmo julgar esse espectro que existe a revelia da nossa consciência de sua presença? Pior, o que fazer com esse espectro provocador, cujo esforço do pensamento foi, justamente, o de pensar a nossa libertação do processo de libertação sem, no entanto, renunciarmos à liberdade? A polícia seguirá no encalço de nosso foragido mesmo assim, mas não sem o pânico de saber que, apesar de tudo, a vida é sempre maior do que o poder.
Na atual onda de prisões e processos dignos de Kafka, o episódio mais jocoso diz respeito ao pensador anarquista Bakunin: nas famosas escutas telefônicas que levaram Sininho e dúzias de outros manifestantes ao cárcere, a polícia carioca ouviu uma menção ao dito cujo, que passou a figurar na lista de "investigáveis". Mal sabiam que o russo Mikhail Aleksandrovich Bakunin faleceu há quase cento e cinquenta anos, bem longe daqui, em Berna, na Suíça.Mas no absurdo, que é o traço comum de qualquer sistema repressor quando enlouquece, se revela uma mentira verdadeira: de certa forma, Bakunin é mesmo culpado. Certamente, ele não pode ser condenado do modo que o aparato deseja (perversamente): seu corpo próprio não existe mais para ser supliciado, embora os afetos desse mesmo corpo, inscritos neste mundo, persistam bem vivos disparando um desejo de libertação da própria libertação.
Vejam bem, as vítimas da última rodada de repressão eram ativistas mais intelectualizados, que se encaixariam no perfil de "líderes das manifestações" - isto é, aquilo que o sistema precisa encontrar para se saciar, mesmo sabendo que ninguém liderava nada. Muitos deles sim sabiam quem era Bakunin, mas isso é o que menos importa aqui. A revolta tinha um ar de Bakunin pelo fato de que ideias suas, autenticamente suas, estavam vivas como uma espécie de senso comum virtuoso. E o triunfo do pensamento, meus caros, ocorre quando a glória da autoria sucumbe à transformação do conceito em comum. É nesse sentido que Bakunin estava ali sem estar.
Muitos daqueles manifestantes eram como cavalos de Bakunin: e o cavalo aqui é empregado no sentido das religiões de matriz africana, e seus sincretismos locais, enquanto o signo animalesco para o receptor da incorporação do que é incorpóreo. A afro-brasilidade, em outras palavras, já reservou um lugar para o agenciamento na sua espiritualidade bem consistente. E o agenciamento é o bloco do devir: o cavaleiro devém cavalo enquanto o cavalo devém cavaleiro. Mas aqui se trata de um agenciamento até mais intenso, pois o cavaleiro é o incorpóreo que vem a este mundo afeta-lo. E eram muitos servindo de cavalos, pensando além do Estado, pensando contra os resquícios mínimos de transcendência.
O poder se depara com um horror que não é, ironicamente, o desespero de ter cometido uma senhora estultice: muito pelo contrário, ele se desespera porque encontrou um culpado real que, no entanto, é invencível. Como prender, condenar ou mesmo julgar esse espectro que existe a revelia da nossa consciência de sua presença? Pior, o que fazer com esse espectro provocador, cujo esforço do pensamento foi, justamente, o de pensar a nossa libertação do processo de libertação sem, no entanto, renunciarmos à liberdade? A polícia seguirá no encalço de nosso foragido mesmo assim, mas não sem o pânico de saber que, apesar de tudo, a vida é sempre maior do que o poder.
Blog O Decurvo, 29-07-2014.
Mortes por Ebola chegam a 729 em 4 países
A OMS relatou 57 novas mortes entre 24 e 27 de julho na Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.
Por Umaru Fofana
FREETOWN - Serra Leoa declarou estado de emergência pública e vai convocar a polícia e o Exército para garantir a imposição de quarentena em áreas que são o epicentro do vírus Ebola, juntando-se à Libéria na imposição de rígidos controles em meio ao pior surto do vírus da doença registrado até hoje, totalizando 729 mortos na África Ocidental.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse estar em negociações urgentes com seus doadores e agências internacionais para enviar mais médicos e recursos aos países afetados, situados numa das regiões mais pobres do mundo.
A OMS relatou 57 novas mortes entre 24 e 27 de julho na Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.
Autoridades da Nigéria, que registrou sua primeira vítima do Ebola na semana passada, um cidadão norte-americano que morreu após chegar da Libéria, disseram que todos os passageiros provenientes de áreas de risco passariam por verificações de temperatura, em busca do vírus.
