25/11/2014 | domtotal.com
Ninguém nega o direito dos palestinos a uma própria nação.
Por Lev Chaim*
"Para Topy, minha querida esposa, que diariamente me relembra as palavras do filósofo Sócrates: Ignorância é o único mal do mundo". Foi com esta frase que o meu vizinho e amigo, aqui em Heusden, na Holanda, professor da Universidade de Bruxelas, Hans Jansen, abriu o seu belíssimo livro, de mais de mil páginas: "Do ódio aos judeus ao terrorismo suicida".
Ali, ele diz tudo aquilo que muita gente tenta explicar e não consegue, sobre a origem da insanidade extremista muçulmana de hoje, que têm as suas raízes na ignorante política antissemita europeia, desde os tempos ancestrais até a Segunda Guerra Mundial, quando então ocorreu o maior mal da história da humanidade – o holocausto, sob o comando do ditador nazista, Adolf Hitler, que assassinou seis milhões de judeus em câmaras de gás.
Na falta de uma outra ideologia de esquerda que ainda possa mover massas, como os comunistas nos anos cinquenta e sessenta, alguns políticos e personagens da falsa intelectualidade internacional acabaram por adotar uma outra causa, que lhes pudesse acalmar a consciência e a ignorância: a causa palestina - uma coisa tão complexa e tão mal enfocada.
Ninguém nega o direito dos palestinos a uma própria nação. É claro que Israel também tem o direito de existir em paz. Uma coisa não atrapalha a outra. Mas como a Europa antiga, que perseguiu os judeus até não poder mais, querendo exterminá-los da face da terra, os extremistas radicais de hoje também tentam a mesma coisa: em sua língua, que poucos no ocidente entendem, eles falam em banir Israel do mapa; mas, em inglês, eles mencionam apenas a luta para a criação de uma nação palestina. Duas coisas totalmente diferentes.
Longe de negar esse direito aos palestinos, enxergo a coisa do seguinte modo: a guerra no Oriente Médio não se trata apenas de um conflito de terra, como muitos tentam explicar, mas, sim, da eliminação total do direito de existir de Israel como nação. Conflito de terra pode ser resolvido, de sobrevivência não. Esta é a questão crucial. Quem é ameaçado tem que lutar pela sobrevivência. A causa palestina pela criação de seu país é mais do que justa. Repugnante é ver alguns personagens do mundo aplaudindo ações extremistas terroristas, cujo objetivo é bem outro do que apenas a criação da nação palestina.
Atualmente, os representantes mais destacados desta corrente de aniquilamento total do Estado de Israel e de todos os judeus é o regime dos turbantes radicais iranianos. E esta violência do regime iraniano também se estende à oposição no país, onde ocorrem estupros sistemáticos nas prisões com mulheres que participaram de manifestações de protesto contra o governo. Tudo isto mostra a qualidade do atual regime iraniano: uma ditadura teocrática muçulmana xiita, comandada pelos aiatolas radicais, liderada por Khamenei.
Mais de uma vez, o ex-presidente iraniano Mahnoud Ahmadinejad negou a existência do holocausto e afirmou que toda a história teria sido uma invenção dos zionistas, para a criação do Estado de Israel**. Mesmo assim, o ex-presidente Lula não se constrangeu de defendê-lo publicamente em suas pretensões nucleares para fins energéticos. Vejam vocês, o Irã está montado em bacias petrolíferas e diz que quer energia nuclear para fins pacíficos e não fabricar a bomba atômica. Quem acredita nesta história é cego, oportunista e mal-intencionado.
Além do que, é de uma ignorância a toda prova a vulgarização do uso da palavra nazismo para defender causas indefensáveis. O nazismo foi o regime que dominou a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, responsável pelo extermínio sistemático de judeus, em campos de concentração. Foram os nazistas que provocaram o Holocausto. A banalização do termo nazismo, comparando-o com atitudes que ocorrem hoje, esquecendo-se totalmente do significado histórico da palavra em si, chega às raias da imbecilidade ou um mal exemplo para as novas gerações, que nunca ouviram falar sobre o episódio.
Como a própria revista Veja relatou em seu número de 26 de agosto de 2009, um dos exemplos mais patéticos dessa vulgarização autoritária da palavra nazismo foi o discurso proferido por José Sarney no Senado, acusando o jornal O Estado de São Paulo de conduzir uma “campanha sistemática” contra a sua honra, usando o termo de “prática nazista”, idêntica àquela que conduziu os judeus à câmara de gás. As palavras do jornalista Jerônimo Teixeira, autor do artigo da Veja: "É comum que termos políticos percam o sentido e o valor pelo uso indiscriminado: fascista, neoliberal, republicano, cidadania. O nazismo, contundo, marca o paroxismo do Mal na história moderna. Foi um episódio extremo – e perde-se muito em vulgarizar o conceito”.
"Para Topy, minha querida esposa, que diariamente me relembra as palavras do filósofo Sócrates: Ignorância é o único mal do mundo". Foi com esta frase que o meu vizinho e amigo, aqui em Heusden, na Holanda, professor da Universidade de Bruxelas, Hans Jansen, abriu o seu belíssimo livro, de mais de mil páginas: "Do ódio aos judeus ao terrorismo suicida".
