Francisco debate temas da família e reforma da Cúria Romana antes do primeiro consistório para criação de cardeais
Cidade do Vaticano, 17 fev 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco inicia hoje no Vaticano uma semana de encontros com os seus mais diretos conselheiros, dedicada ao debate sobre os temas da família e à reforma da Cúria Romana.
Os trabalhos começam com a terceira reunião do novo Conselho de Cardeais, com oito membros dos cinco continentes, que tem como missão auxiliar o Papa no governo da Igreja Católica e “estudar um projeto de revisão da Constituição Apostólica” que regulamenta atualmente a Cúria Romana, organismos centrais (dicastérios) da Santa Sé, a 'Pastor bonus', assinada por João Paulo II a 28 de junho de 1988.
A reunião precede um consistório do Colégio Cardinalício, entre quinta e sexta-feira, para dois dias de “reflexão sobre a família”, como anunciou o Papa Francisco, e o consistório para a criação de novos cardeais, no sábado, festa litúrgica da Cátedra de São Pedro; no domingo, Papa vai presidir a uma celebração eucarística, com os novos cardeais.
Nos próximos dias 24 e 25 vai decorrer uma reunião da Secretaria do Sínodo dos Bispos, que vai discutir os resultados do inquérito preparatório enviado às dioceses de todo o mundo e delinear o instrumento de trabalho para a assembleia extraordinária do episcopado católico, que em outubro vai analisar o tema “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização”.
A segunda reunião com o conselho de oito cardeais, que decorreu em dezembro, ficou marcada pelo anúncio de uma nova “comissão para a proteção das crianças”, que vai coordenar o combate e prevenção de abusos sexuais na Igreja Católica.
Francisco anunciou a 12 de janeiro a lista de 16 cardeais eleitores que vai criar no próximo consistório, o primeiro do pontificado.
A lista inclui vários dos mais diretos colaboradores de Francisco: D.Pietro Parolin, secretário de Estado; D. Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do Sínodo dos Bispos; D. Gerhard Ludwig Műller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé; D. Beniamino Stella, prefeito da Congregação para o Clero.
O Papa vai ainda criar 12 cardeais de dioceses de quatro continentes, dos quais apenas dois são europeus: D. Vincent Nichols, arcebispo de Westminster (Grã-Bretanha); D. Leopoldo José Brenes Solórzano, arcebispo de Manágua (Nicarágua); D. Gérald Cyprien Lacroix, arcebispo de Quebeque (Canadá); D. Jean-Pierre Kutwa, arcebispo de Abidjan (Costa do Marfim); D. Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (Brasil); D. Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perugia-Città della Pieve (Itália); D. Mario Aurelio Poli, arcebispo de Buenos Aires (Argentina), que sucedeu ao Papa nesta sede episcopal; D. Andrew Yeom Soo jung, arcebispo di Seul (Coreia do Sul); D. Ricardo Ezzati Andrello, arcebispo de Santiago (Chile); D. Philippe Nakellentuba Ouédraogo, arcebispo de Ouagadougou (Burquina Faso); D. Orlando B. Quevedo, arcebispo de Cotabato (Filipinas); D. Chibly Langlois, bispo de Les Cayes (Haiti).
Além dos novos eleitores do Colégio Cardinalício, Francisco decidiu criar cardeais três arcebispos eméritos, com mais de 80 anos: D. Loris Francesco Capovilla, antigo secretário de João XXIII; D. Fernando Sebastián Aguilar, arcebispo emérito de Pamplona (Espanha); D. Kelvin Edward Felix, arcebispo emérito de Castries (Santa Lúcia).
o Papa enviou uma carta aos 19 futuros cardeais para sublinhar que “o cardinalato não significa uma promoção nem uma honra nem uma condecoração, é simplesmente um serviço que exige ampliar o olhar e alargar o coração”.
OC
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