Batalha do passinho e neurocientista Miguel Nicolelis foram a evento no Rio.
Brasileiros se destacaram entre palestrantes e plateia global; veja resumo.
Brasileiros se destacaram nesta quarta-feira (8) no TED Global, conferência no Rio com cientistas, ativistas e artistas de todo o mundo. O neurocientista Miguel Nicolelis, que falou sobre seu projeto de exoesqueleto, e o grupo de dançarinos de funk Batalha do Passinho causaram impacto e saíram aplaudidos de pé por uma plateia de mil pessoas de 69 países diferentes, que pagaram US$ 6 mil (cerca de R$ 15 mil) por ingresso. Nos 15 minutos finais, o grupo carioca Casuarina ainda colocou a plateia para sambar no meio do auditório.
A Batalha do Passinho foi ovacionada pela apresentação de dança e pelo discurso do diretor artístico do grupo, Júlio Ludemir. Ele definiu a atividade da trupe como importante “plataforma para revelar a identidade de jovens das favelas” e buscou traduzir as dificuldades dos jovens carentes para o público.
“Esses dançarinos enfrentaram uma batalha para ter apoio dos pais, pois o funk é associado com traficantes de drogas e prostituição”, explicou Ludemir. Ele homenageou Gualter Damasceno Rocha, o “Rei do Passinho”, assassinado em 2012, que era ligado ao grupo. A Batalha do Passinho se uniu a outras apresentações sobre questões urbanas. O duo holandês Haas&Hahn mostrou murais em favelas no Rio feitos com a comunidade para aumentar a autoestima e o envolvimento local. O engenheiro Su Yunsheng falou de soluções de design para a expansão de cidades na China.
Exoesqueleto e 'cérebros conectados'
O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis falou no fim da tarde de quarta. Ele comandou o projeto Andar de Novo, que criou robô comandado por um jovem paraplégico e foi mostrado na abertura da Copa do Brasil. "Apresentamos o projeto para o governo e a Fifa e acharam que éramos completamente malucos, mas falaram 'ok, vamos tentar'", lembrou Nicolelis.
O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis falou no fim da tarde de quarta. Ele comandou o projeto Andar de Novo, que criou robô comandado por um jovem paraplégico e foi mostrado na abertura da Copa do Brasil. "Apresentamos o projeto para o governo e a Fifa e acharam que éramos completamente malucos, mas falaram 'ok, vamos tentar'", lembrou Nicolelis.
"Não importa quanto tempo a Fifa nos deu para mostrar, o resultado não tem preço", disse, em referência ao tempo que ele considerou curto no evento comandado pela entidade. Ele explicou o princípio das máquinas de interface com o cérebro, como o exoesqueleto. Elas se baseiam em "sensores que podem ler os sinais elétricos das células cerebrais e transformar em comandos digitais para os aparelhos mecânicos".
Ele também mostrou outro foco de suas pesquisas: ligar cérebros diferentes para realizar uma tarefa conjunta. Testes da chamada "interface cérebro a cérebro" com ratos e macacos foram mostrados (saiba mais). Sobre o futuro das pesquisas, ele disse: "Não temos ideia de onde isso está indo. Somos cientistas, pagos para ser como crianças, ir a campo e descobrir."
Mão na massa
O TED desta quarta foi das ideias e conceitos à mão na massa. Trocar uma visão geral e distante pelo contato direto com as pessoas que sofrem e tentam resolver problemas de forma pacífica, da violência à corrupção, foi a lição das primeiras palestras. O ex-soldado israelense Oren Yakobovich aposta em câmeras para registrar abusos aos direitos humanos. A ativista anticorrupção Charmian Gooch criou um projeto de mapa interativo que denuncia corrupçãode sociedades anônimas.
O TED desta quarta foi das ideias e conceitos à mão na massa. Trocar uma visão geral e distante pelo contato direto com as pessoas que sofrem e tentam resolver problemas de forma pacífica, da violência à corrupção, foi a lição das primeiras palestras. O ex-soldado israelense Oren Yakobovich aposta em câmeras para registrar abusos aos direitos humanos. A ativista anticorrupção Charmian Gooch criou um projeto de mapa interativo que denuncia corrupçãode sociedades anônimas.