Ali, ele diz tudo aquilo que muita gente tenta explicar e não consegue, sobre a origem da insanidade extremista muçulmana de hoje, que têm as suas raízes na ignorante política antissemita europeia, desde os tempos ancestrais até a Segunda Guerra Mundial, quando então ocorreu o maior mal da história da humanidade – o holocausto, sob o comando do ditador nazista, Adolf Hitler, que assassinou seis milhões de judeus em câmaras de gás.
Na falta de uma outra ideologia de esquerda que ainda possa mover massas, como os comunistas nos anos cinquenta e sessenta, alguns políticos e personagens da falsa intelectualidade internacional acabaram por adotar uma outra causa, que lhes pudesse acalmar a consciência e a ignorância: a causa palestina - uma coisa tão complexa e tão mal enfocada.
Ninguém nega o direito dos palestinos a uma própria nação. É claro que Israel também tem o direito de existir em paz. Uma coisa não atrapalha a outra. Mas como a Europa antiga, que perseguiu os judeus até não poder mais, querendo exterminá-los da face da terra, os extremistas radicais de hoje também tentam a mesma coisa: em sua língua, que poucos no ocidente entendem, eles falam em banir Israel do mapa; mas, em inglês, eles mencionam apenas a luta para a criação de uma nação palestina. Duas coisas totalmente diferentes.
Longe de negar esse direito aos palestinos, enxergo a coisa do seguinte modo: a guerra no Oriente Médio não se trata apenas de um conflito de terra, como muitos tentam explicar, mas, sim, da eliminação total do direito de existir de Israel como nação. Conflito de terra pode ser resolvido, de sobrevivência não. Esta é a questão crucial. Quem é ameaçado tem que lutar pela sobrevivência. A causa palestina pela criação de seu país é mais do que justa. Repugnante é ver alguns personagens do mundo aplaudindo ações extremistas terroristas, cujo objetivo é bem outro do que apenas a criação da nação palestina.
Atualmente, os representantes mais destacados desta corrente de aniquilamento total do Estado de Israel e de todos os judeus é o regime dos turbantes radicais iranianos. E esta violência do regime iraniano também se estende à oposição no país, onde ocorrem estupros sistemáticos nas prisões com mulheres que participaram de manifestações de protesto contra o governo. Tudo isto mostra a qualidade do atual regime iraniano: uma ditadura teocrática muçulmana xiita, comandada pelos aiatolas radicais, liderada por Khamenei.
Mais de uma vez, o ex-presidente iraniano Mahnoud Ahmadinejad negou a existência do holocausto e afirmou que toda a história teria sido uma invenção dos zionistas, para a criação do Estado de Israel**. Mesmo assim, o ex-presidente Lula não se constrangeu de defendê-lo publicamente em suas pretensões nucleares para fins energéticos. Vejam vocês, o Irã está montado em bacias petrolíferas e diz que quer energia nuclear para fins pacíficos e não fabricar a bomba atômica. Quem acredita nesta história é cego, oportunista e mal-intencionado.
Além do que, é de uma ignorância a toda prova a vulgarização do uso da palavra nazismo para defender causas indefensáveis. O nazismo foi o regime que dominou a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, responsável pelo extermínio sistemático de judeus, em campos de concentração. Foram os nazistas que provocaram o Holocausto. A banalização do termo nazismo, comparando-o com atitudes que ocorrem hoje, esquecendo-se totalmente do significado histórico da palavra em si, chega às raias da imbecilidade ou um mal exemplo para as novas gerações, que nunca ouviram falar sobre o episódio.
Como a própria revista Veja relatou em seu número de 26 de agosto de 2009, um dos exemplos mais patéticos dessa vulgarização autoritária da palavra nazismo foi o discurso proferido por José Sarney no Senado, acusando o jornal O Estado de São Paulo de conduzir uma “campanha sistemática” contra a sua honra, usando o termo de “prática nazista”, idêntica àquela que conduziu os judeus à câmara de gás. As palavras do jornalista Jerônimo Teixeira, autor do artigo da Veja: "É comum que termos políticos percam o sentido e o valor pelo uso indiscriminado: fascista, neoliberal, republicano, cidadania. O nazismo, contundo, marca o paroxismo do Mal na história moderna. Foi um episódio extremo – e perde-se muito em vulgarizar o conceito”.
Portanto, nota dez para a direção do hotel Helmsey, de Nova Iorque, na rua 42, próximo à sede das Nações Unidas, que cancelou o banquete em homenagem ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em 2009, por ocasião de sua estadia na cidade, durante a abertura dos trabalhos da sessão da ONU daquele ano. Em uma nota, a direção daquele hotel deixou claro para todo o mundo o que é ter norma, valor e classe, até mesmo quando negócios estão envolvidos: “Um homem que nega o holocausto não é bem vindo em nosso meio”.
**Israel foi criado no final da Segunda Guerra Mundial, em 14 de maio de 1948, nas terras dos ancestrais judaicos, para dar lugar aos judeus traumatizados pela morte em câmaras de gás de cerca de seis milhões de seus irmãos, entre crianças e adultos, durante o regime nazista. O episódio ficou conhecido como o Holocausto. No processo da criação do Estado de Israel, a ONU pensou também em dividir aquelas terras do Oriente Médio para a criação conjunta do Estado Palestino, coisa que a liderança palestina da época repudiou.
*Lev Chaim é jornalista, colunista, publicista da FalaBrasil e trabalhou 20 anos para a Radio Internacional da Holanda, país onde mora até hoje. Ele escreve todas as terças-feiras para o Dom Total.
Nenhum comentário:
Postar um comentário