Berlim - O thriller do diretor chinês Diao Yinan "Carvão negro, gelo fino", história de um ex-policial que se apaixona por uma suspeita de assassinato, ganhou o Urso de Ouro da 64ª Berlinale, nesse sábado (15).
O protagonista do filme, Liao Fan, levou o Urso de Prata de melhor ator, enquanto a japonesa Haru Kuroki, uma das atrizes de "Little House", do veterano Yoji Yamada, ganhou a estatueta na categoria de melhor atriz.
Conhecido por seus filmes de arte e experimentações independentes e de baixo custo, o diretor Diao Yinan declarou, após receber o troféu, que tentou unir "o lado artístico com um aspecto mais comercial". A trama, entrecortada por enigmáticos flashbacks, desenvolve-se nos anos 1990, no norte da China.
Liao contou que engordou 20 quilos para interpretar o ex-policial alcoólatra suspenso que se apaixona por uma mulher fatal.
Diao Yinan utiliza os personagens do ex-policial Zhang Zili (Liao Fan) e Wu Zhizhen, a mulher fatal (Gwei Lun Mei), como uma referência direta ao cinema clássico de detetives, sem deixar de entrar na vida das pessoas comuns.
O filme começa com a descoberta de uma série de cadáveres em uma cidade do norte da China. Durante a operação para capturar o suposto assassino, dois policiais são abatidos. Zhang Zilie, o oficial sobrevivente, é suspenso. Ele consegue um trabalho como vigia e começa a beber.
Cinco anos depois, quando acontece uma nova série de assassinatos, Zhang decide investigar por sua conta e descobre que todas as vítimas tinham algo em comum com Wu Zhizhen. O ex-policial se apaixona por ela e, em um dia frio de inverno, descobre que sua vida corre perigo.
Diao Yinan disse que não esperava ganhar o prêmio máximo da Berlinale e que, quando soube que seu ator Liao Fan também havia sido premiado, "eu me alegrei muito".
"Os filmes chineses são cada vez mais aceitos no exterior. Na China, o mercado é imenso, mas para os filmes de arte e de experimentação há menos público", acrescentou.
Ele disse ainda que, na China, "existe a censura, como em todos os países, imagino, mas o fato de que tenhamos podido vir à Berlinale demonstra que há mais tolerância agora. É todo um processo".
Diao Yinan levou oito anos para escrever o roteiro, que se desenvolve em uma paisagem com muita neve. "Parecia uma história sem fim. Finalmente, consegui encontrar um vínculo entre o artístico e o comercial", explicou.
Ele contou ainda que, quando fazia filmes independentes de baixo orçamento, "era livre". "Agora, tenho orçamentos mais vultosos, mas sou menos livre. O importante é encontrar novas formas de expressão visual", completou.
O segundo dos três longas chineses em competição este ano, "Blind Massage", filmado em parte com cegos que não eram atores, ganhou o Urso de Prata de melhor contribuição artística pela fotografia de Zeng Jian.
Cinema dos EUA também é recompensado
Os filmes americanos compartilharam a glória com os asiáticos. "O grande hotel Budapeste", de Wes Anderson, levou o Grande Prêmio do Júri.
O diretor texano Richard Linklater conquistou a estatueta de melhor diretor por "Boyhood", uma ficção sobre a vida de uma família média americana, filmada ao longo de 12 anos.
"Boyhood" conta a história do garoto Mason, dos seis aos 18, nesse experimento que pretende ser o retrato de uma família, mostrando seu cotidiano em Austin, cidade natal do diretor.
"Buscava o realismo, estava tudo escrito. A vida que segue seu curso, sem dramalhão, nem pieguismo. Buscava seguir o fio do cotidiano. Não queria mostrar o primeiro beijo, ou a perda da virgindade, já se viu isso bastante no cinema", declarou o diretor, após a projeção.
O protagonista do filme, Liao Fan, levou o Urso de Prata de melhor ator, enquanto a japonesa Haru Kuroki, uma das atrizes de "Little House", do veterano Yoji Yamada, ganhou a estatueta na categoria de melhor atriz.
Conhecido por seus filmes de arte e experimentações independentes e de baixo custo, o diretor Diao Yinan declarou, após receber o troféu, que tentou unir "o lado artístico com um aspecto mais comercial". A trama, entrecortada por enigmáticos flashbacks, desenvolve-se nos anos 1990, no norte da China.
Liao contou que engordou 20 quilos para interpretar o ex-policial alcoólatra suspenso que se apaixona por uma mulher fatal.
Diao Yinan utiliza os personagens do ex-policial Zhang Zili (Liao Fan) e Wu Zhizhen, a mulher fatal (Gwei Lun Mei), como uma referência direta ao cinema clássico de detetives, sem deixar de entrar na vida das pessoas comuns.
O filme começa com a descoberta de uma série de cadáveres em uma cidade do norte da China. Durante a operação para capturar o suposto assassino, dois policiais são abatidos. Zhang Zilie, o oficial sobrevivente, é suspenso. Ele consegue um trabalho como vigia e começa a beber.
Cinco anos depois, quando acontece uma nova série de assassinatos, Zhang decide investigar por sua conta e descobre que todas as vítimas tinham algo em comum com Wu Zhizhen. O ex-policial se apaixona por ela e, em um dia frio de inverno, descobre que sua vida corre perigo.
