sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Sol da Parquelândia

 Padre Geovane Saraiva*

Com o final de cada noite e o despontar da aurora no nosso querido bairro, Parquelândia, Fortaleza/CE, deparamo-nos quase sempre com aquilo que há de mais belo, edificante e sublime: o nascimento do Sol. Além de externar a providencial bondade de Deus, entra em cheio – e com toda a sua luminosidade –, na nossa Igreja de Santo Afonso, sendo possível experimentá-lo, de um modo mais evidente, em clima de oração pela manhã, atualmente por ocasião deste final de ano e início de 2023.

O sol bendito não é uma alegoria, e sim real, convidando-nos como um dom para o despertar de cada manhã. Tenha a certeza, caríssimo irmão, caríssima irmã, sempre e cada vez mais, de que esse despertar é um revelador – ou claro precursor –, a partir deste templo sagrado, do que Deus tem algo a lhe dizer, no sentido de acolher o Sol da verdade, da justiça, da paz e da solidariedade: o Filho de Deus. Ele não carrega consigo a aurora, não nasce e muito menos se põe. Ele consiste em ser um amor inesgotável, a eternidade, que nunca é demais!

Aurora quer significar momento esplêndido, ou hora preciosa, fecunda e cheia de graça, ou encanto, nos sinais de esperança, e destaque ou prenúncio de felicidade. Bacana mesmo é comemorar o dia mais fantástico da vida, da aurora verdadeira, dia em que chega para nós a inigualável esperança em Jesus, que veio habitar entre nós, fez-se pequeno por nós e escolheu viver aqui ao nosso lado!

Num basta ao indiferentismo, ou ao neutralismo, na busca do verdadeiro sol, jamais desperdiçar a oportunidade, a nós concedida, vendo-a como dom e graça, como desafio de transformar o mundo e todas as coisas, sendo o mesmo mundo, com sua realidade contrastante, patrimônio para todos. Fica sempre conosco, Senhor, permanece em nossos corações, no coração de cada irmão e de cada irmã, no coração do mundo. Só assim, o planeta, no seu todo, pode ser fecundo e cheio de graças, voltando a florescer!

Daqui da Parquelândia, na contemplação do eterno Sol, que Deus nos dê a graça de dizer um não à nossa pouca sensibilidade diante da fé, sem jamais perder de vista sua aurora eterna. Supliquemos, pois, à luz da tolerância, do respeito e da valorização das pessoas, e também na compreensão das diferenças, no vasto campo do mundo, no qual estamos inseridos: Ó Senhor, dai-nos a graça do crescimento na sua terna e afável compaixão, no esforço de sermos mais indulgentes, clementes e pacientes. Assim seja!

*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Praia de Iracema: agradecimento


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A verdadeira luz

 Pe. Geovane Saraiva*

Fomos criados, pela proposta do nosso bom Deus, para imitar Jesus de Nazaré, tendo seu início no mistério luminoso da verdadeira luz. A criatura humana nem sempre é tão boa, mas pode docilmente acolher, neste Natal, a declaração inusitadamente maior: o amor de Deus pela humanidade.

Ó Senhor, abençoe a todos os que percebem vossa divindade e se sensibilizam, num olhar terno e afável, diante da manjedoura! Ela é sagrada e nos recorda, não só o humilde e vulnerável nascimento da criança de Belém, mas nos faz elevar aos céus nossos pensamentos, solidários, para multidões enormes de seres humanos que nascem e vivem nas mesmas condições. Nossa esperança está no Emanuel, Deus Conosco, Senhor e Salvador de todos, que vive e reina para todo o sempre!

A vida requer coragem, diante do mistério de crer em Deus, no sonho de uma esperança inabalável, no compromisso por mais vida, e vida inclusiva, fraterna e solidária, com dignidade, mas na realidade de uma frágil criança, nascida há mais de dois mil anos e nela um número incontável de crianças vivendo as mesmas suscetíveis inseguranças.

Eis, pois, a realidade contrastante e contraditória: o mistério inefável do Natal! Que neste Natal de 2022 não se desperdice a mensagem oriunda da estrebaria de Belém, no mais elevado espírito de fé e de esperança. Não se esquecer também de que a saída, e não há outra, encontra-se na criança que desce do céu, pois nela temos a realização dos desígnios de Deus, no que diz respeito à humanidade e ao mundo. 

Convém, neste tempo do Natal, olhar para Maria, cheia de graça, encantada e extasiada, pela a manifestação de Deus. Em sintonia com seus desígnios, surpreendida e perplexa, com a saudação do anjo Gabriel, responde: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 37).  Amém!

