sábado, 13 de setembro de 2014

Ebola deixa 2,4 mil mortos na África

Já não resta nenhum leito disponível para tratar pacientes com o vírus na Libéria.

A epidemia de febre hemorrágica Ebola no leste da África já deixou mais de 2.400 mortos, e Cuba anunciou nesta sexta-feira o envio de 165 médicos e enfermeiros a Serra Leoa.
Trata-se do envio mais importante de especialistas à região, destacou a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, em uma coletiva de imprensa em Genebra.
"Se vamos à guerra contra o Ebola, precisamos dos recursos para lutar", afirmou Chan.
"Estou muito agradecida com a generosidade do governo cubano e destes profissionais da saúde, que farão sua parte para ajudar a conter o pior surto de Ebola da história. Esta colaboração marcará uma diferença significativa em Serra Leoa", ressaltou.
"Cuba é conhecida no mundo por sua capacidade para formar médicos e enfermeiras de destaque, assim como por sua generosidade em ajudar outros países em seu caminho em direção ao progresso", acrescentou Chan.
O ministro cubano da Saúde, Roberto Morales Ojeda, anunciou nesta sexta-feira (12) em Genebra durante esta coletiva de imprensa que Cuba mobilizará 165 médicos e enfermeiros em Serra Leoa durante seis meses para ajudar as autoridades deste país a combater o Ebola.
"Vamos cooperar com uma brigada de 165 colaboradores, constituída por 62 médicos e 103 enfermeiros", anunciou o ministro cubano.
Todos estes médicos e enfermeiros "participaram anteriormente de situações de desastre" e "anunciaram voluntariamente sua disposição", acrescentou Morales.
O funcionário cubano declarou que alguns deles já estão em Serra Leoa.
Sua missão, em coordenação com a OMS, durará seis meses, a partir da primeira semana de outubro.
A epidemia de Ebola já deixou cerca de 2.400 mortos na África Ocidental, 509 deles em Serra Leoa, desde o surgimento do vírus, no início do ano, segundo a OMS.
"Falta tudo (...) mas o que mais precisamos é de gente", disse Margaret Chan.
"No dia 12 de setembro, há 4.784 casos" e "mais de 2.400 mortos", declarou Chan, em uma coletiva de imprensa na sede da OMS em Genebra.
Não foi informado, no entanto, se estes números incluem a Nigéria ou se é um balanço dos três países mais afetados: Guiné, Libéria e Serra Leoa.
O balanço anterior publicado na terça-feira pela OMS informava sobre 2.300 mortos de um total de 4.293 casos em toda a África Ocidental.
"Nos três países mais afetados, o número de casos aumenta mais rápido que a capacidade para tratá-los", advertiu nesta sexta-feira Chan, que pede uma maior mobilização da comunidade internacional.
Ele também lembrou que já não resta nenhum leito disponível para tratar estes pacientes na Libéria.
Profissionais da saúde
Enquanto a epidemia se espalha, a OMS estima que ainda são necessários na região entre 500 e 600 profissionais de saúde estrangeiros e 1.000 nacionais.
A OMS tem uma lista de 500 especialistas internacionais, mas nem todos são enviados ao mesmo tempo. Cerca de 200 estão atualmente na região, segundo um porta-voz.
Por sua vez, a ONG Médicos Sem Fronteiras, muito ativa na luta contra o Ebola, conta com mais de 200 expatriados internacionais na região.
Os Estados Unidos já possuíam desde o início de setembro 100 representantes na área.
"A China já enviou equipes médicas aos três países" mais afetados, disse Chan, sem fornecer números.
A União Africana prometeu na segunda-feira mobilizar cem pessoas, em grupos de 20, enquanto a França anunciou na quinta-feira que reforçará sua mobilização para ajudar a Guiné.
O Reino Unido planeja criar um hospital de campanha em Serra Leoa, enviar funcionários e treinar trabalhadores locais, segundo a OMS.
A ONU afirmou que tem a intenção de deixar suas forças de manutenção de paz na Libéria. Estas tropas estão ali desde o fim da guerra civil neste país, em 2003.
AFP

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