quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Seminário celebra Dia da Consciência Negra

19/11/2014  |  domtotal.com

Palestras abordam a importância da data, questões de identidade, diversidade e busca de cidadania.

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. Com a redemocratização do Brasil e a promulgação da Constituição de 1988, vários segmentos da sociedade obtiveram maior espaço no âmbito das discussões e decisões políticas. E foi esse o tema central abordado pelos palestrantes o seminário Direito & Consciência Negra.
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O evento realizado pela Escola Superior Dom Helder Câmara, em parceria com a Educafro Minas, recebeu na noite desta quarta-feira (19) os palestrantes Sebastien Kiwonghi, professor da Dom Helder, Maria Emília, mestranda da Instituição, e Almiro Sena, promotor de Justiça do Estado da Bahia, que também é atuante no combate ao racismo e à intolerância religiosa.

O seminário, criado a partir da ideia de alunos bolsistas da Educafro na Dom Helder, teve como objetivo apresentar algumas temáticas sob a perspectiva dos profissionais de Direito, que militam neste segmento, além de mostrar as raízes do povo afro e resgatar a data comemorativa.

Foram abordados assuntos como a lei de preconceito de raça ou cor (nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989) e leis como a de cotas raciais, no âmbito da educação superior e na área da educação básica, a lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira.

De acordo com a bolsista Débora Nunes, o seminário permitiu levar a temática da consciência negra e a realidade de um povo ao corpo docente e discente da Dom Helder. “Hoje a população negra que tem acesso ao ensino superior é muito reduzida e a existência de parcerias em favor de um povo com poucas oportunidades é um grande avanço na educação brasileira”, afirmou a aluna.

Durante a palestra ministrada por Almiro Sena os presentes foram instigados a receber provocações, o promotor trouxe questionamentos culturais e jurídicos muitas vezes esquecidos pela população brasileira. “Não podemos nos deixar cair na armadilha de ver o outro pela cor de sua pele, nunca, o outro é nosso igual. Se amarmos a nós mesmo devemos amar o próximo independente da cor de sua pele. O mundo não pode ser dividido entre negros, brancos, indígenas e asiáticos”, destacou Sena. E para finalizar chamou os estudantes de direito a ir a campo para conhecerem a fundo a herança negra deixada ao Brasil de hoje, que não está nas biografias disponíveis.

O professor Sebastien Kiwonghi ressaltou a relevância de eventos como o seminário realizado pela instituição e a participação efetiva do negro na construção da sociedade. “É de grande importância, para nossa escola, que preza pelos direitos humanos dentro da Pedagogia Inaciana, ter alunos bolsistas da Educafro realizando eventos como este. É para nós, enquanto instituição de direito, uma resposta à sociedade brasileira, que deve trabalhar mais na promoção dos afrodescendentes para que participem de forma efetiva da construção da sociedade, sem medo, sem vergonha ou preconceito”, finalizou Kiwonghi.
Redação DomTotal

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