Ontem, dia 13 de agosto, o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko (Chury, para os íntimos) chegou ao seu ponto mais próximo do Sol em sua órbita no Sistema Solar. Esse ponto é conhecido como periélio e fica a uma distância de 186 milhões de km do Sol, um pouco além da órbita da Terra. O Chury não se aproxima tanto assim do Sol e ele foi escolhido como alvo da missão Rosetta também por essa causa.
O núcleo de um cometa pode ser definido, resumidamente, como uma maçaroca de gelo, rocha e poeira. Conforme essa maçaroca se aproxima do Sol, sua temperatura aumenta e o gelo (de água, de metano, de gás carbônico) se evapora e forma uma capa ao redor núcleo chamada de coma. O vapor também dá origem à cauda, ou caudas, que caracterizam um cometa. Acontece que essa evaporação pode não ser feita de maneira suave, como o gelo seco se evapora em festas de Halloween aqui na Terra.
O gelo no núcleo fica recoberto por uma camada de poeira, de modo que a luz do Sol não o atinge diretamente. Muitas vezes, quando a temperatura atinge o valor de sublimação do gelo, ele se volatiliza mas fica aprisionado em bolsões. Quando a pressão se torna mais alta do que as camadas superiores de rocha ou poeira conseguem suportar, o bolsão explode, ou o gás escapa na forma de um jato.
E isso é exatamente o que está acontecendo agora com o núcleo do Chury em seu periélio. Mesmo a mais de 180 milhões de km, a atividade no seu núcleo está bastante intensa, como podemos ver nesta foto da sonda Rosetta. Aliás a sonda foi posicionada a 300 km de distância do núcleo para evitar que os jatos e todo o detrito que ele carrega possam de alguma maneira danificá-la. Para se ter uma ideia, as estimativas são de que 200 kg por segundo de vapor d’água são evaporados ao espaço e, com ele, mais de uma tonelada de poeira também escapa do núcleo a cada segundo.
Aliás, sobre o núcleo ainda está o módulo Philae. Mas desde o dia 9 de julho não temos mais notícias dele. É bem provável que finalmente ele não esteja mais funcionando e sua missão tenha se encerrado. As tentativas de comunicação ainda vão continuar, mas a essa distância toda do núcleo é muito difícil que a Rosetta consiga captar alguma transmissão da Philae, considerando que ela esteja transmitindo.
Crédito da imagem: ESA/Rosetta/MPS/UPD/LAM/IAA/SSO/INTA/UPM/DASP/IDA
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