'Depois de tudo o que aconteceu nos últimos dias, confesso que só tenho perguntas'.
Por Max Velati*
Uma crônica deve ter começo, meio e fim; deve oferecer ao leitor uma lógica, o fio da meada. Não é uma regra e de modo algum uma exigência do ofício, mas em geral o colunista se obriga a oferecer respostas. É permitido e até aconselhável provocar reflexões, mas o cronista deve terminar com algumas certezas. Neste mundo confuso as certezas tranquilizam e consolam.
Depois de tudo o que aconteceu nos últimos dias, confesso que só tenho perguntas.
Sobre os atentados em Paris ainda não consegui escrever uma só linha. Estou em choque. Minha capacidade para absorver e digerir tragédias tem diminuído com a idade e ainda estou perplexo com o desastre aqui mesmo no nosso quintal. Na semana que vem o assunto será Paris e o medo globalizado. Espero então ter alguma coisa para oferecer a você, caro leitor. No momento, sobre a tragédia brasileira, só ofereço perguntas.
Onde está a Ministra do Meio Ambiente?
O que ela pensa sobre o que aconteceu?
Para quem vai o dinheiro que a Samarco deve pagar?
Quem vai administrar a aplicação das verbas?
Que tipo de controle a sociedade vai ter sobre isso?
Por que o Diretor de Operações da Samarco acredita que não é o caso de pedir desculpas ao país?
Em que tipo de caso ele consideraria necessário pedir desculpas?
Por que o sistema de alarmes não funcionou?
É possível ressuscitar as águas de um rio que recebeu uma tabela periódica?
Quanto tempo vai demorar a recuperação?
Quais os riscos para quem está ou foi exposto a uma lama que a empresa afirmou não ser tóxica?
Que tipo de punição sofrerão os grandes responsáveis além das multas em dinheiro?
Por que a presidente Dilma demorou uma semana para sobrevoar o local?
Por que ela não achou necessário pousar?
Por que a presidente Dilma só se manifestou publicamente 11 dias depois?
Quantas barragens ainda oferecem risco no país?
O que os índios e os ribeirinhos vão fazer depois da morte do rio sagrado e da fonte se sobrevivência?
Por que o governador de Minas Gerais concedeu da sede da empresa e não da sede do Governo a primeira entrevista após o desastre?
Como foi calculado o valor que a Samarco deve pagar?
Por que a água enviada nos vagões da Vale apresentava querosene e a empresa insistiu em afirmar que os vagões só transportavam água?
Por que nos vagões era possível ler a placa “inflamável”?
Quem são os maiores acionistas da Vale?
Quanto a Samarco já lucrou nos seus 38 anos de atividade em Minas Gerais?
O que está sendo feito pelo povoado de Paracatu?
E a maior pergunta de todas: o que exatamente causou o desastre?
Uma crônica deve ter começo, meio e fim; deve oferecer ao leitor uma lógica, o fio da meada. Não é uma regra e de modo algum uma exigência do ofício, mas em geral o colunista se obriga a oferecer respostas. É permitido e até aconselhável provocar reflexões, mas o cronista deve terminar com algumas certezas. Neste mundo confuso as certezas tranquilizam e consolam.
Depois de tudo o que aconteceu nos últimos dias, confesso que só tenho perguntas.
Sobre os atentados em Paris ainda não consegui escrever uma só linha. Estou em choque. Minha capacidade para absorver e digerir tragédias tem diminuído com a idade e ainda estou perplexo com o desastre aqui mesmo no nosso quintal. Na semana que vem o assunto será Paris e o medo globalizado. Espero então ter alguma coisa para oferecer a você, caro leitor. No momento, sobre a tragédia brasileira, só ofereço perguntas.
Onde está a Ministra do Meio Ambiente?
O que ela pensa sobre o que aconteceu?
Para quem vai o dinheiro que a Samarco deve pagar?
Quem vai administrar a aplicação das verbas?
Que tipo de controle a sociedade vai ter sobre isso?
Por que o Diretor de Operações da Samarco acredita que não é o caso de pedir desculpas ao país?
Em que tipo de caso ele consideraria necessário pedir desculpas?
Por que o sistema de alarmes não funcionou?
É possível ressuscitar as águas de um rio que recebeu uma tabela periódica?
Quanto tempo vai demorar a recuperação?
Quais os riscos para quem está ou foi exposto a uma lama que a empresa afirmou não ser tóxica?
Que tipo de punição sofrerão os grandes responsáveis além das multas em dinheiro?
Por que a presidente Dilma demorou uma semana para sobrevoar o local?
Por que ela não achou necessário pousar?
Por que a presidente Dilma só se manifestou publicamente 11 dias depois?
Quantas barragens ainda oferecem risco no país?
O que os índios e os ribeirinhos vão fazer depois da morte do rio sagrado e da fonte se sobrevivência?
Por que o governador de Minas Gerais concedeu da sede da empresa e não da sede do Governo a primeira entrevista após o desastre?
Como foi calculado o valor que a Samarco deve pagar?
Por que a água enviada nos vagões da Vale apresentava querosene e a empresa insistiu em afirmar que os vagões só transportavam água?
Por que nos vagões era possível ler a placa “inflamável”?
Quem são os maiores acionistas da Vale?
Quanto a Samarco já lucrou nos seus 38 anos de atividade em Minas Gerais?
O que está sendo feito pelo povoado de Paracatu?
E a maior pergunta de todas: o que exatamente causou o desastre?
*Max Velati trabalhou muitos anos em Publicidade, Jornalismo e publicou sob pseudônimos uma dezena de livros sobre Filosofia e História para o público juvenil. Atualmente, além da literatura, é professor de esgrima e chargista de Economia da Folha de S. Paulo. Publica no Dom Total toda sexta feira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário