segunda-feira, 2 de março de 2015

Contra derrubada, moradores de área invadida fecham Eixo Monumental

Condomínio fica no Setor Sol Nascente, alvo de operação no mês passado. 
Desvio ocorre na altura do Memorial JK; grupo dormiu em frente ao Buriti.

Do G1 DF

Moradores do Residencial Nova Jerusalém fecharam o trânsito em frente ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal, no Eixo Monumental, na manhã desta segunda-feira (2) para cobrar a regularização da área, onde atualmente moram 400 famílias. O condomínio fica no Setor Sol Nascente, em Ceilândia, alvo de reintegração de posse no mês passado.
Por volta de 7h30, três das seis faixas foram liberadas. Às 8h, voltaram a bloquear a pista. Agentes do Detran e da Polícia Militar ajudaram a controlar o tráfego, e muitos motoristas chegaram a fazer o retorno no canteiro central para evitar o congestionamento.
Quem sai do Sudoeste ou passa pela Epia precisa fazer o desvio na altura do Memorial JK. A via de acesso do Eixo Monumental pela Epia foi fechada. Quem vinha da Epia Sul no sentido Sobradinho precisava seguir pelo Setor Militar Urbano. O local ficou completamente engarrafado.
Além disso, o outro sentido do Eixo Monumental, que passa em frente ao Palácio do Buriti, teve metade das faixas invertidas. O objetivo era dar vazão ao trânsito.
De acordo com a PM, 200 pessoas dormiram em frente ao Palácio do Buriti, sede do governo doDistrito Federal. Eles chegaram por volta de 1h em um ônibus. O grupo usou faixas e galhos de árvore durante o protesto. Os moradores dizem que já entraram na Justiça contra a derrubada no Sol Nascente.
Grupo fecha Eixo Monumental em protesto contra derrubada em área invadida no DF (Foto: TV Globo/Reprodução)Grupo fecha Eixo Monumental em protesto contra derrubada em área invadida no DF (Foto: TV Globo/Reprodução)
“Estamos aqui hoje de campana para protestar contra a ação da Agefis juntamente com a Polícia Militar lá no local, que está previsto a derrubada para hoje durante o dia”, disse o pastor Renivaldo Alves da Silva. “Nós protocolamos junto à Defensoria Pública um pedido de tutela liminar. A gente pediu para que seja estagnado, seja parado toda e qualquer ação de derrubada no local.”
Um dos líderes do protesto, o estudante Higor Sávio reclamou da situação. "Hoje está um grande aparato lá para derrubar as casas. São cerca de 463 famílias. A nossa ideia é radicalizar para chamar a atenção do governo porque não está tendo diálogo."
Morador do Sol Nascente há 11 meses, Rônney Araújo da Silva criticou a postura do governador Rodrigo Rollemberg. "A gente já veio em comissão aqui dialogar, e ele não quis diálogo. [...] Daqui a gente não sai enquanto ele não vier conversar com o povo", declarou.
Os outros manifestantes não chegaram a usar pneus ou galhos queimados, mas ficaram exaltados e não quiseram falar com a imprensa. A Polícia Militar informou que contava com 30 homens no local.
Por volta de 8h40, a PM negociava com o grupo a liberação da pista em troca de reunião com a Casa Civil. A organização disse ao G1 que não tinha reunião marcada com os representantes do protesto e que também não recebeu o documento com pautas deles.
A Agefis informou que enviou equipe ao Residencial Nova Jerusalém para dar início à reintegração de posse da área ainda nesta segunda. Os manifestantes afirmaram que vão entrar com um mandado de segurança contra a derrubada.
Congestionamento no Setor Militar Urbano, em Brasília (Foto: Isabella Calzolari/G1)Congestionamento no Setor Militar Urbano, em Brasília (Foto: Isabella Calzolari/G1)
Outro protesto
Na sexta, moradores do Residencial Nova Jerusalém fecharam a avenida Hélio Prates, que liga Ceilândia a Taguatinga, depois de serem notificados sobre nova operação de derrubada. Eles carregaram faixas pedindo melhorias na política de habitação do DF e criticaram o atual governo.
Após negociação com a PM, os manifestantes desocuparam a via. O administrador de Ceilândia, Vilson de Oliveira, se reuniu com representantes dos manifestantes e, segundo a administração, ficou combinado que será realizada uma nova reunião entre a Agefis, a Casa Civil e os moradores do Sol Nascente, pois o comandante regional do governo não tem jurisprudência sobre o que será derrubado no local. Um documento com as reivindicações desses moradores também deverá ser entregue para o governo
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