Por Gilmar P. da Silva SJ
Na física, a propriedade que alguns corpos têm de absorver energia mecânica em regime elástico ou de resistir a essa energia e voltar à forma original quando retirada a carga que levou a deformação é chamada de resiliência. Em outras palavras é como uma aptidão de recomposição à forma primeira após uma tensão. Por extensão, a psicologia adotou esse termo para falar da capacidade que se tem de permanecer psiquicamente sadio mesmo ante as adversidades e pressões do meio.
Talvez se possa falar de dois tipos de forças externas que nos ameaçam; uma que comprime e oprime e outra que esgarça e estressa. A primeira diz daquela que parece querer nos diminuir, compactar. Esse tipo de opressão trás a sensação de ser esmagado. Há diversas situações que nos colocam nesse estado de sobrecarga, que nos pesam e nos diminuem. A segunda força é a que no puxa, que nos tira do próprio centro e nos lança em múltiplas direções, como um tecido a ser rasgado. São situações que nos dividem, exigem nossa atenção e roubam nossas energias. Elas nos sugam e esvaziam. Desse modo, pode-se falar de forças que atuam para dentro e para fora, na compressão e na dilatação de nós.
São essas tensões acachapantes e estressantes que nos exigem resiliência. Em grande parte, o sistema de vida que se desenvolveu nas sociedades modernas é o que exige do ser humano o máximo que ele pode dar. Ele é puxado de todos os lados, seja no excesso de informações que lhe tomam a atenção, seja na exigência sobre seu corpo para a produtividade ou mesmo para a correspondência de um ideal estético, seja na sua divisão afetiva etc. Ao passo que ele é sugado e exigido, outras forças o comprimem para que não se rebele ou revolte contra isso que lhe estressa. Pesam-lhe a culpa, o medo, a responsabilidade etc. O final de tudo isso é um humano oprimido e exausto cuja metáfora pertinente é a do ônibus ao fim da tarde. Nesse transporte coletivo, as pessoas são agitadas e lançadas para diversos lados e, ao mesmo tempo, são comprimidas pelo excesso de passageiros. A vida moderna é um ônibus cheio dentro do qual não se consegue sequer ver onde se está.
Contudo, há quem ainda consiga permanecer na lucidez, indivíduos dotados de grande resiliência e que, por isso, mantêm-se inteiros, sem perder o próprio centro. Sem resiliência, entra-se num processo desintegrador que leva à doença e, consequentemente, à desumanização. Para resistir a tais processos, há de se buscar espaços de resistência e vivências que ajudem na autorrecomposição e que permitam a pessoa voltar a si. O cenário político, econômico e social é ameaçador. Se não cuidarmos, logo iremos todos soçobrar.
Talvez se possa falar de dois tipos de forças externas que nos ameaçam; uma que comprime e oprime e outra que esgarça e estressa. A primeira diz daquela que parece querer nos diminuir, compactar. Esse tipo de opressão trás a sensação de ser esmagado. Há diversas situações que nos colocam nesse estado de sobrecarga, que nos pesam e nos diminuem. A segunda força é a que no puxa, que nos tira do próprio centro e nos lança em múltiplas direções, como um tecido a ser rasgado. São situações que nos dividem, exigem nossa atenção e roubam nossas energias. Elas nos sugam e esvaziam. Desse modo, pode-se falar de forças que atuam para dentro e para fora, na compressão e na dilatação de nós.
São essas tensões acachapantes e estressantes que nos exigem resiliência. Em grande parte, o sistema de vida que se desenvolveu nas sociedades modernas é o que exige do ser humano o máximo que ele pode dar. Ele é puxado de todos os lados, seja no excesso de informações que lhe tomam a atenção, seja na exigência sobre seu corpo para a produtividade ou mesmo para a correspondência de um ideal estético, seja na sua divisão afetiva etc. Ao passo que ele é sugado e exigido, outras forças o comprimem para que não se rebele ou revolte contra isso que lhe estressa. Pesam-lhe a culpa, o medo, a responsabilidade etc. O final de tudo isso é um humano oprimido e exausto cuja metáfora pertinente é a do ônibus ao fim da tarde. Nesse transporte coletivo, as pessoas são agitadas e lançadas para diversos lados e, ao mesmo tempo, são comprimidas pelo excesso de passageiros. A vida moderna é um ônibus cheio dentro do qual não se consegue sequer ver onde se está.
Contudo, há quem ainda consiga permanecer na lucidez, indivíduos dotados de grande resiliência e que, por isso, mantêm-se inteiros, sem perder o próprio centro. Sem resiliência, entra-se num processo desintegrador que leva à doença e, consequentemente, à desumanização. Para resistir a tais processos, há de se buscar espaços de resistência e vivências que ajudem na autorrecomposição e que permitam a pessoa voltar a si. O cenário político, econômico e social é ameaçador. Se não cuidarmos, logo iremos todos soçobrar.
FIT – BH
O teatro costuma ser um espaço de resistência. Reforçando essa ideia, o FIT-BH (Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte) deste ano tomou o conceito de resiliência como eixo curatorial do evento. Dayse Belisco, uma das curadoras, fala da relação do tema com o teatro: “É a resiliência no que diz respeito à capacidade de despertar, de superar, de sair do lugar. De transformação, provocação. Para mim, esse é o lugar do teatro”. É nesse espírito, portanto, que pode se dar nossa aproximação das peças e outros eventos que se darão nessa 13ª edição do festival. Ele acontece entre os dias 20 e 29 de maio, contando com mais de 70 atrações, entre espetáculos nacionais e internacionais (de oito países), oficinas, workshops e atividades afins ao universo das artes cênicas, distribuídas em teatros, espaços alternativos e, claro, pelas ruas, praças e parques da capital mineira.
Maiores informações em http://fitbh.com.br/. O PDF com a grade das peças pode ser acessado em http://fitbh.com.br/2016/wp-content/uploads/2016/05/Grade.pdf. Aproveite!
O teatro costuma ser um espaço de resistência. Reforçando essa ideia, o FIT-BH (Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte) deste ano tomou o conceito de resiliência como eixo curatorial do evento. Dayse Belisco, uma das curadoras, fala da relação do tema com o teatro: “É a resiliência no que diz respeito à capacidade de despertar, de superar, de sair do lugar. De transformação, provocação. Para mim, esse é o lugar do teatro”. É nesse espírito, portanto, que pode se dar nossa aproximação das peças e outros eventos que se darão nessa 13ª edição do festival. Ele acontece entre os dias 20 e 29 de maio, contando com mais de 70 atrações, entre espetáculos nacionais e internacionais (de oito países), oficinas, workshops e atividades afins ao universo das artes cênicas, distribuídas em teatros, espaços alternativos e, claro, pelas ruas, praças e parques da capital mineira.
Maiores informações em http://fitbh.com.br/. O PDF com a grade das peças pode ser acessado em http://fitbh.com.br/2016/wp-content/uploads/2016/05/Grade.pdf. Aproveite!
Gilmar P. da Silva SJ
Mestrado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, com pesquisa em Signo e Significação nas Mídias, Cultura e Ambientes Midiáticos. Graduação em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Possui Graduação em Filosofia (Bacharelado e Licenciatura) pelo Centro de Ensino Superior de J
Nenhum comentário:
Postar um comentário