Diao Yinan disse que não esperava ganhar o prêmio máximo da Berlinale e que, quando soube que seu ator Liao Fan também havia sido premiado, "eu me alegrei muito".
"Os filmes chineses são cada vez mais aceitos no exterior. Na China, o mercado é imenso, mas para os filmes de arte e de experimentação há menos público", acrescentou.
Ele disse ainda que, na China, "existe a censura, como em todos os países, imagino, mas o fato de que tenhamos podido vir à Berlinale demonstra que há mais tolerância agora. É todo um processo".
Diao Yinan levou oito anos para escrever o roteiro, que se desenvolve em uma paisagem com muita neve. "Parecia uma história sem fim. Finalmente, consegui encontrar um vínculo entre o artístico e o comercial", explicou.
Ele contou ainda que, quando fazia filmes independentes de baixo orçamento, "era livre". "Agora, tenho orçamentos mais vultosos, mas sou menos livre. O importante é encontrar novas formas de expressão visual", completou.
O segundo dos três longas chineses em competição este ano, "Blind Massage", filmado em parte com cegos que não eram atores, ganhou o Urso de Prata de melhor contribuição artística pela fotografia de Zeng Jian.
Cinema dos EUA também é recompensado
Os filmes americanos compartilharam a glória com os asiáticos. "O grande hotel Budapeste", de Wes Anderson, levou o Grande Prêmio do Júri.
O diretor texano Richard Linklater conquistou a estatueta de melhor diretor por "Boyhood", uma ficção sobre a vida de uma família média americana, filmada ao longo de 12 anos.
"Boyhood" conta a história do garoto Mason, dos seis aos 18, nesse experimento que pretende ser o retrato de uma família, mostrando seu cotidiano em Austin, cidade natal do diretor.
"Buscava o realismo, estava tudo escrito. A vida que segue seu curso, sem dramalhão, nem pieguismo. Buscava seguir o fio do cotidiano. Não queria mostrar o primeiro beijo, ou a perda da virgindade, já se viu isso bastante no cinema", declarou o diretor, após a projeção.
Confira os vencedores da 64ª edição do Festival de Cinema de Berlim, a Berlinale, anunciados nesse sábado:
Urso de ouro de melhor filme: "Bai Ri Yan Huo" ("Carvão negro, gelo fino"), de Diao Yinan (China)
Grande prêmio do júri, Urso de prata: "O grande hotel Budapeste", de Wes Anderson (Estados Unidos)
Urso de prata de melhor diretor: Richard Linklater, por "Boyhood" (Estados Unidos)
Urso de prata de melhor atriz: Haru Kuroki, por "Chiisai Ouchi" ("The Little House"), de Yoji Yamada (Japão)
Urso de prata de melhor ator: Liao Fan, por "Bai Ri Yan Huo" ("Carvão negro, gelo fino") (China)
Urso de prata de melhor contribuição artística: "Tui Na" ("Blind Massage"), de Lou Ye (China)
Urso de prata de melhor roteiro: "Kreuzweg" ("Chemin de croix"), de Anna e Dietrich Brüggemann (Alemanha)
Prêmio Alfred Bauer, em memória do fundador do festival para um filme que abre novas perspectivas: "Aimer, boire et chanter", de Alain Resnais (França)
Prêmio de Melhor filme de estreia: "Güeros", de Alonso Ruizpalacios (México)
Urso de ouro de melhor curta-metragem: "Tant qu´il nous reste des fusils à pompe" ("As Long as Shotguns Remain"), de Caroline Poggi e Jonathan Vinel (França)
Urso de prata de curta-metragem, Prêmio especial do Júri: "Laborat", de Guillaume Cailleau (França)
Urso de ouro de honra: Ken Loach (Grã-Bretanha)
Urso de ouro de melhor filme: "Bai Ri Yan Huo" ("Carvão negro, gelo fino"), de Diao Yinan (China)
Grande prêmio do júri, Urso de prata: "O grande hotel Budapeste", de Wes Anderson (Estados Unidos)
Urso de prata de melhor diretor: Richard Linklater, por "Boyhood" (Estados Unidos)
Urso de prata de melhor atriz: Haru Kuroki, por "Chiisai Ouchi" ("The Little House"), de Yoji Yamada (Japão)
Urso de prata de melhor ator: Liao Fan, por "Bai Ri Yan Huo" ("Carvão negro, gelo fino") (China)
Urso de prata de melhor contribuição artística: "Tui Na" ("Blind Massage"), de Lou Ye (China)
Urso de prata de melhor roteiro: "Kreuzweg" ("Chemin de croix"), de Anna e Dietrich Brüggemann (Alemanha)
Prêmio Alfred Bauer, em memória do fundador do festival para um filme que abre novas perspectivas: "Aimer, boire et chanter", de Alain Resnais (França)
Prêmio de Melhor filme de estreia: "Güeros", de Alonso Ruizpalacios (México)
Urso de ouro de melhor curta-metragem: "Tant qu´il nous reste des fusils à pompe" ("As Long as Shotguns Remain"), de Caroline Poggi e Jonathan Vinel (França)
Urso de prata de curta-metragem, Prêmio especial do Júri: "Laborat", de Guillaume Cailleau (França)
Urso de ouro de honra: Ken Loach (Grã-Bretanha)
AFP
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