*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Quinze anos sem Dom Aloísio

Padre Geovane Saraiva*

Neste dia 23 de dezembro, recordamos a partida para a casa do Pai, há quinze anos, de Dom Aloísio Cardeal Lorscheider. Ele, um franciscano, que descobriu a verdadeira face de Deus, imprescindível ao traçado de seus passos, a partir dessa realidade misteriosa, quando o afirma numa tônica poética quanto profética, com enorme sabedoria: “Sempre fiquei muito impressionado e atraído pelo amor quente e apaixonado que São Francisco dedica a Deus. Parece que no beijo do leproso ele entendeu, como Saulo no caminho de Damasco, a doação total de Deus a nós em seu Filho Jesus Cristo. Custou a Francisco não só descer do cavalo fogoso que no momento montava, mas muito mais do cavalo do orgulho e da vaidade com que ele queria conquistar o título de grande e nobre”.

Dom Aloísio, ao se tornar Arcebispo de Fortaleza (1973-1995), dentro do seu ideal franciscano, tinha bem claro as resoluções do Concílio Vaticano II, dizendo logo de início: “A comunidade eclesial não é feudo do bispo, mas ele é o servidor de uma Igreja que se entende a si mesma como sacramento do Reino, isto é, da presença da verdade e do amor infinito de Deus para com cada criatura humana”.  Daí ele não compreender como algo natural e normal ter que conviver com a miséria e o acentuado empobrecimento do povo, que tinha como consequência o êxodo, o flagelo e a morte de muitos irmãos.

O povo de Deus no Brasil e, de modo particular, no Ceará (Arquidiocese de Fortaleza), passou a contar com o dom da profecia do Cardeal Lorscheider, para dizer que não era vontade de Deus a realidade aqui encontrada e, ao mesmo tempo, usou de todos os meios, com uma enorme vontade de transformar essa mesma realidade de pecado, marcando profundamente a caminhada da Igreja na Arquidiocese de Fortaleza. No dizer do Desembargador Fernando Ximenes: “Em pleno regime de exceção, a sociedade cearense logo sentiu os efeitos dessa guinada. As camadas desfavorecidas ou marginalizadas, os sem-terra, os sem-teto, os presos políticos, os presidiários comuns, os trabalhadores em greve – ganharam aliado de peso”.

Quando ele se tornou bispo emérito de Aparecida, veio a seguinte pergunta: o que o senhor vai fazer? Respondeu: “Sou um simples frade menor e vou fazer o que o meu provincial mandar, porque a obediência me torna livre”. Jamais podemos esquecer a chama luminosa de um coração amável e cheio de bondade, de uma pessoa humana, dotada de grandes virtudes e qualidades, de um “bispo completo”, segundo o grande teólogo Alberto Antoniazzi e nas palavras do Senador Tasso Jereissati: “do homem mais ilustre da nossa geração, no Ceará, com a sua vida de dedicação à causa dos excluídos”, do maior benfeitor e patrimônio do povo cearense, que partiu há oito anos, deixando-nos tristes e com enorme saudade.

Agradecidos pelo dom de sua vida, somos conscientes da sua importância na história recente da Igreja, de modo especial pelo seu compromisso com o Reino de Deus, sensibilidade pastoral, clareza diante dos desafios, sem jamais faltar-lhe a ternura do Bom Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo. Que a paz, a alegria e a esperança possam chegar a todos e a todas, conforme a vontade de Deus, anunciada pelo anjo aos pastores: “Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor”!

*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Resgatar a esperança

Pe. Geovane Saraiva*

Ânimo com a vida, mesmo tendo que errar, porque vale mais, em muitas circunstâncias, arrebentar-se do que se poupar numa vida sem sentido. É evidente que a vida consta de um preço, e é demonstrado quando se procura viver intensamente, numa maneira impávida, também impetuosa e destemida. Que seja essa vida, numa recordação, digna de fé, o que nela foi dor, angústia e sofrimento, alegria, satisfação e contentamento, num coração que pulsa com excessivo exagero.

Um ânimo, mas que não se esquece do compromisso com a vida, que é consequente na busca por um mundo melhor, com pessoas inteiramente livres, obstinadas, no sentido do sonho da fraterna solidariedade e da reconciliação humana, sem se ausentar, no convencimento de que o que importa mesmo é a vida das pessoas, na assertiva do teólogo e humanista Leonardo Boff, no “Casamento entre o céu e a terra”. É a fantástica e utópica aspiração de se progredir no melhor, mais elevado e exigente padrão, muito acima dos limites convencionais.

