domingo, 21 de junho de 2015

Papa critica corrupção e defende migrantes

O papa Francisco denunciou neste domingo (21), em sua primeira visita a Turim, na região norte da Itália, as conexões mafiosas e a corrupção, ao mesmo tempo que convidou os italianos a permanecerem abertos aos migrantes.
O pontífice viajou para a região, a área de suas origens italianas, para acompanhar a exposição ao público do Santo Sudário na catedral de São João Batista de Turim, que terminará dentro de três dias.
Durante o Angelus, o papa foi muito aplaudido quando se declarou "neto" de Piamonte, diante de 60.000 fiéis na praça Vittorio, no centro da cidade.
Jorge Bergoglio nasceu em Buenos Aires em 1936. Alguns anos antes, sua família paterna deixou Portacomaro, uma localidade de Piamonte, próxima de Asti, para morar na Argentina.
No momento de maior simbolismo religioso da visita, Francisco ficou diante do Santo Sudário, um lençol que teria envolto o corpo de Jesus Cristo.
O papa aproveitou a visita a Turim para abordar questões que considera importantes. Francisco lamentou as manifestações de repúdio aos migrantes, um tema especialmente espinhoso no norte da Itália, em um momento de divisão na União Europeia.
"Se a imigração aumenta a concorrência (econômica), não se pode culpar (os migrantes) por isto, porque são vítimas da injustiça, da economia da rejeição e das guerras. Os seres humanos não devem ser tratados como mercadoria", declarou.
O pontífice criticou ainda alguns problemas da Itália.
"Não à corrupção, que hoje é tão frequente que parece ter se transformado em um comportamento normal, não às conexões mafiosas, às fraudes, aos subornos".
"Não a uma economia do desperdício", completou, antes de afirmar que atualmente se descarta rapidamente quem não produz, seguindo o modelo de "usar e largar".
Na homilia na praça Vittorio, o papa emocionou os moradores ao mencionar símbolos fortes da cultura regional, sobre os quais sua avó Rosa falava em Buenos Aires quando ele era criança.
A visita de Francisco também tinha como objetivo celebrar o bicentenário de São João Bosco, grande figura do catolicismo italiano e de Piamonte, "apóstolo dos jovens", que se dedicou à educação das crianças desfavorecidas e fundou a congregação dos salesianos.
AFP

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