sexta-feira, 7 de junho de 2013

Rebeldes roubam viaturas a missionários

MUNDO
Insegurança
Texto Francisco Pedro | Foto OMP | 07/06/2013 | 07:17
Juan José Aguirre Muños, bispo de Bangassou
Um ataque às instituições religiosas de Bangassou, na República Centro-Africana, deixou os missionários sem medicamentos e sem meios para se deslocarem. Apesar da insegurança que se vive na região, os evangelizadores recusam abandonar «os mais pobres»
IMAGEM
Os missionários da diocese de Bangassou, na República Centro-Africana, ficaram sem muitos bens essenciais e sem meios para se deslocarem, depois de terem sido assaltados por elementos de grupos rebeldes. Mesmo assim, insistem em ficar ao lado dos que mais precisam. «Roubaram tudo: 28 carros, três motos, todos os medicamentos da farmácia, saquearam a pediatria, a casa das irmãs Franciscanas e a dos padres do Espírito Santo, mas o importante é ficar aqui, junto dos pobres», afirmou o bispo Juan Aguirre Munõs. 

«Não estamos a fazer um drama porque não é a primeira vez que estas coisas acontecem connosco. Não fomos os primeiros a experimentar momentos de violência e dor tão grandes, nem seremos os últimos». Por isso, «resistiremos como os apóstolos que disseram: ‘É uma honra ser espancado por causa do Senhor’», acrescentou o prelado, em declarações à agência Fides. 

Segundo Muños, o país continua mergulhado num caos porque «os rebeldes da coligação Séléka após tomarem o poder ainda não foram capazes de colocar em funcionamento a máquina administrativa. A maioria dos funcionários, na verdade, ainda está escondida por medo de represálias e não há dinheiro para lhes pagar». 

Um episódio recente ilustra bem a instabilidade que se vive no país. Um grupo de jovens foi recrutado em Tombura, no Sudão do Sul, por um oficial do antigo exército centro-africano para ir lutar contra os homens da Séléka. «Foram-lhes prometidos 150 dólares para irem lutar na República Centro-Africana, mas eles foram intercetados apenas cruzaram a fronteira para Obo, talvez por tropas ugandenses. Nove jovens foram mortos e outros capturados. A Cruz Vermelha levou para Tombura 33 ainda vivos e os corpos dos nove que morreram», relatou o bispo.

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