sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Duo Royal Blood dispensa guitarra e vira sensação no rock: 'Menos é mais'

07/11/2014 07h41

Baixista foi 'tietado' por ídolos do Led Zeppelin e Muse: 'Fiquei nervoso'. 

Ingleses fazem barulho só com baixo, bateria e letras 'honestas e bravas'.

Rodrigo Ortega
Do G1, em São Paulo
Ben Thatcher (bateria) e Mike Kerr (baixo e vocal, à frente), do duo britânico Royal Blood (Foto: Divulgação)Ben Thatcher (bateria) e Mike Kerr (baixo e vocal, à frente), do duo britânico Royal Blood (Foto: Divulgação)
"Dá para fazer um ótimo bolo sem usar uma batedeira. Pode ser bem mais fácil". Mike Kerr, 24 anos, não é cozinheiro. O baixista e vocalista inglês compara culinária e música para explicar aoG1 porque faz rock sem seu utensílio mais icônico: a guitarra. Ele não sente falta das seis cordas, mesmo que sejam o "instrumento mais famoso para a tarefa". Seu duo Royal Blood, com o baterista Ben Thatcher, faz barulho no desértico cenário roqueiro de 2014 só com baixo e bateria. O disco de estreia, autointitulado, acaba de sair no Brasil.
Mesmo sem tocar guitarra, os iniciantes conquistaram um dos maiores guitarristas do rock. Jimmy Page, do Led Zeppelin, virou fã. "Soa como uma banda com orquestra inteira", elogia Page em recente entrevista ao jornal "USA Today". Em julho, o veterano apareceu em um show dos novatos em Los Angeles. "Fiquei nervoso", conta Mike. "Mas depois vi que não tinha por que me preocupar. Ficamos conversando nos bastidores sobre Led Zeppelin", diz.
Matt Bellamy, do Muse, é outro que puxou papo e teceu elogios. O som do Royal Blood é parecido com o do Muse. Ambos juntam a grandiosidade do rock dos anos 70 e crueza do grunge dos 90. Os Arctic Monkeys também querem o Royal Blood no primeiro escalão do rock. O quarteto "adotou" o duo desde seu início, em 2013. Usaram camisetas, convidaram para abrir shows e indicaram a mesma agência deles para empresariar o duo.
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Royal Blood no vídeo de 'Come on over' (Foto: Divulgação)Royal Blood no vídeo de 'Come on over' (Foto:
Divulgação)
'Menos é mais'
"Acho que menos é mais, sempre." Assim Mike Kerr justifica o sucesso do Royal Blood e mais duos de rock nos últimos anos, como Black Keys e os finados White Stripes. A diferença é que nem outras duplas mais minimalistas abrem mão da guitarra. Graças a pedais e um jeito de tocar que não fica só nas cordas mais graves do instrumento, o baixista tem o resultado de "banda inteira" citado por Page. "É desse jeito que gostamos de escrever e tocar", diz Kerr.
O Royal Blood foi a única banda de rock na lista de 15 novos artistas mais promissores da BBC para 2014. Suas músicas têm certa angústia juvenil que parecia perdida no fundo do armário de algum roqueiro mais velho. Kurt Cobain, Jeff Buckley e Josh Homme são os maiores heróis musicais de Mike Kerr. "As letras vieram do meu coração. É o único lugar de onde podemos escrever de verdade. São honestas e reais, por isso são bravas", descreve.
Duo britânico de rock Royal Blood (Foto: Divulgação)Duo britânico de rock Royal Blood (Foto: Divulgação)

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