Bela, recatada e do lar: essa é Marcela Temer |
A tentativa da revista em fazer de Michele uma primeira-dama perfeita teve efeito contrário na internet.Bela, recatada e do lar: essa é Marcela Temer Bela, recatada e do lar: essa é Marcela Temer PUBLICIDADE
A ressaca da votação Impeachment ainda não acabou. Com 367 deputados a favor da saída da presidente Dilma Roussef e a comemoração de parte do povo nas ruas, os veículos de comunicação já começaram a moldar o jargão "Tchau, querida", escrito em cartazes que coloriam aquele domingo triste e cinza para a democracia do país. No dia 18 de abril, a revista Veja - conhecida por apoiar a ditadura de 1964 e pelo tom de parcial de suas matérias - publicou um perfil de Marcela Temer, esposa do vice-presidente Michel Temer e gerou o descontentamento de parte da população.
Na reportagem, escrita por Juliana Linhares, Marcela Temer é descrita como "bela, recatada e do lar", o que seria um elogio e as características da mulher perfeita para um homem que tem chances de assumir um cargo de extrema importância nos países democráticos: a presidência. A quase-primeira dama, como intitulam alguns jornais, é o esteriótipo perfeito da mulher em uma sociedade patriarcal e machista.
Depois do show de agradecimentos e preocupação com a família durante a votação do impeachment, a lembrança saudosa da ditadura em alguns discursos e a tentativa da Veja em construir uma primeira-dama perfeita aos olhos da elite, os internautas que já decidiram manifestar suas opiniões nas redes sociais. E a brincadeira que começou no microblog Twitter, invadiu o Facebook onde homens e mulheres postam suas versões para "bela, recatada e do lar".
A campanha que ironiza Marcela Temer ganhou força nas últimas horas e no feed das redes sociais não param de aparecer foto de internautas mostram o que realmente são, sem rótulos. Há fotos de homens vestidos de mulher no carnaval, fotos de amigas no bar rodeadas de garrafas de cerveja, fotos de mulheres com a pia cheia de louças, na pista de dança com amigos, de mulheres gays casando, entre outras.
De certa forma, a matéria publicada pela Veja serviu para abrir os olhos do retrocesso que pode ser nos imposto daqui a alguns meses. Sai uma presidente mulher, que sobreviveu as torturas da ditadura e entra em cena uma primeira-dama modelada aos costumes do séc XIX.
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