quarta-feira, 1 de julho de 2015

França é espionada mas também espiona

Segundo o L'Obs, país instalou estações clandestinas para grampear cabos submarinos.

A França, alvo de escutas americanas, segundo revelações recentes dos meios de comunicação, também espiona as comunicações entre a Europa e o restante do mundo que transitam pelos cabos submarinos, afirmou nesta quarta-feira (01) o semanário francês L'Obs.
No início de 2008, o então presidente Nicolas Sarkozy autorizou os serviços secretos externos (DGSE) a instalar estações clandestinas na costa francesa para grampear os cabos submarinos, afirma o L'Obs, citando "testemunhos anônimos de várias autoridades atuais e antigas".
Seu sucessor François Hollande, eleito em 2012, autorizou posteriormente os mesmos serviços a estender suas operações e legalizou discretamente estas ações através de uma lei sobre os serviços de inteligência, adotada em 24 de junho, acrescenta o jornal.
Um plano de 700 milhões de euros em cinco anos (2008-2013) foi colocado em prática pelos serviços de inteligência para instalar estações de interceptação em vários pontos da costa francesa. Estas escutas foram feitas com a cumplicidade de grandes empresas, segundo o semanário.
"Ao menos cinco cabos principais foram colocados sob escuta durante este período com a ajuda do operador de telecomunicações Orange e do grupo Alcatel-Lucent, entre eles o TAT14 em direção aos Estados Unidos, o I-Me We em direção à Índia, o Sea-Me-We 4 para a Ásia do Sudeste e o ACE para a África do oeste", sustenta o L'Obs.
A DGSE também assinou um acordo secreto de cooperação com o serviço de inteligência britânico GCHQ no âmbito de um tratado de defesa assinado em 2010 entre os dois países, segundo o jornal.
Tudo isso "explica a surpreendente moderação (de Sarkozy e de Hollande) após a revelação de sua colocação sob escuta pela NSA" americana, acrescenta.
Os três últimos presidentes franceses foram espionados pelos Estados Unidos de 2006 a 2012, segundo documentos do WikiLeaks publicados em 24 de junho por dois meios de comunicação franceses, o site Mediapart e o jornal Libération.
AFP

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