No contexto da vida humana, o que se espera? Qual é o sentido final de tudo? O que é que nos anima, na coragem, para viver e para morrer. Aprendemos que a teologia, acompanhada da fé, tem respostas para os nossos questionamentos. O teólogo acima referido assegura que o céu é a absoluta realização humana, vendo-o como pátria, como banquete, como visão beatífica, como vida eterna, como vitória e como plena reconciliação. Já o inferno, vendo-o sem ser ser aquele dos  diabinhos com chifres,  como absoluta frustração humana, como a existência do absurdo, como fogo inextinguível, choro e ranger de dentes, como trevas exteriores, como cárcere e ainda como um verme que não morre.

Como estimular, através da teimosia de se viver, o resgate da esperança? A transformação do coração da criatura humana e do próprio mundo, só pelo ânimo corajoso do bom procedimento humano, que seja um milagroso impulso, sempre maior; que seja a razão e a essência da existência e de tudo: na verdadeira esperança, no verdadeiro amor.

Fico com uma oração por aqueles que se distanciam da esperança, suplicando e pedindo: Por favor, retornem ao seio de Deus! Na criança da manjedoura, eis a teimosia de se viver, acreditando na paz, na esperança e no amor. Creia em um Deus lá em cima, sim, mas que do firmamento ou das estrelas ele “desce”, é real, é a realidade última no coração das pessoas e das coisas. Amém!

*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

LULA BIKE

Lula-Bike - Era Lula!
Um grande e belo presente do amigo Vilmar Ferreira, da Aço Cearense!
Só alegria e satisfação!














terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Coragem!

 Pe. Geovane Saraiva*

Coragem, pois o convite que Deus nos faz neste tempo que precede o Natal é o de “participar da divindade daquele que uniu a Deus nossa humanidade, manifestando-se como luz a iluminar todos os povos no caminho da salvação”, na inefável troca de dons entre o Céu e a Terra. Veja-se, pois, envolvido com a vida, num exuberante e alegre contentamento, na clareza de consciência de si mesmo, não sobrando espaço algum para duvidar do único clamor, o da vida, o de se convencer de mais vida e vida intensamente bem vivida! Como é maravilhoso, quando as pessoas querem mais encanto com a vida, mais amor, mais dignidade e mais sabedoria, numa determinação de rejeitar a vida inútil, insípida e sem sentido!

Tenha mais gosto e entusiasmo, vendo a vida com sentido, a partir de um Deus indulgente e clemente, que seja o mais aguçado possível, mas a partir da realidade do Brasil e do mundo, mesmo diante das provações, dores, sofrimentos e angústias desafiadoras, antevendo, no mundo compreendido por contrastes e diversidades, uma nova civilização, no mais alargado e expandido sonho, na busca de uma vida fecunda e cheia de graça. A vida, além de carecer de ânimo e coragem, quer que respondamos aos apelos de Deus, não se apegando aos bens ilusórios e passageiros do mundo, nem parado de braços cruzados e acomodados.

De maneira segura e inequívoca, somos convidados a olhar, pela ótica de Deus, uma consistente esperança e um espírito de perseverança, inspirados pelo sonho de um mundo novo, no compromisso de promover uma realidade melhor e mais durável, sem fome, mais digna e menos egoísta, livrando-nos do pecado da indiferença para com a vida, dom e graça. Cabe a nós contemplarmos, associados ao mistério dos anjos, que povoaram os céus naquela noite feliz e memorável, na linguagem por demais conhecida: “Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade”. Ele aponta para nós o caminho da salvação; que seja de todos o esforço pela proposta solidária e fraterna, fundamentada na prática da justiça, firmada na paz duradoura.

A chegada de Jesus de Nazaré ao mundo nos afasta do desânimo e estabelece e robustece passos do nosso caminhar, por chão sólido e seguro. Manifesta-se, assim, a clara consciência de que o Messias esperado leva a história à sua consumação. Em Jesus o tempo histórico chegou ao ápice, razão da nossa mais elevada contemplação, acolhendo-o, mas na certeza de que nele se encontra o destino definitivo da humanidade; nele está a consolidação da eternidade dos povos, na participação da promessa salvífica: “Do novo céu e da nova terra, nos quais habitará a justiça”.

*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Natal cristão

Pe. Geovane Saraiva*

O Natal cristão de verdade, sim, no Menino Jesus que vamos encontrar na manjedoura, na mensagem que percorre o mundo, aquele que o infinito se manifestou em Jesus de Nazaré, que desceu do céu, que, segundo Afonso Maria de Ligório, “desceu das estrelas”. Ele quer de nós a sua centralidade, num visível e favorável ambiente, com as marcas da simplicidade, da modéstia e do comedimento, no amor ao próximo, começando com o mais próximo.

