Padre Geovane
Saraiva *
Foto da missa Terço dos Homens, 25/06/2013 |
Pedro e Paulo, duas pessoas profundamente marcadas pela a graça de Deus, que no decorrer dos séculos, foram imprescindíveis, ao marcar e personificar à Igreja, de um modo ininterrupto, em toda sua história. De imediato, compreenderam que o Reino de Deus, anunciado por Jesus de Nazaré, tem uma característica bem definida e própria: o serviço da justiça e a caridade para com os irmãos. A ilusão de um poder messiânico, de um Messias triunfalista, conquistador e guerreiro, que logo iria restaurar o poder temporal em Israel, com certeza, não foram as maiores as preocupações deles.

Pedro foi escolhido por Cristo como fundamento do edifício eclesial, como portador das chaves do Reino dos céus (Mt 16, 19), pastor do rebanho santo, com a missão de confirmar os irmãos na fé, e também, de ser sinal visível de unidade, na comunhão, na fé e na caridade. Conviveu com o Mestre e fez parte do colégio dos apóstolos, testemunhando com os próprios olhos a vida, a morte e a ressurreição do Senhor Jesus, e confessando: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!". Recebendo, da parte de Jesus, um grande elogio: "Feliz és tu, Simão, porque não foi à carne nem o sangue que te revelou isso, mas o meu Pai que está nos céus" (Mt 16, 16-17).
Pedro nos recorda a Igreja Instituição, com o poder de Deus que ele recebeu, de ficar à frente da exigente e fascinante missão de continuar, com dignidade e responsabilidade, o trabalho de santificar, ensinar e governar o rebanho do Senhor.
Paulo, missionário por excelência, não conviveu pessoalmente com o Mestre. No início, de perseguidor ferrenho da Igreja e dos cristãos, abraçou a fé na viagem de Damasco e se transformou totalmente, testemunhando a partir de então, que Jesus Cristo é o enviado do Pai. A sua missão, doravante, é ser instrumento para levar o nome de Deus a todos os povos da terra (cf. At 9, 15). A evangelização e a pregação não se separam da vida do mestre e doutor das nações, o maior missionário de todos os tempos; tornando-se advogado dos pagãos e apóstolo dos gentios.
O seu encontro com o Filho de Deus foi algo maravilhoso! Mudou por completo a sua vida, a ponto de suportar tudo por causa do Reino, agradando e sendo sempre fiel ao seu Mestre e Senhor, vivendo o que anunciava, dizendo com humildade e coração aberto: "Pela graça de Deus, sou o que sou (...)".
Paulo nos lembra o anúncio do Evangelho, os carismas e a missão das comunidades que abraçam a fé. Anunciar a boa nova do Senhor Jesus Cristo, foi para ele um exigência. Por isso mesmo está disposto a tudo, até a sua própria vida por causa do Evangelho. "Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da libertação se aproxima" (2Tm 4, 6).
Pedro e Paulo receberam do próprio do Filho de Deus a fascinante missão de fazer acontecer a Igreja no seu início, fecundado-a e regando-a com o próprio sangue. Eles beberam do mesmo cálice e tornaram-se assim grandes amigos de Deus. A exigente missão de beber o mesmo cálice e de confirmar os irmãos na fé, hoje, ao nosso querido Papa Francisco. Que a nossa oração suba aos céus na intenção do Santo Padre e de toda a Igreja, espalhada por toda extensão da terra, que nos nossos dias, têm missão construir e edificar o Reino de Deus. Guardemos no íntimo do coração a assertiva de Tertuliano: "Sangue de mártires, sementes de Cristãos".
*Padre da Arquidiocese de
Fortaleza, escritor, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza,
da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente
da Previdência Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso
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