As medidas se assemelham a um duro pacote anti-Ebola divulgado pela vizinha Libéria na noite de quarta-feira. O presidente da Serra leoa, Ernst Bai Koroma, anunciou que cancelou uma visita a Washington para uma cúpula Estados Unidos-África na semana que vem por causa da crise e, em vez disso, irá participar de uma reunião de emergência com líderes regionais na Guiné na sexta-feira.
O surto da febre hemorrágica, para a qual não há cura conhecida, começou nas florestas de uma remota região no leste da Guiné em fevereiro, mas Serra Leoa registra agora o maior número de casos.
"Proclamo estado de emergência pública para que possamos ter uma abordagem mais robusta para lidar com o surto de Ebola", disse Koroma em um discurso na noite de quarta-feira, acrescentando que as medidas inicialmente vão durar de 60 a 90 dias. "Todos os epicentros da doença serão colocados em quarentena."
Koroma disse que a polícia e os militares vão restringir os movimentos de e para os epicentros, e darão apoio aos agentes de saúde e ONGs para que possam atuar sem obstáculos, já que houve uma onda de ataques contra trabalhadores da área de saúde por parte de comunidades locais.
Ele anunciou ainda que seriam adotadas buscas de casa em casa para rastrear vítimas do Ebola e impor a quarentena nessas áreas. Além disso, o presidente informou que novos protocolos foram estabelecidos para os passageiros que chegam e partem do Aeroporto Internacional Lungi, nos arredores da capital, Freetown, mas não deu detalhes sobre essas medidas.
As atitudes lembram uma série de medidas divulgadas pela Libéria na quarta-feira, incluindo o fechamento de escolas em todo o país e uma possível quarentena de comunidades inteiras.
Gana também anunciou nesta quinta-feira a introdução da verificação de temperatura corporal de todos os passageiros provenientes da África Ocidental no aeroporto de Acra e em outros pontos de entrada, assim como a instalação de centros de isolamento em três cidades.
FREETOWN - Serra Leoa declarou estado de emergência pública e vai convocar a polícia e o Exército para garantir a imposição de quarentena em áreas que são o epicentro do vírus Ebola, juntando-se à Libéria na imposição de rígidos controles em meio ao pior surto do vírus da doença registrado até hoje, totalizando 729 mortos na África Ocidental.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse estar em negociações urgentes com seus doadores e agências internacionais para enviar mais médicos e recursos aos países afetados, situados numa das regiões mais pobres do mundo.
A OMS relatou 57 novas mortes entre 24 e 27 de julho na Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.
Autoridades da Nigéria, que registrou sua primeira vítima do Ebola na semana passada, um cidadão norte-americano que morreu após chegar da Libéria, disseram que todos os passageiros provenientes de áreas de risco passariam por verificações de temperatura, em busca do vírus.
As medidas se assemelham a um duro pacote anti-Ebola divulgado pela vizinha Libéria na noite de quarta-feira. O presidente da Serra leoa, Ernst Bai Koroma, anunciou que cancelou uma visita a Washington para uma cúpula Estados Unidos-África na semana que vem por causa da crise e, em vez disso, irá participar de uma reunião de emergência com líderes regionais na Guiné na sexta-feira.
O surto da febre hemorrágica, para a qual não há cura conhecida, começou nas florestas de uma remota região no leste da Guiné em fevereiro, mas Serra Leoa registra agora o maior número de casos.
"Proclamo estado de emergência pública para que possamos ter uma abordagem mais robusta para lidar com o surto de Ebola", disse Koroma em um discurso na noite de quarta-feira, acrescentando que as medidas inicialmente vão durar de 60 a 90 dias. "Todos os epicentros da doença serão colocados em quarentena."
Koroma disse que a polícia e os militares vão restringir os movimentos de e para os epicentros, e darão apoio aos agentes de saúde e ONGs para que possam atuar sem obstáculos, já que houve uma onda de ataques contra trabalhadores da área de saúde por parte de comunidades locais.
Ele anunciou ainda que seriam adotadas buscas de casa em casa para rastrear vítimas do Ebola e impor a quarentena nessas áreas. Além disso, o presidente informou que novos protocolos foram estabelecidos para os passageiros que chegam e partem do Aeroporto Internacional Lungi, nos arredores da capital, Freetown, mas não deu detalhes sobre essas medidas.
As atitudes lembram uma série de medidas divulgadas pela Libéria na quarta-feira, incluindo o fechamento de escolas em todo o país e uma possível quarentena de comunidades inteiras.
