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"A misericórdia é um dom de Deus e centro nevrálgico do evangelho. Assumir essa dimensão evangélica é romper com o círculo vicioso do egocentrismo e deixar-se habitar, no fundo do coração, pelo grito do outro", afirma o teólogo.
Há um murmúrio ensurdecedor que clama por socorro e que não é capaz de ser percebido pelos ouvidos, senão pela misericórdia. “Assumir essa dimensão evangélica é romper com o círculo vicioso do egocentrismo e deixar-se habitar, no fundo do coração, pelo grito do outro”, aponta Faustino Teixeira em entrevista por e-mail à IHU On-Line. “Mas evidente que a Misericórdia não constitui um patrimônio exclusivo do cristianismo. Trata-se de um valor que se irradia em muitas tradições religiosas. Merece destaque a presença do tema nobudismo tibetano. A compaixão, nying je, vem identificada com a empatia, com a capacidade essencial de participar e partilhar o sofrimento alheio”, complementa.
No que diz respeito à Igreja Católica, o entrevistado aponta que a principal inovação no pontificado deFrancisco foi buscar um olhar a partir do evangelho. “Ao enfatizar essa dinâmica evangélica, o tema daMisericórdia veio junto, pois ela está no cerne do evangelho. O grande mérito de Francisco foi saber recolher esse tema e fazer dele a chave essencial de seu pontificado”, esclarece. “A igreja deve deixar-se habitar não pelas armas da severidade, mas pelamedicina da misericórdia. Com esse mote, assume e leva em frente o seu pontificado, buscando antecipar o sonho de uma igreja misericordiosa; de uma igreja que rompe com seu ensimesmamento e sai ao encontro do outro, sobretudo do mais pobre, marginalizado e excluído”, avalia.
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