Padre Geovane Saraiva*
![]() |
Livro do Padre Geovane Saraiva Rezar com Dom Helder |
As circunstâncias em que vivemos
são outras, nas angústias com as quais convivemos (refugiados, corrupção,
terrorismo, falta de ética, meio ambiente). A misericórdia de Deus, porém,
permanece sempre a mesma, que, entrando dentro de nós, nos transforma em
criaturas novas, profundamente humanas. No tempo do Advento, Deus quer que
acolhamos sua graça misericordiosa, a partir da figura de Maria, mulher
corajosa, revolucionária e indispensável ao projeto de salvação do mundo. Ela,
que, afinada e ajustada ao projeto salvífico de Deus, de restaurar todas as
coisas (Cf. Ap 21, 5), foi escolhida por sua simplicidade e disponibilidade de
humilde servidora. Maria é um dom, uma dádiva do céu, no sentido de acolher a
vontade de Deus e dela participar, plena de confiança, a ponto de Isabel
proclamar em alto e bom tom: “Bem-aventurada aquela que acreditou” (Lc 1, 45).

A conversão do coração quer dizer
abrir o coração, quer dizer acolher a semente que será plantada no solo fértil,
isto é, no coração humano. Após o tempo previsto irá germinar, crescer e dar
bons, e abundantes frutos, frutos de solidariedade, justiça e paz, um novo
alvorecer. O Sumo Pontífice pediu também ao povo de Deus para responder às
seguintes perguntas: “Sou apaixonado por Jesus? Estou convencido de que Jesus
me oferece e me dá a salvação? Se sou apaixonado, devo anunciá-lo, mas temos de
ser corajosos e abaixar as montanhas do orgulho e da rivalidade, encher os
poços cavados pela indiferença e apatia, endireitar os caminhos de nossas
preguiças e de nossos compromissos”.
É a vida do Santo Padre que se
transforma em oração. Por isso mesmo constatamos seu coração enternecido,
diante do gemido da terra, asseverando após a oração do Ângelus: “Sigo com
grande atenção os trabalhos da Conferência sobre as Alterações Climáticas a
decorrer em Paris, e volta à minha mente uma pergunta que fiz na Encíclica
Laudato Si’: ‘Que tipo de mundo queremos transmitir àqueles que virão depois de
nós, às crianças que estão a crescer?’. Para o bem da casa comum, de todos nós
e das futuras gerações, em Paris, todos os esforços deveriam ser para mitigar
os impactos das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, para combater a pobreza
e fazer florescer a dignidade humana”.
Por fim, a fervorosa súplica do
Romano Pontífice, dizendo-nos de pensar no bem da criação e no cuidado com o
planeta: “Rezemos para que o Espírito Santo ilumine os que são chamados a tomar
decisões tão importantes e que Ele lhes dê a coragem de manter sempre como
critério de escolha o bem maior para toda a família humana”. Assim seja!
*Escritor, blogueiro, colunista, vice-presidente da
Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso, Parquelândia, Fortaleza-CE
–geovanesaraiva@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário