Porto, 21 dez (sirnoticias@hotmail.com) - Um presépio vivo com cerca de 50 pessoas desfilou na sexta-feira à noite na baixa do Porto para “pôr na rua os valores cristãos”, uma iniciativa da paróquia de São Nicolau, em sua 18ª edição.
Só o burro e vaca foram de papelão neste presépio vivo, que percorreu diversas ruas do Porto, num percurso que terminou na igreja de São José das Taipas e mobilizou muitos curiosos, para ver passar o cortejo.
“A vantagem disto é pôr na rua os valores cristãos da libertação e da salvação humanas, particularmente da gente mais pobre”, disse à Lusa o pároco Jardim Moreira, lamentando que o Natal continue “a ser muito comercial”, quando seria ideal que fosse “encarado como fonte de libertação da pessoa humana da sua pobreza, injustiça e exclusão”.
O padre Jardim Moreira desejou ainda que “o Porto todo se unisse, que as entidades da cidade assumissem esta cultura”, que entende como “a verdadeira cultura do centro histórico da cidade do Porto”, apelando a que tanto a câmara municipal como “outras entidades civis e religiosas” participem também em cortejos vindouros.
Natural de Brasília, capital do Brasil, Raquel Daldegan fez amigos no Centro Social da Sé em 2012 e desde então tem voltado anualmente para os ver, ajudar a celebrar festividades, mas sobretudo para “visitar os amiguinhos de 80 anos” que na sexta-feira à noite acompanhou, no desfile, vestida de pastora.
“O Porto proporciona-me muitas experiências interessantes”, acrescentou a brasileira, de 25 anos, explicando que estava “só a subir a Escada das Verdades, ali junto ao funicular dos Guindais, passando ao pé da creche do Centro Social da Sé”, há coisa de três anos, quando lhe apeteceu participar nas hortas urbanas que ali se promovem e acabou por voltar regularmente, atravessando o Atlântico para participar noutras atividades, natalícias ou não.
Para Tiago Mendes, 40 anos, natural da localidade de Vitória – em plena baixa portuense –, e no topo do cavalo em que entregou, na igreja das Taipas, ouro simbólico a um menino Jesus já com alguns meses de vida, o Natal no Porto “está diferente, mais participativo”. Elogiou ainda as decorações das ruas, que considerou algo “muito bonito”.
“Vimos no roteiro da cidade e decidimos vir cá”, explicou Ponciano Oliveira, residente na também portuense freguesia de Ramalde, com uma bebé de 17 meses ao colo, considerando o presépio vivo “muito animado e bastante completo”.
“O Natal na cidade do Porto tem vindo progressivamente a melhorar, está muito bonita, muito enfeitada” e, portanto, “muito propícia à quadra natalícia”, considerou o gestor de empresas.
SIR
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