Padre Geovane Saraiva*
Quanta alegria,
graças, louvores e bênçãos, nas palavras vindas da boca do Santo Padre, o Papa
Francisco, ao proclamar Jesus Cristo, o Cordeiro imolado que tira o pecado do
mundo, aquele que veio para estabelecer a paz e a concórdia entre os povos da
terra, em um mundo marcado por paradoxos, antagonismos e conflitos. O Filho de
Deus, na sua missão de caminhar para Jerusalém, que deve ser também a mesma dos
cristãos batizados, quando se aproximou e avistou a cidade de Jerusalém,
começou a chorar (cf. Lc 19, 41). O Romano Pontífice, em sua missa matutina de
20.11.2014, ao comentar este Evangelho do dia, explicou que o Senhor chora pelo
fechamento do coração da cidade eleita, do povo eleito. Não havia tempo para
abrir-lhe a porta! Estava ocupada demais, satisfeita de si mesma. Por outro
lado encoraja-nos: "Não tenhamos medo da felicidade que o Senhor nos
traz!"
Jesus chora
quando o coração da criatura se fecha às suas surpresas, disse o Papa
Francisco. Daí o esforço e a disposição constante para perceber os sinais, a
hora e momento de Deus, compreendidos à luz da palavra de Deus, quer dizer que
temos que viver e conviver com o momento presente, mas olhando para frente, de
acordo com a vontade de Deus, na busca do projeto da feliz esperança, missão
oferecida a cada pessoa como algo próprio e intransferível, tendo como certo os
acontecimentos futuros e a vitória final.
Observou o Bispo de Roma, na conferência feita no organismo da ONU
(Fao), que “embora as nações estejam entrelaçadas entre si, tais relações
acabam danificadas pela suspeita recíproca, que se converte em agressão bélica
e econômica, uma realidade bem conhecida por quem passa fome e não tem
trabalho”, contrariando o projeto do Pai, instaurado por seu Filho Jesus.
Nosso Senhor
Jesus Cristo quer das pessoas de boa vontade, que se encontrem em volta da
generosa mesa da partilha e solidariedade, dizendo não ao interesse próprio que
se opõe ao dom precioso do bem comum. Pelas palavras de Francisco a seguir,
fica claro que a renúncia e a doação são caminhos de vida e salvação, ao morrer
para gerar a vida. “Jesus, então, continua batendo às portas, como bateu à
porta do coração de Jerusalém: às portas de seus irmãos, de suas irmãs, às
portas de nosso coração, às portas de sua Igreja. Jerusalém se sentia contente,
tranquila com a sua vida e não precisava do Senhor: não havia percebido que
necessitava da salvação. E por isso, fechou o seu coração ao Senhor. O pranto
de Jesus sobre Jerusalém é o pranto sobre a sua Igreja, hoje, sobre nós”.
No meu
entendimento, o desejo do Papa é o mesmo do Filho amado do Pai, quando afirma:
“Se conhecesses o que te pode trazer a paz!... Mas não, isso está oculto aos
teus olhos”. Jerusalém tinha medo de ser visitada pelo Senhor; tinha medo da
gratuidade de sua visita. Estava segura nas coisas que podia administrar. Nós
somos seguros nas coisas que podemos governar, mas a visita do Senhor, suas
surpresas... nós não podemos controlar”. Ainda na Conferência da ONU, acentuou
também que a falta de solidariedade é desafio no combate à fome, lembrando
também que todos têm direitos garantidos de amor, justiça e paz, que todo Estado
tem o dever de estar atento ao bem-estar de seus cidadãos. Nesse sentido, ele
também destacou o papel da Igreja católica, que procura dar a sua contribuição
manifestando solicitude, em especial, aos marginalizados e excluídos. Francisco
concluiu sua intervenção no evento com um pedido: “Peço também para que a
comunidade internacional saiba escutar o chamado desta conferência e o
considere uma expressão da comum consciência da humanidade: dar de comer aos
famintos para salvar a vida no planeta”.
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza,
escritor, colunista, blogueiro, membro da Academia Metropolitana de Letras de
Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e
Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso - geovanesaraiva@gmail.com
Boa noite Padre Geovane Saraiva
Li o artigo publicado em
18/11/2014 sobre "moradores de rua", gostaria de compartilhar sobre
seu relato.
Tenho 54 anos e sou aluna do
curso de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC , 7ª
fase e faço estágio com População em Situação de Rua, numa capital conhecida
como Ilha da Magia......Florianópolis, que possui no Centro da cidade muito
mais de 100 pessoas nesta condição. No centro há um banheiro público,
perdão banheiro pago, apesar do insignificante R$ 1,00 cobrado o torna privado
e longe de permitir usar a população em situação de rua usar gratuitamente a
privada.
Chuveiros na rua fantástico,
obrigado por compartilhar essa notícia.
Obrigado pelo belo comentário!
magda swoboda
"Esta vida é uma estranha hospedaria
De onde se parte quase sempre às tontas
Pois nunca as malas estão prontas
E a nossa conta nunca está em dia".
Mario Quintana
"Esta vida é uma estranha hospedaria
De onde se parte quase sempre às tontas
Pois nunca as malas estão prontas
E a nossa conta nunca está em dia".
Mario Quintana