Por Walter Navarro*
Olha, já vou avisando, se tiver busca e apreensão aqui em casa, JD é como chamo meu amigo, o arquiteto João Diniz. Juro que tem nada a ver com JD Assessoria e Consultoria, tá?
Mas o que acontece com o bom Zé Dirceu? Ele não se cansa de ser preso?
E na sessão uma maldade por dia: quando Zé Dirceu chega numa cadeia, o wi-fi do seu celular já acessa automaticamente.
Quero ser preso por ter comprado um apartamento em Paris, com vista para o mar e dinheiro da Petrobras; não por uma casa em Vinhedo! Coisa mais brega! Esse pessoal jeca sabe roubar como ninguém, mas não sabe gastar. Valhacouto em Vinhedo e reforma de apartamento do irmão, também preso! Por isso, quando ouço a palavra "consultoria", saco meu revólver ou melhor, meu talão de cheques... Até então, consultor, pra mim, era aquele pilantra que empresas imbecis contratam para reduzir custos. A primeira coisa que a consultoria faz é demitir e diminuir salários. Ô raça!
Você compraria uma consultoria usada do Zé Dirceu?
E malandragem; dá um templo, please! Não consigo acompanhar as falcatruas diárias do PT. Esta operação Lava Jato é um espetáculo, um sucesso. Mal posso esperar pelas oitivas ao vivo. As do Mensalão, não perdia uma. Ficava ligado na GloboNews ao vivo, dia e noite. Só fechava os olhos quando o Eduardo Suplicy, de sinistra memória, abria a boca. Suplicy dá sono em cocaína!
E onde pegaram o Zé Dirceu desta vez? Em casa, claro. O cara tava em prisão domiciliar e agora volta pro internato, hóspede do governo. Não tem jeito que dê jeito no Dirceu. Mesmo porque, prisão domiciliar é para os fracos. Zé Dirceu gosta é de regime fechado. Não, não estou escrevendo o roteiro de “Meu Passado e Presente me Condenam”. Nas parcas horas vagas, escrevo a adaptação de “Fuga de Alcatraz”... “Fuga da Papuda”... Zé Dirceu todo sujo de terra porque ninguém manuseia uma picareta com tal maestria. E o filme vai ter muito sexo selvagem. Sem direito à visita íntima, o Marcelo Odebrecht que se cuide!
Zé Dirceu amigo do alheio, correligionário do ilícito!
Brincadeira; sei não, mas acho que sei lá... Conversas reservadas têm fortes indícios de que, no fundo, Dirceu é gente da melhor qualidade, reserva moral! Zé Dirceu é gente que faz... Só não posso dizer que fundo é esse.
Lembrei-me daquela singela e lúdica confissão de Zé Dirceu à Folha de São Paulo: “Quando saí de Passa Quatro (MG), fizeram festa. Eu bagunçava muito, era rebelde. Briguei muito na escola. Cheguei até ser coroinha, mas me expulsaram – roubava hóstia para comer.”
Putz! O cara roubava hóstia e culpava o padre...
E o dízimo? E ele sentava no colo do padre? Passa Quatro... O nome já indica a vocação para a comissão... Primeiro Passa Quatro, depois o mundo! E como é que Passa Quatro conseguiu expulsar Zé Dirceu? Cadê a receita?
Ééééééé, meu filme está fadado ao sucesso. Só falta contratar o personagem principal... Lula. Mas ele, além de cobrar muito pra fazer o papel da picareta, está no meio de outra adaptação: “Prenda-me se for capaz”. E olha que ofereci até tornozeleira eletrônica, seminova...
Vou usar imagens reais de cinegrafista amador com Lula sendo preso por porte ilegal de armas. Armas de uso exclusivo do exército... Aí Lula chega a ser socorrido, é levado ao hospital, encontraram vestígios de sangue no óleo de peroba, mas não resistiu aos ferimentos...
*Walter Navarro é jornalista, escritor e artista plástico.
domtotal.com
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