Presidente da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia sublinha importância de continuar a trabalhar na reaproximação do Leste e do Ocidente
Bruxelas, 23 mai 2014 (Ecclesia) – As eleições europeias deste ano vão coincidir com o 25.º aniversário da queda dos regimes comunistas na Europa Central e de Leste, um processo que foi decisivo para o reforço do projeto comunitário no Velho Continente.
Para o presidente da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE), “o desafio de aprofundar a comunhão entre Leste e Ocidente continua a ser atual na União Europeia”, como demonstram as recentes tensões na Rússia e na Ucrânia.
O cardeal Reinhard Marx destaca o papel que “as Igrejas de todas as confissões” devem continuar a desempenhar neste esforço de “reunificação” e na consolidação de uma “comunidade dos povos”.
A dissolução da maior parte dos regimes que faziam parte da chamada “Cortina de Ferro” em 1989 – a União Soviética só caiu em 1991 – possibilitou 15 anos mais tarde, em 2004, a entrada de 10 novos países na Comunidade Europeia.
Além de Chipre e Malta, passaram a fazer parte da UE três antigas repúblicas soviéticas (Estónia, Letónia e Lituânia), quatro antigos países-satélite da URSS (Polónia, República Checa, Hungria e Eslováquia), e uma antiga república jugoslava (Eslovénia), num total de 75 milhões de pessoas.
O presidente da COMECE sublinha que este processo não derivou “de um mero pedido de adesão formulado por povos livres, como foi o caso dos alargamentos precedentes”.
“Bem pelo contrário, esses países tiveram de lutar para ganhar a liberdade de se tornarem membros da comunidade política dos povos europeus”, aponta.
D. Reinhard Marx invoca a memória do Papa João Paulo II (1920 – 2005), recentemente canonizado, que “falava de dois pulmões na Europa, o Leste e o Ocidente”.
“A Europa oriental e ocidental são, portanto, duas partes diferentes que não são idênticas e que têm as suas caraterísticas próprias, mas fazem parte integrante do mesmo órgão vital e dependem uma da outra”, salienta o líder dos bispos europeus.
O responsável católico faz votos de que “a herança” do santo Karol Wojtyla ajude “a Igreja e o mundo político a prosseguir o caminho” de uma “verdadeira unidade” no continente.
JCP
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