terça-feira, 29 de abril de 2014

Preparação da Rio 2016 é a 'pior' da história

Os Jogos na Cidade Maravilhosa são os primeiros da história a serem realizados na América do Sul.

Por Ian Ransom
MELBOURNE, 29 Abr - O vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), John Coates, disse que os preparativos do Brasil para os Jogos de 2016 no Rio de Janeiro são "os piores" que ele já viu e estão gravemente atrasados, mas garantiu que não há "plano B" para realizar a Olimpíada em outro local.
Em um fórum olímpico realizado em Sydney, Coates disse a delegados que os trabalhos de construção ainda não começaram em algumas instalações, que a infraestrutrura está bastante atrasada e que a qualidade da água na baía de Guanabara também é uma grande preocupação, a cerca de dois anos do início dos Jogos.
"Acho que é uma situação pior do que Atenas", disse o australiano, referindo-se aos preparativos para os Jogos de 2004, que foram atingidos por inúmeros atrasos.
"Em Atenas, nós lidávamos com um governo e algumas responsabilidades da cidade. Agora, são três. Há pouca coordenação entre os governos federal, estadual e municipal -- que é responsável por grande parte da construção", afirmou.
"E isso é ruim para uma cidade que tem problemas sociais que também têm de ser resolvidos, um país que também está tentando lidar com a Copa do Mundo chegando em poucos meses. É a pior que eu já vivi."
Os Jogos do Rio, os primeiros da história a serem realizados na América do Sul, têm sofrido com atrasos nos preparativos e problemas de má comunicação entre os três níveis de governo e os organizadores, o que resultou em duras críticas das federações internacionais.
O COI anunciou uma série de medidas este mês para acelerar os preparativos, incluindo a contratação de mais monitores e de gerentes de projetos para fiscalizar o andamento da preparação, além de ampliar o número de viagens ao Rio do diretor de Jogos Olímpicos da entidade, Gilbert Felli.
Entre os principais problemas enfrentados pelo Rio está o atraso no início das obras do Complexo de Deodoro, onde serão disputadas oito modalidades, que teve licitação lançada somente este mês, a poluição da baia de Guanabara, onde serão realizadas as provas de vela, e a falta de orçamento para diversos projetos voltados aos Jogos Olímpicos.
Até o momento o custo da Olimpíada do Rio chega a 37,5 bilhões de reais, mediante previsão de gasto de 29 bilhões de reais na candidatura da cidade, mas as autoridades da cidade alegam que não se pode comparar os valores uma vez que houve mudanças de projetos e que as cifras de 2009 precisam ser atualizadas pela inflação.
"O COI formou uma força-tarefa especial para tentar acelerar os preparativos, mas a situação é crítica", disse Coates mais cedo, em comunicado divulgado pela Comissão Olímpica Australiana.
"O COI adotou um papel mais participativo, isso é sem precedentes para o COI, mas não existe um plano B. Nós estamos indo para o Rio", afirmou Coates, que fez seis viagens ao Rio como membro da comissão de coordenação da entidade.
"Nós ficamos muito preocupados, eles não estão prontos em muitas, muitas maneiras. Nós temos que fazer acontecer e essa é a abordagem do COI, você não pode fugir disso."
Reuters

Nenhum comentário:

Postar um comentário