domingo, 24 de agosto de 2014

Discurso do papa sacode comunidade mundial

Francisco alerta que humanidade vive uma 'terceira guerra mundial, mas feita aos pedaços'.
Cidade do Vaticano, Vaticano – O secretário do Conselho Pontifício Justiça e Paz acredita que o alerta que o papa deixou sobre a humanidade estar vivendo uma "terceira guerra mundial, mas feita aos pedaços", despertou consciências para o drama que hoje atinge o Iraque, a Síria e diversas outras nações. “Francisco sacudiu a comunidade internacional, que parece distraída e lenta para intervir em favor da justiça, obrigando os Estados a fazê-lo de modo individual”, disse D. Mario Toso à Rádio Vaticano.

O papa argentino abordou esta questão na sua viagem de volta a Roma, após uma visita de cinco dias à Coreia do Sul. “Quando há uma agressão injusta, posso apenas dizer que é lícito travar o agressor injusto. Sublinho o verbo travar; não digo bombardear”, apontou Francisco, que sublinhou a responsabilidade que a Organização das Nações Unidas deve assumir na resolução do conflito.

D. Mario Toso destaca as palavras "comedidas e pensadas" do Papa, “à luz da mais recente Doutrina Social da Igreja mas também da comunidade internacional”. Para o bispo, é fundamental promover a “multilateralidade para oferecer maiores garantias de justiça” e o “princípio da responsabilidade” para proteger etnias e grupos “ameaçados de morte”, como no Iraque.

“O que deve preocupar é que, embora os conflitos pareçam circunscritos, em última análise, eles representam focos que podem desencadear, de um momento para outro, uma guerra mundial, que pode envolver grande parte da humanidade”, comentou o secretário do Conselho Pontifício Justiça e Paz.

D. Mario Toso defendeu que as organizações internacionais e regionais devem ser capazes de “trabalhar em conjunto para enfrentar os problemas e promover a paz”. “Em questões globais ou de interesse global devem existir instituições internacionais adequadas e reformadas”, acrescentou.

Para o bispo italiano os interessados numa solução para o fim dos conflitos “não” manifestam “um desejo claro e a nítida vontade de paz e justiça”. “Parecem prevalecer os pontos de vista particulares jamais o bem comum da família humana, das nações ou povos de uma região”, acrescentou D. Mario Toso.

Segundo a Rádio Vaticano, a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos criticou na última quinta-feira (21) a ineficácia do Conselho de Segurança em acabar com os conflitos armados, frisando que “nem sempre houve uma decisão forte e de princípios dos membros do Conselho para acabar com as crises”. “Os assassinos, os destruidores e os mercenários na Síria e no Iraque estão sendo encorajados e impelidos pela paralisia internacional”, acusou Navi Pillay, que renunciou recentemente a seu cargo.
SIR

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