Agência Ecclesia 03 de Junho de 2016, às 12:20
Foto: Reuters/David Mdzinarishvili - Mulheres arménias rezam junto de memorial das vítimas do massacre ocorrido durante a Primeira Guerra Mundial
Mais de um milhão de pessoas terão sido perseguidas e mortas pelo Império Otomano, a atual Turquia
Lisboa, 03 jun 2016 (Ecclesia) – A Alemanha aprovou por unanimidade uma resolução que classifica como "genocídio" o massacre de cristãos arménios pelo Império Otomano, durante a Primeira Guerra Mundial.
De acordo com a Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), o documento teve “voto favorável de todas as bancadas do parlamento alemão, com exceção de um voto contra e de uma abstenção”.
“Refere explicitamente o genocídio de arménios e outras minorias cristãs entre os anos 1915 e 1916”, realça a AIS.
Em causa estão “entre 800 mil a 1,5 milhões de arménios” que terão sido “aniquilados e perseguidos durante a primeira Grande Guerra”, pelo Império Otomano.
Os otomanos eram então aliados da Alemanha e depois do fim do conflito e de terem sido derrotados, ressurgiram anos depois sob a forma da República da Turquia, que nunca reconheceu a classificação de genocídio nem o número de vítimas que tem sido relatado.
A decisão alemã já motivou mesmo “a ira do governo de Ancara, que classificou a decisão como um erro histórico”, relata a Fundação católica.
Em abril de 2015, o Papa Francisco incluiu o “genocídio” arménio nas “três grandes tragédias” do século XX, a par do “nazismo e estalinismo”.
Um ato no qual foram mortos “bispos, sacerdotes, religiosos, mulheres, homens, idosos e até crianças e doentes indefesos”, recordou o Papa argentino.
O genocídio dos arménios é reconhecido atualmente por mais de duas dezenas de países, nos quais não se inclui, porém, Portugal.
Este termo, ‘genocídio’, foi definido pelas Nações Unidas, no final da II Guerra Mundial, como sendo um ato cometido com a intenção deliberada de destruir, total ou parcialmente, um povo, grupo étnico, racial ou religioso.
JCP
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