sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Esperança

Gonzaga Mota*
Os três grandes problemas do nosso tempo, em qualquer Estado, são questões envolvendo a paz, a justiça e a ganância. Impedem que sejam alcançados níveis aceitáveis de cidadania. Vivemos dias de intranquilidade e angústia. Não podemos mais conviver com guerras, corrupção, terrorismo, disputas inócuas, enfim, com todo tipo de violência política, social, econômica, etc. A desesperança se aproxima com muita rapidez. Faltam sentimentos importantes como a solidariedade, a generosidade e o espírito público. A supremacia dos valores materiais e a ambição pelo poder, em todas as suas formas, sem levar em consideração os meios para alcançá-lo, estão conduzindo a sociedade para uma situação de desajuste significativo. Um Estado  existe não para ser opressor, assim como para não permitir a concretização de conluios ou acordos incompatíveis com a ética e a moral, mas para assegurar os princípios básicos da democracia, apoiada na justiça, na igualdade de oportunidades e na participação popular. Os desvios de conduta já mencionados não permitem uma verdadeira democracia representativa, consolidada e permanente, porém, lamentavelmente, uma democracia bisonha e longe dos anseios populares. Vale lembrar Oswaldo Aranha: “É necessário demonstrar ao povo que através do regime democrático se pode governar com visão”. Eis, ainda, para nossa reflexão, um belo pensamento do ex-presidente Juscelino Kubitschek: “Somos um povo, isto é, um conjunto de cidadãos ligado não apenas por interesses materiais, mas por valores éticos e espirituais”. Não percamos, jamais, a esperança de um mundo melhor.
Professor, escritor e ex-governador do Ceará

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