No caminho entre a faculdade e a minha casa, o pendrive plugado no rádio do carro me levou à trilha do filme ‘As vantagens de ser invisível’. Que me levou à música ‘Temptation’, do New Order. “Oh, you've got green eyes. Oh, you've got blue eyes. Oh, you've got grey eyes”. Quando vi, já estava ‘cantando’ em minha cabeça texto do André Takeda, publicado no blog Spectorama. “Oh, you’ve got green eyes. Olhos verdes, sapatos vermelhos, echarpes pretas. Vestidos brancos. Bruxas e princesas (...)”.
Cheguei com muita vontade de ler o resto, pois minha memória não muito confiável havia empacado ‘nas’ princesas. O computador gastou cinco horas para ligar, claro, a internet ainda deu uma falhada, mas consegui: o blog estava aberto na tela. Próxima página, próxima página, e nada. Acabei esbarrando em uma postagem chamada ‘E agora?’, sobre o livro ‘O Apanhador no Campo de Centeio’, de J.D. Salinger.
“Já repeti mil vezes e vou repetir de novo: o capítulo onze (...) foi fundamental para eu escrever do jeito que escrevo. Além disso, esse capítulo resume quase tudo o senti e sinto em meus relacionamentos”. Foi nessa parte que o livro saiu da estante e veio parar em minhas mãos novamente, depois de anos.
Capítulo onze. Último parágrafo da página 81. Caulfield fala como era fabuloso ficar de mãos dadas com a Jane. Youtube, I wanna hold your hand, play. Poderia continuar nessa brincadeira a noite toda [te falo que fico curiosa para saber onde teria chegado], mas fiquei pensando nas palavras do André.
Não acho que cheguei ao nível de construir um estilo de escrita, mas se esses rabiscos têm influência, bem que poderiam ser do próprio Takeda [além de textos para blogs e sites de cultura, é autor do livro ‘Clube dos corações solitários’, vale a leitura]. E claro, Salinger. Qualquer coisa parecida seria uma honra sem fim.
Vieram-me então à cabeça alguns outros livros: ‘Alta fidelidade’, de Nick Hornby, ‘Digam a satã que o recado foi entendido’, de Daniel Pellizzari, ‘De cada amor tu herdarás só o cinismo’, de Arthur Dapieve, ‘O livro das impossibilidades’, de Luiz Ruffato.
O que eles têm de tão especial? Bom, vou pegar emprestadas as palavras de Takeda [tadinho, a orelha dele deve estar até vermelha]. São sobre o Salinger, mas diria que se adequam, de certa forma, a todos que citei: são escritores capazes “de transformar a verdade da vida em palavras e histórias tão fáceis de se identificar.” Espero um dia falar sobre cada um deles neste espaço. [E descobrir porque não segui os conselhos da Giselle, querida professora do colégio, e demorei tanto para ler 'O Apanhador’. Adolescentes.]
No fim, o link para o post do ‘Green eyes’ nada. Sorte que ele estava salvo no rascunho do meu e-mail.
"Eu lembro do seu sapato vermelho e de sua echarpe preta em uma sexta-feira de bruxas. Uma versão alternativa de Wave of Mutilation dos Pixies tocando no bar e as minhas mãos sobre a sua cintura. O seu gosto de cerveja, limão e canela. Às vezes, quando estou assim, perdido nos meus pensamentos que vão e vem e se perdem em uma jukebox imaginária e esquizofrênica, com canções soul, indie, country e solos de guitarras que duram menos de sete segundos, às vezes lembro dos detalhes exatos de porque você é você e eu sou eu e eu sou você e você sou eu. Não sei o que veio primeiro: o amor ou a paixão. Porque você inverte a ordem das coisas. Estabelece uma nova ordem. New order. Temptation. Oh, you’ve got green eyes. Olhos verdes, sapatos vermelhos, echarpes pretas. Vestidos brancos. Bruxas e princesas. Fadas e cantoras punks. E quando bate o sono, ouço uma canção do Blondie. E sonho com você".
Devia estar apaixonada quando cismei com esse poema (?). Vai saber.
Cassino Hotel
Pesquisando sobre o Takeda, descubro que ele tem um segundo livro publicado, chamado ‘Cassino Hotel’. Já quero.
