Campeão olímpico, brasileiro tem boa exibição na final, mas fica atrás do anfitrião em Nanning. Outro chinês e russo dividem a terceira colocação
A cada movimento do Yang Liu, soava no ginásio Guangxi um expressão conjunta de admiração. A torcida empurrou e pesou a favor do chinês neste sábado. Arthur Zanetti lutou, usou de toda a sua força - e olha que ele tem muita - para executar sua série quase com perfeição, mas não deu. Depois de quase dois anos no topo do pódio das argolas, o brasileiro teve de descer um degrau. A medalha de prata no peito foi recebida com sorrisos tímidos, mas não menos orgulhosos. A vitória do chinês de certa forma era esperada. Ele era favorito em Nanning. Venceu uma das muitas batalhas que serão travadas até as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.
- Estou feliz. Fiz o meu melhor. Na competição acontece de tudo. Estou aí para mostrar que acontece. O chinês é um bom atleta e está dentro da casa dele. Isso torna um pouco mais difícil. É da competição. Agora é treinar para fazer o meu melhor nas próximas competições - disse Arthur.
Zanetti comemora após encerrar sua performance (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)
Yang Liu foi absoluto durante toda a competição, sempre tirando notas acima de 15,900. Na final deste sábado, ele recebeu a nota de 15,933 com uma saída cravada e um êxtase que o fez até ignorar os cumprimentos de Zanetti. O brasileiro ficou exatos dois décimos atrás do anfitrião. Outro chinês, Hao You, e o russo Denis Abliazin, que havia levado o ouro do solo horas antes, dividiram o bronze, empatados com 15,700.
A FINAL
Sempre favorito, Arthur defendia uma invencibilidade de quase dois anos, mas desta vez o perigoso chinês Yang Liu se colocava como grande obstáculo no caminho para o título. Os dois adversários aqueceram lado a lado, já no ginásio Guangxi, pouco antes do início das finais do dia. Como as argolas fechavam a programação deste sábado, Zanetti se posicionou na arquibancada para torcer pelo amigo Diego Hypolito e vê-lo conquistar o bronze no solo.
Depois ele voltou a se concentrar no seu objetivo: mais um pódio nas argolas. Ele foi o terceiro a se apresentar. Antes viu o francês Samir Ait Said cravar sua saída e comemorar muito, apesar de não mostrar tanta satisfação com a nota de 15,566. Era então a vez de Yang Liu. Ovacionado a cada movimento pela torcida, o líder da classificatória mais uma cravou a saída. Vibrou tanto que nem viu Zanetti estender a mão para cumprimentá-lo. A nota de 15,933, igual à da classificatória o colocava bem perto do ouro.
Zanetti entrou logo na sequência, deu mais uma vez um show de força. Até mesmo a rival torcida chinesa o admirou em alguns momentos. A saída foi quase cravada, e a nota foi um pouco melhor do que a da classificatória: 15,733. Acabava a invencibilidade, mas o pódio ainda estava perto, bem ao alcance do brasileiro.
Outro adversário direto pelo pódio, o grego Eleftherios Petrounias se apresentou logo na sequência. Ele se complicou na saída. Um passo mais largo para trás lhe rendeu descontos, e a nota final de 15,400, menor que na classificatória. Estava atrás do brasileiro.
Pódio da final das argolas. Chinês foi o campeão em Nanning (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)
Outro chinês também se apresentou. Hao You, sétimo na classificatória, fez uma série bem mais consistente, com uma saída quase cravada. Mas também não superou o brasileiro, obtendo 15,600. Ele ainda pediu revisão e conseguiu aumentar sua pontuação para 15,700, se mantendo atrás de Arthur Zanetti. O britânico Courtney Tullcoh apresentou uma série com um grau de dificuldade um pouco mais baixo, mas teve uma performance correta, tendo 15,400.
Segundo melhor da classificatória, o russo Denis Abliazin foi para as argolas sendo observado atentamente pelos concorrentes. Em excelente fase no Mundial da China, balançou algumas vezes os cabos e, na saída, deu um pequeno passo. Com a nota de 15,700, ele empatou com Hao You na terceira colocação. Outro russo encerrou a prova, Nikita Ignatyev fez uma prova com alguns erros de execução e ganhou 15,266.
Zanetti faz enorme força durante apresentação (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)
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