Que o Natal, verdadeiramente cristão, encontre eco em nós, não deixando espaço para aquela profética palavra de João Batista na sua pregação: “raça de víboras” (cf. Mt 3, 7ss). Lugar, sim, para que o anúncio, incômodo e provocador de João Batista, deixe clara a necessidade de contrariar a realidade contraditória vivenciada por ele, na acolhida do seu clamor, naquilo que causa enorme prejuízo à íntegra mensagem por ele proclamada, dizendo não à indiferença.

Notória é a necessidade de um cristianismo longe da indiferença, que tanto mal fez e continua fazendo, mas um cristianismo com Cristo; repetindo: ele no centro, porque a “vida eterna que estava no Pai se manifestou” na comunidade dos batizados, na disposição de preparar o caminho do Senhor. Nosso tempo, mais do que nunca, requer dos corações encascalhados, pelas ilusórias vantagens do mundo, que se neutralizem a insensibilidade e a indiferença, na confiança de um “Deus que é luz e nele não há vestígio de trevas” (1 Jo 1, 1-5). 

No mistério da encarnação, temos resposta infinitamente maior e superior a qualquer indagação que se possa ser sugerida pelas criaturas humanas. Deus mesmo, pelo Filho, mergulha na nossa vida finita, passageira e relativa; mergulha na nossa miséria. Pensemos, pois, no Deus que, sendo infinito e absoluto, sofre junto conosco e com toda a humanidade, num amor ilimitado. É a redenção em nosso meio, como diz São João: “De tal modo Deus amou o mundo, que, por ele, entregou seu Filho único” (Jo 3, 16).

*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

A plenitude dos tempos

 Pe. Geovane Saraiva*

No Advento, quanta esperança nos verbos “anunciado”, “chegado”, “completado” e “realizado”, na promessa da vida nova de outrora, no cordeiro que desce dos céus trazendo a salvação, na alegria do Salvador em nossos dias, sendo, para a humanidade, a plenitude dos tempos! Neste tempo abençoado do Advento, que todos se unam, confiem e acreditem no amor ardente e compassivo do Pai do céu, presente para as pessoas e para o mundo, amor este sempre redentor, ao impulsionar seu Filho Jesus em seu projeto de amor, na expectativa de que tudo aconteça e tenha sua favorável e auspiciosa concretude em nós, criaturas humanas.

Jesus, com sua encarnação, o que mais deseja e pede de nós é que realizemos a vontade do Pai, levando a bom termo a obra que lhe foi confiada pelo bom Deus, na vida que requer ânimo e coragem. Deus pede convicção naquilo em que se acredita, que seja este um ardente e impactante desejo de nossa parte, obtendo uma autêntica e sincera reflexão sobre a Lei do Senhor, ao mesmo tempo em que se manifestem indicadores precisos de que haveremos, sim, de nos envolvermos, confiantes no indizível mistério, mas numa disposição energicamente restauradora e salutar.

Somos desafiados, desse modo, a acolher e tratar a largueza misteriosa da benfazeja eternidade de Deus, na nossa caminhada para o Natal do Senhor, no mais elevado respeito aos sacramentos, também pela Palavra de Deus e demais sinais deste Advento, no esforço e preocupação de que, como pessoas voltadas ao mistério, o nosso modo de viver se aproxime da fé por nós abraçada no batismo. Os sinais concretos deste Advento de 2022 querem provocar e inquietar as pessoas de boa vontade, contribuindo muito, no sentido de que se possa pensar, mas sempre interpelando sua própria liberdade de escolha, sem nunca querer forçar, diante da ação de Deus em Jesus de Nazaré, Rei da paz na humilde estribaria de Belém (cf. Alfredo Läpple, Interpretação atualizada e catequese, p. 250).

Devemos combater o pessimismo, numa caminhada de confiança, convicção de que nossa vida está nas mãos de Deus, mas num sereno entusiasmo, habilitados e instruídos de respeitar o dom maravilhoso da vida e da dignidade humana, ao fugir do rancor, do ódio e da violência. Os milagres revelam, didaticamente, o aspecto escatológico, no sonho da “nova criação”, na qual todos aqueles que são atingidos pela escassez e insuficiência do corpo e do espírito saberão que “cegos recuperam a vista, coxos andam, leprosos são purificados, surdos ouvem e mortos ressuscitam (Mt 11, 5).

*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).