As sete dores, as sete tristezas ou as sete espadas… O relato dos Santos Evangelhos forneceu à piedade popular os elementos para formar a coleção dos sete grandes padecimentos da Virgem Mãe.
“Uma espada transpassará tua alma” (Lc 2, 35), profetizou Simeão a Maria, no Templo. Esta foi sua primeira grande dor. Seguem-se depois as demais, na ordem cronológica do Evangelho: a fuga para o Egito, a perda do Menino Jesus no Templo, a ida para o Calvário, a Crucifixão de Nosso Senhor, a descida da Cruz, e o sepultamento.
Durante certo tempo, a memória de Nossa Senhora das Dores se comemorava sob o título de celebração das Sete Dores de Maria, introduzida na Liturgia em 1668, por iniciativa da Ordem dos Frades dos Servos de Maria (Servitas). Essa Ordem goza do privilégio de um Prefácio próprio para a comemoração litúrgica de 15 de setembro, no qual se faz esta comovedora oração a Deus Pai, uma verdadeira obra-prima de piedade e teologia:
“Vós, para restaurar o gênero humano, em sábio desígnio, associaste benignamente a Virgem a vosso Filho Unigênito; e Ela que, pela ação fecundante do Espírito, tinha-se tornado a Mãe d’Ele, por novo dom de vossa bondade tornou-se sua auxiliar na Redenção; e as dores que Ela não sofreu ao dar ao mundo seu Filho, sofreu, gravíssimas, para fazer-nos renascer em Vós.”
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