Foto: Reuters |
O caso de Meriam Ibrahim, que se converteu ao cristianismo, gerou comoção internacional e provocou pressão sobre o governo sudanês
Cartum (Sudão). Um tribunal de Cartum, a capital sudanesa (norte da África), anulou a condenação à morte de Meriam Ibrahim, 27 anos, por apostasia - renúncia a uma fé, no caso dela o islamismo. Ibrahim foi libertada ontem, segundo seu advogado e a mídia estatal sudanesa.
Segundo a agência de notícias Suna, a Corte de Apelações anulou a sentença contra a jovem depois de os advogados dela apresentarem sua defesa. Um dos integrantes da defesa de Ibrahim, Eman Abdul-Rahim, disse à agência Associated Press que ela já deixou a prisão e está na companhia do marido e de seus dois filhos pequenos, que estavam com ela na cadeia.
De pai muçulmano, mas criada pela mãe cristã, Ibrahim foi condenada por se casar com um cristão do Sudão do Sul numa cerimônia em 2011. Desde 1983, o Código Penal sudanês criminaliza a conversão de islamitas a outras religiões, que é punível com a pena capital.
No país, homens seguidores do islamismo podem se casar com mulheres de outras religiões, mas o casamento entre mulheres muçulmanas e homens não muçulmanos é proibido. O caso de Ibrahim gerou comoção internacional e provocou pressão diplomática sobre o governo sudanês - países como o Reino Unido instaram o Sudão a cumprir obrigações internacionais no que diz respeito à liberdade de religião.
No final de maio, a jovem, que estava grávida ao ser sentenciada à morte, deu à luz seu segundo filho -uma menina- na prisão.
Fonte: Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário