Marcus Eduardo de Oliveira
Os economistas “abrigados” na escola de pensamento neoclássico precisam entender, definitivamente, que a economia é termodinâmica. O sistema produtivo é claramente termodinâmico e respeita, por isso, a lei da entropia.
Toda produção econômica gera calor, e quanto mais produção (portanto, mais crescimento na visão da economia tradicional), mais calor, mais degradação e mais impacto entrópico será gerado.
Não é possível “produzir” PIB sem, com isso, “produzir” impacto ambiental e emissão de gás carbônico. Por isso, o crescimento expansivo deve ser veementemente repensado.
A economia está de corpo e alma inserida dentro da dinâmica do capitalismo que depende, para sobreviver, da criação de necessidades materiais cada vez mais artificiais e fúteis.
Na verdade, parece que estamos presos a uma corrida de consumo desenfreado, no qual o vencedor será aquele que mais consumir, não importa o quê; o que importa é o quanto.
Para alimentar essas “necessidades”, satisfazendo essa gana por mais mercadorias, a economia “percebeu” que a natureza é um bem sem dono e, rapidamente, se apropriou dela, mas ignorou, contudo, o fato desse bem ser de “natureza” (com o perdão do trocadilho) escassa.
Eis então que, para produzir tudo quanto for possível, numa produção sem limites, a atividade econômica tem desfigurado o semblante da natureza, dilapidando-a em várias frentes, à medida que ultrapassa quase todas as fronteiras ecossistêmicas. Não por acaso, 60% dos 24 principais ecossistemas estão totalmente degradados, “produzindo”, com isso, mais emissão de carbono.
Esse aumento exponencial das emissões de carbono está diretamente associado à arrancada de produtividade e prosperidade do capitalismo. Razão pela qual o mundo está entulhado de mercadorias, vale repetir, de uma produção sem limites, repleto de futilidades.
Para validar a ordem que emana do mercado de consumo, que recomenda a todo o momento políticas de crescimento econômico exponencial, preservar o meio ambiente e a biota (conjunto de seres animais e vegetais de uma região) fica sempre relegados a uma condição de pouca relevância.
Tudo isso resulta, sobremaneira, na atual condição, qual seja: um planeta doente, uma Terra cansada, uma economia socialmente desequilibrada, um retrato ecológico expresso na morte de espécies (uma espécie desaparece por dia), uma economia dilapidada do ponto de vista social com taxas de pobreza e miséria crônicas.
Se a tentativa - via crescimento econômico - é a de melhorar o mundo, o que resulta disso tudo é uma piora acentuada do espaço em que habitamos. O “homem-econômico”, para ter sua sede de consumo saciada, tem então estreitado relações com a natureza, entregando-se abertamente ao modo de consumo vigente nas economias avançadas.
Com isso tudo, esse mesmo “homem-econômico” ainda não se deu conta que ao “alimentar” esse superconsumo abastecido por uma superprodução de mercadorias artificiais (na maioria das vezes fúteis) somente contribui para arrebentar com os mais elementares serviços ecossistêmicos.
Por isso, Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, com bastante propriedade disse durante o Fórum Econômico Mundial em Davos (2011), que esse modelo é um verdadeiro “pacto de suicídio global”.
De fato, estamos todos propensos a esse “suicídio global” uma vez que, dentro da espaçonave Terra, somos todos pilotos e passageiros ao mesmo tempo, já que estamos “inseridos” na natureza.
Toda produção econômica gera calor, e quanto mais produção (portanto, mais crescimento na visão da economia tradicional), mais calor, mais degradação e mais impacto entrópico será gerado.
Não é possível “produzir” PIB sem, com isso, “produzir” impacto ambiental e emissão de gás carbônico. Por isso, o crescimento expansivo deve ser veementemente repensado.
A economia está de corpo e alma inserida dentro da dinâmica do capitalismo que depende, para sobreviver, da criação de necessidades materiais cada vez mais artificiais e fúteis.
Na verdade, parece que estamos presos a uma corrida de consumo desenfreado, no qual o vencedor será aquele que mais consumir, não importa o quê; o que importa é o quanto.
Para alimentar essas “necessidades”, satisfazendo essa gana por mais mercadorias, a economia “percebeu” que a natureza é um bem sem dono e, rapidamente, se apropriou dela, mas ignorou, contudo, o fato desse bem ser de “natureza” (com o perdão do trocadilho) escassa.
Eis então que, para produzir tudo quanto for possível, numa produção sem limites, a atividade econômica tem desfigurado o semblante da natureza, dilapidando-a em várias frentes, à medida que ultrapassa quase todas as fronteiras ecossistêmicas. Não por acaso, 60% dos 24 principais ecossistemas estão totalmente degradados, “produzindo”, com isso, mais emissão de carbono.
Esse aumento exponencial das emissões de carbono está diretamente associado à arrancada de produtividade e prosperidade do capitalismo. Razão pela qual o mundo está entulhado de mercadorias, vale repetir, de uma produção sem limites, repleto de futilidades.
Para validar a ordem que emana do mercado de consumo, que recomenda a todo o momento políticas de crescimento econômico exponencial, preservar o meio ambiente e a biota (conjunto de seres animais e vegetais de uma região) fica sempre relegados a uma condição de pouca relevância.
Tudo isso resulta, sobremaneira, na atual condição, qual seja: um planeta doente, uma Terra cansada, uma economia socialmente desequilibrada, um retrato ecológico expresso na morte de espécies (uma espécie desaparece por dia), uma economia dilapidada do ponto de vista social com taxas de pobreza e miséria crônicas.
Se a tentativa - via crescimento econômico - é a de melhorar o mundo, o que resulta disso tudo é uma piora acentuada do espaço em que habitamos. O “homem-econômico”, para ter sua sede de consumo saciada, tem então estreitado relações com a natureza, entregando-se abertamente ao modo de consumo vigente nas economias avançadas.
Com isso tudo, esse mesmo “homem-econômico” ainda não se deu conta que ao “alimentar” esse superconsumo abastecido por uma superprodução de mercadorias artificiais (na maioria das vezes fúteis) somente contribui para arrebentar com os mais elementares serviços ecossistêmicos.
Por isso, Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, com bastante propriedade disse durante o Fórum Econômico Mundial em Davos (2011), que esse modelo é um verdadeiro “pacto de suicídio global”.
De fato, estamos todos propensos a esse “suicídio global” uma vez que, dentro da espaçonave Terra, somos todos pilotos e passageiros ao mesmo tempo, já que estamos “inseridos” na natureza.
Marcus Eduardo de Oliveira é economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO, em São Paulo | prof.marcuseduardo@bol.com.br
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