sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A paz na Birmânia «é um grande desafio para nós»

MUNDO
Myanmar /Birmânia

Foto Htoo Tay Zar | 01/11/2013 | 07:11
Aung San Suu Kyi, prémio Nobel da Paz
Numa entrevista de Aung San Suu Kyi à AsiaNews, a prémio Nobel deseja uma verdadeira «igualdade entre os cidadãos para o desenvolvimento do povo da Birmânia». Os conflitos étnicos e religiosos podem ser superados com o «trabalho árduo» de todos
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A paz entre as minorias étnicas e o governo central «é um grande desafio para nós», sublinha Aung San Suu Kyi, dado que há muitas etnias e nacionalidades «diversas entre si». Por isso, acrescenta que «é necessário trabalhar ainda mais duramente». «Creio que basicamente – afirma a Nobel da Paz – todos queremos a mesma coisa: viver em paz. Mas para isso é necessário que triunfe o conceito de igualdade; todos se devem sentir iguais diante da lei, e ter acesso a iguais oportunidades».

Há bastante tempo que os líderes religiosos birmaneses, entre os quais o arcebispo Yangon Charles Bo, lançaram uma série de iniciativas para procurar restituir a harmonia e o diálogo entre as diversas confissões religiosas presentes em Myanmar. A situação continua tensa entre budistas e muçulmanos depois de uma série de confrontos e ataques contra indivíduos e comunidades, que causaram mortos, feridos e devastações em aldeias inteiras.

«O verdadeiro perigo – declarou Aung San Suu Kyi – vem da parte das pessoas que procuram atear o fogo do conflito. Perguntam-me sempre porque é que eu não condeno uma ou outra comunidade, mas desse modo se criariam conflitos ainda maiores, violências e perigos». É tarefa de todos, prossegue a entrevistada, trabalhar «para a reconciliação e a compreensão. É fundamental que triunfe o Estado de direito».

A prémio Nobel da paz apela aos líderes religiosos para que «possam ter um papel importante numa ótica de paz». Todavia, conclui, «são as pessoas que devem procurar a paz. Os líderes religiosos podem indicar o caminho, mas é o povo que deve seguir essa estrada e conquistar a paz. É tarefa das pessoas, de todas, assumir a responsabilidade de construir a paz».

Nascida em 19 de Junho de 1945 Aung San Suu Kyi fundou em 1988 a Liga nacional para a democracia (Nld), que pediu o fim da ditadura militar, no poder desde 1962. Em 1989 começa a ser perseguida como dissidente. Em 1991 ganhou o prémio Nobel da paz. Há poucos meses anunciou o seu desejo de concorrer à presidência da Birmânia.

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