Cidade do Vaticano, 21 nov (sirnoticias@hotmail.com) - O Papa disse, nesta sexta-feira, no Vaticano, que os padres devem estar perto das pessoas e que os bispos são obrigados a residir na sua diocese, sob pena de pedirem a demissão.
Falando aos participantes num congresso promovido pela Congregação para o Clero (Santa Sé), Francisco observou que a missão dos sacerdotes não é ser “profissional da pastoral ou da evangelização”, alguém que “chega, faz o que tem a fazer - talvez bem, mas como se fosse uma profissão - e depois vai-se embora para viver uma vida separada”.
“Tornamo-nos padres para estar no meio das pessoas”, prosseguiu, pelo que o principal critério é “a proximidade”.
Neste contexto, o Papa lamentou que alguns bispos pareçam “afastar-se dos padres” por causa de muitas palestras ou viagens.
“Escutem, o decreto de residência de Trento (concílio do século XVI) ainda está em vigor. Se não tens vontade de permanecer na diocese, pede a demissão e vai pelo mundo fazer outro apostolado, muito bom. Mas se tu és bispo dessa diocese, deve aí residir. Estas duas coisas: proximidade, residência”, destacou.
Francisco dedicou parte do seu discurso à formação dos novos sacerdotes e observou que estes não nascem como “cogumelos” ou “em laboratório”, mas num contexto humano, familiar, onde aprendem valores, a fé, e absorvem a “espiritualidade do povo”.
O Papa alertou também contra a excessiva rigidez do caráter e do comportamento, que às vezes esconde doenças psíquicas.
“Quando percebo de que um jovem é demasiado rígido, fundamentalista, não tenho confiança”, comentou.
Os responsáveis eclesiais foram por isso desafiados a manter os “olhos abertos” na formação dos seminaristas, para formar padres que sejam “firmes, mas não duros, alegres mas não superficiais, pastores, não funcionários”.
“Um padre que seja um homem pacificado, em paz, saberá espalhar serenidade à sua volta, mesmo nos momentos cansativos, transmitindo a beleza da relação com o Senhor. Não é normal, pelo contrário, que um padre esteja muitas vezes triste, nervoso ou seja duro de caráter”, prosseguiu.
Num momento mais informal, o Papa pediu que os fiéis não “paguem pelas neuroses dos padres”.
SIR
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