Outro destaque da quarta foi a ativista libanesa Doreen Khoury, que falou sobre os conflitos na Síria. “Há muita atenção a pessoas que entram para o Estado Islâmico e pouca para pessoas que continuam não violentas e tentam mudar as coisas. Só se foca nas fronteiras e na política e não se vê as pessoas nas ruas”, disse.
A cientista Severine Austesserre falou sobre a violência na África e o conflito que acontece no Congo. “É o conflito mais mortal desde a Segunda Guerra”, afirmou descrevendo a série de abusos sexuais a mulheres e crianças e as mortes de homens no local.
Tecnologia dá poder
O terceiro bloco de palestras teve como tema o poder oferecido pela tecnologia. O jornalista Rodrigo Baggio, que fundou o Comitê para Democratização da Informática (CDI), no Rio de Janeiro, afirmou que em março de 2015, o projeto que já existe em 12 países, crescerá para 20. “Os desafios da inclusão digital continuam, tanto no Brasil como nos outros países onde estamos presentes”. Já Bruno Toturra falou sobre a ação da Mídia Ninja durante os protestos de 2013 na capital fluminense.
O terceiro bloco de palestras teve como tema o poder oferecido pela tecnologia. O jornalista Rodrigo Baggio, que fundou o Comitê para Democratização da Informática (CDI), no Rio de Janeiro, afirmou que em março de 2015, o projeto que já existe em 12 países, crescerá para 20. “Os desafios da inclusão digital continuam, tanto no Brasil como nos outros países onde estamos presentes”. Já Bruno Toturra falou sobre a ação da Mídia Ninja durante os protestos de 2013 na capital fluminense.
O empreendedor americano Steve Song explicou como sua empresa, a Village Telco, leva para lugares pobres da África conexão de internet de baixo custo. "Nunca previ o quão rápido íamos mudar toda a capacidade de fibra no território da África". Syed Karim apresentou um aparelho portátil, movido a bateria, que garante conexão após desastres naturais. E falou sobre o ousado projeto da companhia de lançar pequenos satélites que transmitam sinal wi-fi. “Até o fim do ano teremos cobertura global e podemos prover educação e informação para bilhões de pessoas", garantiu. "Estamos criando uma livraria pública da humanidade".
Porta-voz para refugiados da ONU
Melissa Flemming, porta-voz da Comissão Para Refugiados da ONU, fez discurso forte sobre o tema. "Nunca desde a Segunda Guerra houve tanta gente forçadamente tirada de casa por conflitos". Sâo mais de 50 milhões de refugiados hoje, segundo o órgão.
Melissa Flemming, porta-voz da Comissão Para Refugiados da ONU, fez discurso forte sobre o tema. "Nunca desde a Segunda Guerra houve tanta gente forçadamente tirada de casa por conflitos". Sâo mais de 50 milhões de refugiados hoje, segundo o órgão.
No final, dois brasileiros ainda foram bastante aplaudidos: Tasso Azevedo falou sobre a diminuição de 75% de desmatamento na Amazônia nos últimos dez anos e Ilona Szabó de Carvalho defendeu novas leis sobre armas e drogas. "Precisamos legalizar as drogas, mas com um mercado fortemente regulado", disse. O dia de palestras foi fechado pelo britânico Michael Green. Ele apresentou seu Índice de Progresso Social, uma alternativa mais ampla ao PIB como indicador do sucesso de países.
TED Global 2014
A série de palestras e apresentações de diversas áreas tem a missão de mostrar "ideias que merecem ser espalhadas", e terá sua primeira edição oficial no Brasil. O nome vem da sigla "tecnologia, entretenimento e design". Serão 66 nomes entre cientistas, artistas e ativistas. As palestras são divulgadas aos poucos no site do evento.
A série de palestras e apresentações de diversas áreas tem a missão de mostrar "ideias que merecem ser espalhadas", e terá sua primeira edição oficial no Brasil. O nome vem da sigla "tecnologia, entretenimento e design". Serão 66 nomes entre cientistas, artistas e ativistas. As palestras são divulgadas aos poucos no site do evento.
Glenn Greenwald, jornalista norte-americano que revelou a espionagem do governo dos EUA; Vincent Moon, diretor francês de vídeos musicais; Fabien Cousteau, ambientalista francês neto de Jacques Cousteau; e José Padilha, diretor brasileiro, estão entre os palestrantes. As participações têm no máximo 18 minutos.
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