Aves já estão ‘dando à luz’ até sete dias antes do que a média histórica devido ao aumento das temperaturas.
À medida que o aquecimento global faz a neve ártica derreter cada vez mais cedo, pesquisadores alertam que isso pode ter um efeito negativo em longo prazo na taxa de reprodução de aves migratórias.
Aves migratórias no Ártico já estão ‘dando à luz’ até sete dias antes do que a média histórica devido ao aumento das temperaturas. Um exemplo é o pássaro maçarico, que está fazendo um caminho mais curto para colocar seus ninhos nas costas do Alasca porque as neves de inverno estão derretendo mais cedo.
Os cientistas conservacionistas Joe Liebezeit e Steve Zack – da Sociedade de Conservação da Vida Selvagem (WCS) – e seus colegas reportaram no periódico Polar Biology que observaram cerca de 2,5 mil ninhos de quatro espécies de aves costeiras no Alasca – duas de maçaricos (Calidris pusilla e Calidris melanotos), duas de falaropos (Phalaropus lobatus e Phalaropus fulicarius) – e uma ave canora chamada Escrevedeira-da-lapônia (Calcarius lapponicus) em um período de nove anos.
Tempo de incubação
Eles registraram quando os primeiros ovos foram colocados. Também avaliaram o derretimento da neve em locais de nidificação em momentos diferentes no início da primavera, e tomaram nota da abundância de predadores e do resplendor sazonal da vegetação – ambos podem afetar o tempo de incubação – para ver o que importava mais em termos de reprodução.
“Parece claro que o momento de derretimento da neve no Alasca Ártico é o mecanismo mais importante que leva à incubação cada vez mais adiantada que observamos”, disse Liebezeit, agora na Sociedade Audubon de Portland, Oregon.
“As taxas de aumento na incubação mais adiantada são maiores nas aves árticas do que em outras espécies de aves de locais temperados, e isso está de acordo com o fato de que o clima ártico está mudando duas vezes mais rapidamente [do que em outros lugares].”
Durante os nove anos nos quais os cientistas conduziram seu estudo, eles descobriram que a incubação avançou entre quatro e sete dias.
“Aves migratórias estão chocando antes com a mudança no Ártico, presumivelmente para seguir o adiantamento da primavera e abundância de insetos”, afirmou Steve Zack, que é o coordenador da WCS para conservação de aves.
“Muitas dessas aves passam o inverno nos trópicos e podem estar comprometendo seu complicado calendário de migração para se acomodarem a essa mudança. Estamos preocupados que haja um limite em que elas não possam mais ser capazes de acompanhar essas primaveras adiantadas, o que impactaria o sucesso da reprodução ou mesmo na viabilidade da população”.
Mudança na ecologia
O calendário da vida ártica é moldado pelo gelo, e a ecologia da região está começando a mudar à medida que a área marítima coberta por gelo encolhe com os sucessivos verões.
Mas Ingrid Onarheim, do Instituto Geofísico da Universidade de Bergen, e seus colegas alertam no períodico Tellus – publicado pelo Instituto Meteorológico Internacional da Universidade de Estocolmo – que o oceano Ártico está perdendo gelo mesmo no inverno, pelo menos no norte da ilha de Svalbard, Noruega.
Um estudo de registros de satélite mostra que essa região está perdendo gelo de inverno a uma taxa de quase 10% por década, e as águas do Atlântico norte que entram no oceano Ártico nesse ponto têm aquecido em 0,3ºC por década. Ao mesmo tempo, a temperatura do ar na superfície tem aquecido a 2ºC por década, e os pesquisadores registraram um aumento médio nas temperaturas de inverno de 6,9ºC nos últimos 34 anos.
Eles acreditam que os ventos não causaram o aquecimento em longo prazo ou a perda de gelo, então devem ser as temperaturas mais quentes do oceano. O gelo, além disso, tem ficado mais fino ao longo das décadas, tornando mais provável seu derretimento e retração a cada inverno.
Aves migratórias no Ártico já estão ‘dando à luz’ até sete dias antes do que a média histórica devido ao aumento das temperaturas. Um exemplo é o pássaro maçarico, que está fazendo um caminho mais curto para colocar seus ninhos nas costas do Alasca porque as neves de inverno estão derretendo mais cedo.
Os cientistas conservacionistas Joe Liebezeit e Steve Zack – da Sociedade de Conservação da Vida Selvagem (WCS) – e seus colegas reportaram no periódico Polar Biology que observaram cerca de 2,5 mil ninhos de quatro espécies de aves costeiras no Alasca – duas de maçaricos (Calidris pusilla e Calidris melanotos), duas de falaropos (Phalaropus lobatus e Phalaropus fulicarius) – e uma ave canora chamada Escrevedeira-da-lapônia (Calcarius lapponicus) em um período de nove anos.
Tempo de incubação
Eles registraram quando os primeiros ovos foram colocados. Também avaliaram o derretimento da neve em locais de nidificação em momentos diferentes no início da primavera, e tomaram nota da abundância de predadores e do resplendor sazonal da vegetação – ambos podem afetar o tempo de incubação – para ver o que importava mais em termos de reprodução.
“Parece claro que o momento de derretimento da neve no Alasca Ártico é o mecanismo mais importante que leva à incubação cada vez mais adiantada que observamos”, disse Liebezeit, agora na Sociedade Audubon de Portland, Oregon.
“As taxas de aumento na incubação mais adiantada são maiores nas aves árticas do que em outras espécies de aves de locais temperados, e isso está de acordo com o fato de que o clima ártico está mudando duas vezes mais rapidamente [do que em outros lugares].”
Durante os nove anos nos quais os cientistas conduziram seu estudo, eles descobriram que a incubação avançou entre quatro e sete dias.
“Aves migratórias estão chocando antes com a mudança no Ártico, presumivelmente para seguir o adiantamento da primavera e abundância de insetos”, afirmou Steve Zack, que é o coordenador da WCS para conservação de aves.
“Muitas dessas aves passam o inverno nos trópicos e podem estar comprometendo seu complicado calendário de migração para se acomodarem a essa mudança. Estamos preocupados que haja um limite em que elas não possam mais ser capazes de acompanhar essas primaveras adiantadas, o que impactaria o sucesso da reprodução ou mesmo na viabilidade da população”.
Mudança na ecologia
O calendário da vida ártica é moldado pelo gelo, e a ecologia da região está começando a mudar à medida que a área marítima coberta por gelo encolhe com os sucessivos verões.
Mas Ingrid Onarheim, do Instituto Geofísico da Universidade de Bergen, e seus colegas alertam no períodico Tellus – publicado pelo Instituto Meteorológico Internacional da Universidade de Estocolmo – que o oceano Ártico está perdendo gelo mesmo no inverno, pelo menos no norte da ilha de Svalbard, Noruega.
Um estudo de registros de satélite mostra que essa região está perdendo gelo de inverno a uma taxa de quase 10% por década, e as águas do Atlântico norte que entram no oceano Ártico nesse ponto têm aquecido em 0,3ºC por década. Ao mesmo tempo, a temperatura do ar na superfície tem aquecido a 2ºC por década, e os pesquisadores registraram um aumento médio nas temperaturas de inverno de 6,9ºC nos últimos 34 anos.
Eles acreditam que os ventos não causaram o aquecimento em longo prazo ou a perda de gelo, então devem ser as temperaturas mais quentes do oceano. O gelo, além disso, tem ficado mais fino ao longo das décadas, tornando mais provável seu derretimento e retração a cada inverno.
Instituto Carbono Brasil
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