Gana também anunciou nesta quinta-feira a introdução da verificação de temperatura corporal de todos os passageiros provenientes da África Ocidental no aeroporto de Acra e em outros pontos de entrada, assim como a instalação de centros de isolamento em três cidades.
Reuters
Papa Francisco pede que famílias resgatem oração
'Desejo a todas as famílias que redescubram a oração doméstica, como forma de se compreender e de se perdoar'.
O papa Francisco destacou a importância da oração na família em um novo Twitter postado nesta quinta-feira (31). "Desejo a todas as famílias que redescubram a oração doméstica, como forma de se compreender e de se perdoar", escreveu Francisco.
O Vaticano informou nesta quainta-feira a programação da viagem do Papa em Tirana, capital da Albânia, que está marcada para o dia 21 de setembro deste ano.Francisco encontrará as autoridades de Estado, os líderes de outras religiões, o clero local e crianças assistidas nos centros de caridade. Durante o dia de visita Francisco tem previsto pronunciar seis discursos.
Por sua vez, o arcebispo da capital albanesa, monsenhor Rrok Mirdita disse que a Igreja da Albânia aguarda o Papa "com sentimentos de gratidão".
O Vaticano informou nesta quainta-feira a programação da viagem do Papa em Tirana, capital da Albânia, que está marcada para o dia 21 de setembro deste ano.Francisco encontrará as autoridades de Estado, os líderes de outras religiões, o clero local e crianças assistidas nos centros de caridade. Durante o dia de visita Francisco tem previsto pronunciar seis discursos.
Por sua vez, o arcebispo da capital albanesa, monsenhor Rrok Mirdita disse que a Igreja da Albânia aguarda o Papa "com sentimentos de gratidão".
Ansa/Domtotal
Um Francisco consternado e dolorido
Padre Geovane Saraiva*
Com
Veemência, alhures, já falei repetidas vezes de uma Igreja portadora da
esperança, que muito fala da esperança, como sua razão de ser, de existir e seu
sonho superior aos demais, mas que não proporcionava a suficiente esperança
(cf. Hans Küng, Celebração do Culto Divino). Também não me esqueci de falar da
nossa confiança que é enorme, sobretudo, ao refletirmos sobre a parábola do pai
misericordioso (Lc 15, 11-32), porque temos um papa totalmente identificado com
o pai da passagem do referido Evangelho (o filho pródigo), no seu amor infinito
e acolhedor, que soube compadecer-se da miséria do filho mais novo, num gesto
extraordinário de compaixão e generosidade.
O Planeta
alegremente contemplado, no sentido de que os cristãos sejam estimulados e
fomentados a um grande compromisso de dialogar e cuidar da criação, nas suas
mais diversas realidades. O mundo precisando carinhosamente de práticas
ecológicas e ambientais, para que a fé da humanidade possa se tornar cada vez
mais viva, lúcida e coerente com aquilo em que acredita. Daí um Francisco
consternado e profundamente sofrido diante do desastre com o avião da Malaysian
Airlines no leste da Ucrânia, região marcada por fortes tensões, elevando suas
orações pelas numerosas vítimas e pelos seus familiares, renovando às partes em
conflito o sincero apelo pela paz e por um compromisso para que se encontrem
soluções de diálogo, com a finalidade de evitar ulteriores perdas de vidas
humanas inocentes.
Vem logo
na minha mente a imagem da Pietá, na qual contemplamos as dores da Virgem
Maria, com as mãos ensanguentadas, quando o Filho de Deus, no episódio supremo e doloroso, depois da morte na cruz, retratado
por Michelangelo, naquele tema emblemático da história da arte cristã. Por
ocasião da Semana Santa, somos mais intimamente convidados a ficarmos próximos
da Virgem Dolorosa, sentimento este vivido intensamente, neste momento, pelo
Papa Francisco, os quais querem nos falar alto e em bom tom. As sete dores por ela sentidas, dores imensas,
profundas e inigualáveis, representam as dores da humanidade, na força de uma inefável
simbologia.
Entristecidos
e, ao mesmo tempo Esperançosos, contamos com um papa capaz de tomar para si e
compreender as angústias da humanidade, representada pelo filho mais novo que
deixou seu pai querido, numa aventura de assumir e administrar sua própria vida
e seus bens. Igualmente, numa pedagogia marcada por uma enorme misericórdia,
que saiba ir ao encontro do filho mais velho, que representa a mesma
humanidade, com um coração empedernido, com o objetivo de falar-lhe da
necessidade da misericórdia e da conversão do coração diante da dor, da miséria
e do sofrimento humano, exigindo-lhe amor, compaixão e solidariedade.
O Santo
Padre carrega consigo, no mais íntimo do seu interior e, não tenho nenhum medo
de me enganar, o pensamento do grande homem de fé, educador e pensador, Rubem Alves,
nesta assertiva: "Eu achava que religião não era para garantir o céu,
depois da morte, mas para tornar esse mundo melhor, enquanto estamos vivos”.
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, colunista, blogueiro,
membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras
dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência
Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso - geovanesaraiva@gmail.com
Líder evangélico comenta visita do Papa aos pentecostais
Igreja > 2014-07-31 15:33:16
Cidade do Vaticano (RV) - Para aqueles que não fazem parte da Igreja é "importante" ver que entre os cristãos exista uma intenção à unidade. O líder da Aliança Evangélica Mundial, o Rev. Geoff Tunnicliffe, analisa muito positiva o encontro da última segunda-feira entre o Papa Francisco e a comunidade pentecostal de Caserta, guiada pelo Pastor Giovanni Traettino. As considerações do líder dos evangélicos em entrevista à Rádio Vaticano:
R. - Sim, eu acho que esse trabalho de construir relações dentro da família cristã seja extremamente importante. Em João 17, Jesus pede, em sua oração, para ser "um" e eu creio que para aqueles que estão fora da Igreja seja importante entender e ver que, embora existam diferenças entre as denominações cristãs, no coração da fé cristã têm pontos em comum. Creio que isso seja importante em um mundo cada vez mais dividido por ideologias e religiões.
P. - O Papa também pediu publicamente perdão por aqueles católicos que perseguiram e impuseram leis discriminatórias aos não-católicos, especialmente aqui na Itália. Segundo o senhor, este é um passo importante no caminho para a reconciliação?
R.- Em primeiro lugar gostaria de comentar sobre esta iniciativa do Papa Francisco de pedir publicamente perdão. Responde a um conceito bíblico e reflete a mensagem de Jesus: quando você comete um erro, deve reconhecê-lo e pedir perdão. Espero que este ato do Papa Francisco seja capaz de enviar uma mensagem forte a todo o mundo, especialmente aos países onde existem fortes tensões entre católicos e evangélicos. Mas gostaria de dizer também isso: reconheço que na história houve situações em que os protestantes, incluindo os evangélicos, cometeram atos de discriminação em relação aos cristãos católicos. Eu fico realmente muito triste para essas ações: na verdade, podemos não estar de acordo sobre a questão teológica, mas isso nunca deveria levar à discriminação e muito menos às perseguições. Devemos reconhecer todos os nossos pecados e nos pedir perdão uns aos outros. Parece-me que o Papa Francis deu um grande exemplo. (SP)
Rádio Vaticano
R. - Sim, eu acho que esse trabalho de construir relações dentro da família cristã seja extremamente importante. Em João 17, Jesus pede, em sua oração, para ser "um" e eu creio que para aqueles que estão fora da Igreja seja importante entender e ver que, embora existam diferenças entre as denominações cristãs, no coração da fé cristã têm pontos em comum. Creio que isso seja importante em um mundo cada vez mais dividido por ideologias e religiões.
P. - O Papa também pediu publicamente perdão por aqueles católicos que perseguiram e impuseram leis discriminatórias aos não-católicos, especialmente aqui na Itália. Segundo o senhor, este é um passo importante no caminho para a reconciliação?
R.- Em primeiro lugar gostaria de comentar sobre esta iniciativa do Papa Francisco de pedir publicamente perdão. Responde a um conceito bíblico e reflete a mensagem de Jesus: quando você comete um erro, deve reconhecê-lo e pedir perdão. Espero que este ato do Papa Francisco seja capaz de enviar uma mensagem forte a todo o mundo, especialmente aos países onde existem fortes tensões entre católicos e evangélicos. Mas gostaria de dizer também isso: reconheço que na história houve situações em que os protestantes, incluindo os evangélicos, cometeram atos de discriminação em relação aos cristãos católicos. Eu fico realmente muito triste para essas ações: na verdade, podemos não estar de acordo sobre a questão teológica, mas isso nunca deveria levar à discriminação e muito menos às perseguições. Devemos reconhecer todos os nossos pecados e nos pedir perdão uns aos outros. Parece-me que o Papa Francis deu um grande exemplo. (SP)
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