Virada Cultural
Por falar em coisas que levam a outras, Belo Horizonte recebe neste fim de semana (30 e 31) a segunda edição da Virada Cultural. São 24h de programações artísticas espalhadas por diversos locais da cidade. Em uma olhada rápida, já ‘separei’ o espetáculo 'Por um Fio', da Mimulus Cia de Dança, e os shows de Gabriel Guedes, Lô Borges e Tom Zé. Veja aqui a programação completa e monte seu roteiro!
Cheguei com muita vontade de ler o resto, pois minha memória não muito confiável havia empacado ‘nas’ princesas. O computador gastou cinco horas para ligar, claro, a internet ainda deu uma falhada, mas consegui: o blog estava aberto na tela. Próxima página, próxima página, e nada. Acabei esbarrando em uma postagem chamada ‘E agora?’, sobre o livro ‘O Apanhador no Campo de Centeio’, de J.D. Salinger.
“Já repeti mil vezes e vou repetir de novo: o capítulo onze (...) foi fundamental para eu escrever do jeito que escrevo. Além disso, esse capítulo resume quase tudo o senti e sinto em meus relacionamentos”. Foi nessa parte que o livro saiu da estante e veio parar em minhas mãos novamente, depois de anos.
Capítulo onze. Último parágrafo da página 81. Caulfield fala como era fabuloso ficar de mãos dadas com a Jane. Youtube, I wanna hold your hand, play. Poderia continuar nessa brincadeira a noite toda [te falo que fico curiosa para saber onde teria chegado], mas fiquei pensando nas palavras do André.
Não acho que cheguei ao nível de construir um estilo de escrita, mas se esses rabiscos têm influência, bem que poderiam ser do próprio Takeda [além de textos para blogs e sites de cultura, é autor do livro ‘Clube dos corações solitários’, vale a leitura]. E claro, Salinger. Qualquer coisa parecida seria uma honra sem fim.
Vieram-me então à cabeça alguns outros livros: ‘Alta fidelidade’, de Nick Hornby, ‘Digam a satã que o recado foi entendido’, de Daniel Pellizzari, ‘De cada amor tu herdarás só o cinismo’, de Arthur Dapieve, ‘O livro das impossibilidades’, de Luiz Ruffato.
O que eles têm de tão especial? Bom, vou pegar emprestadas as palavras de Takeda [tadinho, a orelha dele deve estar até vermelha]. São sobre o Salinger, mas diria que se adequam, de certa forma, a todos que citei: são escritores capazes “de transformar a verdade da vida em palavras e histórias tão fáceis de se identificar.” Espero um dia falar sobre cada um deles neste espaço. [E descobrir porque não segui os conselhos da Giselle, querida professora do colégio, e demorei tanto para ler 'O Apanhador’. Adolescentes.]
No fim, o link para o post do ‘Green eyes’ nada. Sorte que ele estava salvo no rascunho do meu e-mail.
"Eu lembro do seu sapato vermelho e de sua echarpe preta em uma sexta-feira de bruxas. Uma versão alternativa de Wave of Mutilation dos Pixies tocando no bar e as minhas mãos sobre a sua cintura. O seu gosto de cerveja, limão e canela. Às vezes, quando estou assim, perdido nos meus pensamentos que vão e vem e se perdem em uma jukebox imaginária e esquizofrênica, com canções soul, indie, country e solos de guitarras que duram menos de sete segundos, às vezes lembro dos detalhes exatos de porque você é você e eu sou eu e eu sou você e você sou eu. Não sei o que veio primeiro: o amor ou a paixão. Porque você inverte a ordem das coisas. Estabelece uma nova ordem. New order. Temptation. Oh, you’ve got green eyes. Olhos verdes, sapatos vermelhos, echarpes pretas. Vestidos brancos. Bruxas e princesas. Fadas e cantoras punks. E quando bate o sono, ouço uma canção do Blondie. E sonho com você".
Devia estar apaixonada quando cismei com esse poema (?). Vai saber.
Cassino Hotel
Pesquisando sobre o Takeda, descubro que ele tem um segundo livro publicado, chamado ‘Cassino Hotel’. Já quero.
Virada Cultural
Por falar em coisas que levam a outras, Belo Horizonte recebe neste fim de semana (30 e 31) a segunda edição da Virada Cultural. São 24h de programações artísticas espalhadas por diversos locais da cidade. Em uma olhada rápida, já ‘separei’ o espetáculo 'Por um Fio', da Mimulus Cia de Dança, e os shows de Gabriel Guedes, Lô Borges e Tom Zé. Veja aqui a programação completa e monte seu roteiro!
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