sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Sínodo da Família será oportunidade de «atualização» pastoral


Sínodo dos Bispos (Inter Mirifica)
Sínodo dos Bispos (Inter Mirifica)

D. José Saraiva Martins antecipa reunião geral dos bispos marcada para outubro em Roma

Lisboa, 22 ago 2014 (Ecclesia) – O cardeal português D. José Saraiva Martins acredita que o Sínodo dos Bispos dedicado à Família, marcado para outubro, vai ter uma relevância decisiva para a “atualização” da relação entre Igreja Católica e sociedade.
Numa entrevista concedida à Agência ECCLESIA, o responsável salienta que, sempre “na fidelidade ao magistério”, a Igreja tem de saber “falar ao Homem de hoje com a linguagem de hoje” e “viver a fé cristã no tempo” em que se encontra.
“E isto torna necessário uma contínua revisão de certas normas”, admite o cardeal.
Entre 5 e 19 de outubro, os bispos de todo o mundo vão ser chamados a analisar no Vaticano “os desafios pastorais sobre a Família no contexto da evangelização”.
Em 2015 terá lugar uma segunda assembleia, em que o principal objetivo será identificar “linhas de ação para a pastoral da pessoa humana e da família”.
O documento preparatório do Sínodo, publicado pela Santa Sé, deixou antever que em cima da mesa vão estar temas como a crise económica e de natalidade, as dificuldades no matrimónio, a violência doméstica e a educação dos filhos.
“Fala-se muito do problema dos jovens mas ele deriva do problema das famílias”, frisa o prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos.
No caso dos mais novos, acrescenta o prelado, o desinteresse, a rebeldia ou o desequilíbrio que muitos revelam é fruto de não terem recebido “uma formação autenticamente humana no seio das suas famílias”.
“Ou porque os pais estão separados ou porque estão divorciados, a juventude de hoje não tem aqueles princípios fundamentais, não digo já cristãos mas humanos”, realça D. José Saraiva Martins.
Em foco a partir de outubro estará também a forma como a Igreja olha para problemáticas como a situação dos divorciados ou recasados.
Para o cardeal português é possível que surjam alterações no modo como a Igreja Católica aborda estas situações, porque “tudo o que não é dogma de fé pode mudar, porque a sociedade muda, a linguagem dos homens muda, o modo de conceber as coisas muda”.
Mas de um modo geral, só o facto da Santa Sé apostar em debater “em profundidade” estas matérias, é “muito importante” e “uma oportunidade única para dar solução” a vários problemas, conclui.
PR/JCP

Nenhum comentário:

Postar um comentário