A natureza também depende de equilíbrio. (Foto: Divulgação) |
Marcus Eduardo de Oliveira
Uma economia ambientalmente sustentável, e não autodestrutiva só é possível se a atividade econômico-produtiva respeitar os princípios da ecologia.
Como a economia global foi formada pelos mecanismos que estimulam e dinamizam o mercado, e não por princípios de ecologia, as forças econômicas tratam com total desdém os processos ecológicos que sustentam a vida na Terra.
Dessa relação decorre um desequilíbrio entre a economia e o sistema ecológico, uma vez que a economia – assentada no mercado – não respeita os equilíbrios da natureza. A ideia que prevalece, ditada pelo mercado, é a de produzir a qualquer monta. Não há equilíbrio; o que há é um intenso e destrutivo conflito.
Nesse ponto específico, Lester Brown, em Eco-Economia, assinala por exemplo que o mercado (...) não dá atenção ao desequilíbrio crescente entre as emissões de carbono, e muito menos ao papel da queima dos combustíveis fósseis na criação do desequilíbrio.
Quase tudo passa, primeiramente, pela ideia de alcançar o equilíbrio. É isso que estabiliza as relações; principalmente quando há sérios conflitos envolvendo sistemas importantes que conformam e sustentam as relações da vida.
Com a natureza isso não é diferente. A natureza também depende de equilíbrio, incluindo a estabilidade entre a erosão do solo e a formação de novo solo, entre emissões de carbono e fixação de carbono e entre árvores moribundas e árvores em regeneração, por exemplo.
Na natureza, o resíduo de um organismo é o sustento de outro. Nutrientes são continuamente reciclados.
Para estarmos num mundo onde seremos parte da natureza e não estranhos a ela, a atividade econômica necessariamente precisa estar em sincronia com o ecossistema da Terra e abandonar definitivamente a abundância material.
O bem-estar que se espera nas sociedades modernas não será conseguido mediante a abundância material.
É de extrema importância, portanto, ter a exata noção que o crescimento econômico não é uma fórmula consagrada para se chegar ao bem-estar. Tão importante quanto é saber respeitar e buscar o equilíbrio.
Marcus Eduardo de Oliveira é economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO, em São Paulo. Contato: prof.marcuseduardo@bol.com.br
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